Confronto entre frigoríficos e pecuaristas: Cotações revelam tensões; confira

De acordo com análises da Consultoria Safras & Mercado, a tendência é de uma leve queda nas cotações do boi gordo, dada a condição ainda confortável das escalas de abate, que atualmente atendem em média cerca de dez dias úteis; confira

No cenário do mercado físico do boi gordo, os preços permaneceram pouco alterados nesta sexta-feira (22), refletindo a atual estabilidade que cerca o setor. De acordo com análises da Consultoria Safras & Mercado, a tendência é de uma leve queda nas cotações, dada a condição ainda confortável das escalas de abate, que atualmente atendem em média cerca de dez dias úteis.

Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, ressaltou que a perda de qualidade das pastagens está tornando o cenário ainda mais desafiador, com os pecuaristas perdendo a capacidade de gerenciar o ritmo dos negócios.

A perda de qualidade das pastagens tornará o cenário ainda mais desafiador, com o pecuarista perdendo a capacidade de cadenciar o ritmo dos negócios”, diz Iglesias.

Segundo reforça a Scot Consultoria, o mercado pecuário apresentou-se moroso nesta quinta-feira. “Com escalas de abate com média de dez dias, alguns frigoríficos encerraram as suas compras para a semana”, informa a Scot, referindo-se ao comportamento dos negócios envolvendo boiadas terminadas presentes nas fazendas do estado de São Paulo.

Com a expectativa de queda no escoamento para o mercado interno de carne bovina, devido ao poder de compra do consumidor ser menor no final do mês, existe pressão no mercado, mas os preços se mantiveram estáveis na comparação diária, ressalta a consultoria.

Preços da arroba

São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$227,50. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de doze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias.

A partir de meados de junho/24, prevê a Agrifatto, existe a possibilidade de um cenário mais complicado pelas condições climáticas adversas no Brasil, marcada pela degradação das pastagens naturais, o que deve reduzir a capacidade de retenção do gado.

“Isso provavelmente resultará em crescimento da oferta de animais para abate”, antecipam os analistas da consultoria, que recomendam: “Será importante acompanhar de perto os indicadores do mercado e as variações climáticas para determinar com precisão o momento exato em que os preços do boi gordo podem cair”.

O Indicador do Boi Gordo CEPEA/B3 para o dia 21 de março de 2024 registrou estabilidade, marcando R$ 231,70 por arroba, com uma variação diária de 0,35% e uma queda mensal de 1,57%. Convertendo para a moeda norte-americana, o valor atinge US$ 46,53 por arroba. Esses dados oferecem aos participantes do mercado uma visão precisa do panorama atual, permitindo análises informadas e estratégias de tomada de decisão mais sólidas.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina apresentaram queda ao longo da semana, refletindo dificuldades no escoamento e indicando uma estratégia de pressão por parte da indústria frigorífica. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 13,80 por quilo, registrando uma queda de R$ 0,20, enquanto o quarto traseiro teve uma precificação de R$ 17,70 por quilo, apresentando uma redução de R$ 0,40. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 13,50 por quilo, com uma diminuição de R$ 0,15. Esses números revelam um cenário desafiador no setor atacadista, com uma oferta que supera a demanda e pressiona os preços para baixo.

Exportações

No mercado internacional, os importadores chineses seguem pressionando os preços da carne bovina brasileira. “Tal cenário se intensificou após as novas habilitações de plantas brasileiras”, afirmam os analistas da Agrifatto, que acrescentam: “O relato geral é que o mercado continua com dificuldades para validar as ofertas chinesas”.

As últimas ofertas da China para compra de dianteiro foram em US$ 4.200/tonelada, informa a consultoria. “Este preço não é considerado satisfatório para os exportadores brasileiros e, com isso, as comercializações não avançam”, concluem.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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