Conheça a carne que é considerada melhor que a picanha

Com uma suculência sem igual, um marmoreio que hipnotiza e um sabor que desafia qualquer comparação, a wagyu é mais do que uma carne: é uma experiência que redefine o paladar. Mas será que ela realmente tem o que é preciso para desbancar a tradicional picanha?

Se há um corte de carne que desperta paixão nos churrascos brasileiros, é a picanha. Saborosa, suculenta e cercada de um status quase lendário, ela reina absoluta nas grelhas e mesas de todo o país. No entanto, uma nova estrela tem brilhado cada vez mais forte, prometendo rivalizar com o corte preferido dos brasileiros.

Estamos falando da carne wagyu, também conhecida como Kobe, uma iguaria antes restrita aos restaurantes de alta gastronomia e que, hoje, começa a conquistar espaço em hamburguerias e churrascarias. Com uma suculência sem igual, um marmoreio que hipnotiza e um sabor que desafia qualquer comparação, a wagyu é mais do que uma carne: é uma experiência que redefine o paladar. Mas será que ela realmente tem o que é preciso para desbancar a tradicional picanha?

A nova carne: Apresentação do corte

Esse é o wagyu, um tipo de carne que vem ganhando fama mundial e que agora está conquistando os brasileiros. Diferente da picanha e de outros cortes tradicionais, o wagyu não é apenas um pedaço de carne, mas o resultado de uma criação meticulosa de uma raça bovina japonesa, famosa pelo seu marmoreio espetacular. A gordura entremeada, distribuída de forma uniforme entre as fibras da carne, é o que confere a essa iguaria um sabor único e uma maciez que derrete na boca.

“O que torna o wagyu tão especial é a sua riqueza em umami, o quinto sabor que se junta ao doce, salgado, azedo e amargo”, explica Shemuel Shoel, sócio do restaurante Nice To Meat U. Esse diferencial faz com que a carne tenha um sabor profundo, quase amanteigado, que não se encontra em nenhum outro corte. Por essas características, o wagyu se destaca em qualquer preparo, desde o clássico churrasco até hambúrgueres gourmet.

Ao contrário de carnes como Nelore e Angus, onde a gordura aparece apenas como uma capa externa, na wagyu ela está perfeitamente integrada à carne, criando uma textura irresistível e uma suculência incomparável. Thiago Gil, chef e sócio da Koburger, destaca: “Não tem comparação. A distribuição da gordura na wagyu eleva o sabor a um nível que poucos cortes conseguem atingir.”

Motivos que tornam a Wagyu melhor que a picanha

Conheça a carne que é considerada melhor que a picanha

Quando o assunto é sabor e qualidade, a wagyu se destaca como um corte único, que vai muito além do que a picanha pode oferecer. Sua superioridade não está apenas na aparência marcante do marmoreio, mas em uma combinação de características que tornam cada pedaço uma experiência singular.

  • Sabor e textura inigualáveis: A wagyu possui um marmoreio que parece desenhado à mão. Essa distribuição de gordura intramuscular é a chave para seu sabor complexo e profundo. Cada mordida é uma explosão de umami, o sabor que confere riqueza e intensidade à carne. Essa característica faz com que o wagyu tenha um gosto amanteigado, quase adocicado, que envolve o paladar de maneira única. “Mais do que uma carne com marmoreio, é a qualidade dessa gordura o que realmente importa”, destaca Amália Sechis, sócia-fundadora da Beef Passion. Essa gordura, diferente de qualquer outra, é rica em ácidos graxos que derretem a temperaturas mais baixas, proporcionando uma textura que literalmente derrete na boca.
  • Versatilidade na cozinha: Embora seja associada a cortes nobres e pratos sofisticados, a wagyu tem ganhado espaço nas grelhas e até nos hambúrgueres, mostrando sua versatilidade. A carne é perfeita tanto para ser grelhada quanto para preparos rápidos, onde seu marmoreio confere suculência sem igual. Ao contrário da picanha, que depende de sua capa de gordura externa para preservar a maciez, o wagyu já possui essa gordura intrínseca, distribuída uniformemente, garantindo uma carne macia e saborosa em qualquer tipo de preparo.
  • Produção cuidadosa e sustentável: Criado com um rigoroso controle de alimentação e manejo, o gado wagyu é tratado de forma que seu bem-estar reflete diretamente na qualidade da carne. “Tempo, dedicação e os cuidados na criação é que irão refletir nas características tão peculiares da carne”, explica Amália Sechis. Esse cuidado, aliado a práticas que respeitam o ciclo natural do animal, garante um produto final com sabor e textura superiores, além de um processo mais sustentável em comparação com outros sistemas de produção intensiva.
  • Exclusividade e valor percebido: Com preços que podem chegar a R$ 1 mil o quilo, o wagyu é uma verdadeira joia gastronômica. Esse valor elevado reflete o longo processo de criação, a atenção aos detalhes e o tempo investido para alcançar a qualidade excepcional que chega ao prato. Para quem busca uma experiência superior e inesquecível, o wagyu oferece um diferencial que vai além da carne em si, sendo um símbolo de excelência na gastronomia.

