Um polímero especial que reduz drasticamente a necessidade de água e potencializa os resultados no campo. O sistema, batizado de ‘chuva sólida’, promete diminuir o consumo de água em até 90% e, em alguns casos, aumentar a produtividade agrícola em até 20 vezes.
Uma nova solução para a agricultura sustentável vem ganhando destaque no México, prometendo revolucionar a forma como as culturas são irrigadas e, ao mesmo tempo, aumentar a produtividade. Batizada de “Chuva Sólida”, a tecnologia, desenvolvida pelo engenheiro químico Sérgio Jesus Rico Velasco, utiliza um polímero especial que reduz drasticamente a necessidade de água e potencializa os resultados no campo. O sistema promete diminuir o consumo de água em até 90% e, em alguns casos, aumentar a produtividade agrícola em até 20 vezes.
O que é a “Chuva Sólida” e como ela funciona?
A tecnologia da Chuva Sólida baseia-se no uso de poliacrilato de potássio, um material extremamente absorvente inicialmente utilizado na produção de fraldas descartáveis. Adaptado por Velasco para uso agrícola, este polímero tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de água e liberá-la de forma gradual para as plantas, um fator crucial para regiões áridas e com baixa disponibilidade hídrica.
Como funciona: o sistema é composto por um pó que, quando incorporado ao solo, age como um reservatório de água. Apenas 10 gramas do composto podem absorver até um litro de água, liberando-a lentamente de acordo com a necessidade das raízes das plantas. Essa retenção controlada ajuda a manter a umidade do solo por períodos prolongados, mesmo em condições de seca, oferecendo uma solução para agricultores que enfrentam estiagens frequentes.
Resultados e Economia de Água
Testes conduzidos pelo governo mexicano indicaram um aumento de até 300% na produtividade em áreas onde a Chuva Sólida foi aplicada. Edwin González, vice-presidente da empresa distribuidora do produto, destaca que o polímero pode permanecer ativo no solo por um período de 8 a 10 anos, dependendo da pureza da água usada para sua hidratação. Além disso, a aplicação da Chuva Sólida proporciona uma economia significativa de água, essencial para culturas em locais onde o recurso é escasso.
Investimento inicial
para cobrir um hectare de cultivo, são necessários cerca de 50 quilos do produto, com custo aproximado de US$ 1.500 (cerca de R$ 3.500 em 2024). Embora o valor inicial possa ser considerado elevado, a empresa responsável argumenta que a redução no consumo de água e o aumento na produtividade compensam o investimento ao longo dos anos.
Controvérsias e Preocupações Ambientais
Apesar dos benefícios aparentes, críticos levantam questões importantes sobre o impacto ambiental e a eficácia a longo prazo da Chuva Sólida. A professora Linda Chalker-Scott, da Universidade Estadual de Washington, ressalta que o produto pode ter um efeito adverso, especialmente em solos secos, onde ele poderia potencialmente absorver a umidade natural ao invés de liberá-la, prejudicando a biodiversidade local.
A pesquisadora sugere ainda que o uso de alternativas orgânicas, como adubos orgânicos e lascas de madeira, poderia oferecer benefícios comparáveis, a um custo mais baixo e com menor impacto ambiental. O debate está em andamento, e defensores da Chuva Sólida argumentam que, com o uso controlado e regulamentado, o polímero pode ser uma ferramenta valiosa na preservação da água em regiões desérticas.
O Futuro da Agricultura com a “Chuva Sólida”
Velasco e seus apoiadores veem a Chuva Sólida como um avanço essencial para a agricultura moderna, especialmente em tempos de crise climática e escassez de recursos hídricos. Ao reduzir a necessidade de irrigação e ao mesmo tempo aumentar a produtividade, essa tecnologia pode ajudar a tornar a agricultura mais sustentável, especialmente em países que enfrentam problemas com a seca e a desertificação.
O uso da Chuva Sólida representa uma tentativa de adaptação às mudanças climáticas, visando a garantir a segurança alimentar das futuras gerações. A tecnologia ainda é nova, mas tem despertado o interesse de investidores e governos que buscam soluções para o futuro da agricultura em um mundo com recursos hídricos cada vez mais limitados.
Conclusão
A Chuva Sólida, uma tecnologia inovadora no setor agrícola, promete economizar água e aumentar a produtividade, oferecendo uma solução para agricultores em regiões de baixa disponibilidade hídrica. Embora a promessa seja grande, a tecnologia ainda enfrenta ceticismo e precisará de mais testes para verificar seu impacto a longo prazo e seu custo-benefício real. Em um cenário de crescente necessidade por práticas agrícolas sustentáveis, essa inovação se destaca, mas levanta o debate sobre segurança ambiental e eficácia frente a soluções alternativas.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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