Comparação direta com a picanha

A picanha sempre foi sinônimo de churrasco bem-feito no Brasil, com sua famosa capa de gordura que confere suculência e sabor ao corte. Porém, quando colocada lado a lado com a carne wagyu, as diferenças são evidentes e colocam a picanha em uma posição desafiadora. Enquanto a picanha encanta pelo seu sabor clássico, a wagyu surpreende e eleva a experiência a um nível que poucos cortes conseguem atingir.

  • Sabor e marmoreio: A picanha é saborosa, mas seu sabor depende fortemente da gordura externa, que não se infiltra na carne da mesma forma que no wagyu. O marmoreio intramuscular do wagyu é um espetáculo à parte, proporcionando um sabor intenso e uma textura macia que simplesmente não podem ser igualados pela picanha. Essa gordura intramuscular é responsável pela distribuição uniforme do sabor, garantindo que cada pedaço de wagyu tenha uma riqueza que a picanha não consegue oferecer.
  • Maciez: Ao contrário da picanha, que pode variar de maciez dependendo do ponto de preparo e da origem do corte, o wagyu é consistentemente macio devido à sua genética e ao manejo cuidadoso do gado. Cada mordida de wagyu é uma experiência indulgente, com a carne praticamente derretendo na boca, enquanto a picanha, embora macia, ainda apresenta uma textura mais fibrosa em comparação.
  • Versatilidade e consistência: A picanha é um corte que brilha na churrasqueira, mas é limitada quando se trata de outras formas de preparo. A wagyu, por outro lado, se adapta bem a diversas técnicas culinárias, desde grelhados rápidos até pratos mais elaborados, como tatakis e sashimis, graças à sua textura delicada e sabor marcante. Essa versatilidade amplia as possibilidades de uso da carne e faz do wagyu um coringa na cozinha gourmet.
  • Preço e exclusividade: O preço da picanha pode ser um atrativo, já que é mais acessível em relação ao wagyu. No entanto, o valor elevado da wagyu se justifica pela raridade, pelo processo de criação e pelo padrão de qualidade que poucos cortes de carne no mundo conseguem alcançar.
  • Aroma e umami: A picanha tem um aroma clássico de churrasco que atrai multidões, mas o wagyu adiciona uma complexidade olfativa ao jogo. O cheiro da wagyu assando é distinto, marcado por notas amanteigadas e umami que provocam sensações além do paladar. Esse fator sensorial faz com que a experiência de comer wagyu seja muito mais envolvente e memorável.

Opinião dos especialistas e consumidores

Conheça a carne que é considerada melhor que a picanha

Quem experimenta, dificilmente esquece. E não são apenas os especialistas que têm algo a dizer – a crescente popularidade da wagyu está refletida em churrascarias, restaurantes e até nas redes sociais, onde apaixonados por carne compartilham suas experiências e receitas com o corte japonês.

Especialistas no assunto são categóricos: a wagyu oferece uma experiência que vai além do que qualquer outro corte pode proporcionar. “A maciez, o sabor e a suculência da wagyu são incomparáveis. É uma carne que se destaca em qualquer preparação”, afirma Shemuel Shoel, sócio do restaurante Nice To Meat U. Para ele, o marmoreio abundante e a qualidade da gordura são aspectos que elevam a carne a um nível superior, transformando qualquer refeição em um evento especial.

Thiago Gil, chef e churrasqueiro da Koburger, complementa: “A wagyu não é só sobre ter mais gordura, mas sim sobre a qualidade dessa gordura. É uma carne que entrega uma profundidade de sabor que surpreende o paladar, algo que dificilmente encontramos em outros cortes, como a picanha.” Esse diferencial torna a wagyu uma opção para quem busca sair do óbvio e experimentar algo verdadeiramente único.

Os consumidores também têm dado seu veredito. Com um crescimento significativo na procura, a wagyu tem se tornado uma escolha frequente não apenas em restaurantes de alta gastronomia, mas também em churrascos caseiros. Relatos de quem experimentou a carne destacam a maciez que parece “desmanchar na boca” e um sabor marcante que dispensa temperos elaborados. Para muitos, a wagyu tem sido descrita como “uma experiência luxuosa e irresistível”.

Em termos de mercado, a demanda pela carne wagyu tem registrado um aumento significativo. Hamburguerias e churrascarias têm apostado na inclusão de cortes de wagyu em seus cardápios, e a resposta dos clientes tem sido entusiástica. A curiosidade inicial rapidamente se transforma em fidelidade, com muitos consumidores afirmando que, depois da wagyu, é difícil voltar para outros cortes. Esse entusiasmo reflete um movimento maior: o desejo por carnes de qualidade superior e experiências gastronômicas mais intensas.

Para os churrasqueiros, a wagyu representa um novo desafio e uma nova fronteira no mundo das carnes. O corte exige cuidado no preparo para extrair o melhor de seu marmoreio e sabor, mas as recompensas são inigualáveis. A popularidade da wagyu é uma prova de que o paladar do consumidor está evoluindo e buscando novos patamares de qualidade. Assim, o corte japonês está não apenas competindo, mas redefinindo o que significa uma carne de excelência.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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