Artigo técnico realizado por profissionais da Gadolando mostra a importância do bem estar do profissional para manutenção da qualidade dos animais
Além do conforto para o gado leiteiro, o conforto dos produtores e colaboradores também é fundamental para a melhor produção de leite. É o que apresenta artigo técnico feito por profissionais da Associação dos Criadores de Gado Holandês no Rio Grande do Sul. Segundo o estudo, o mais referenciado e que pode demonstrar maior interferência na produtividade dentro da propriedade é o conforto animal, o qual está relacionado aos manejos e instalações oferecidas aos animais, nesse caso, os bovinos leiteiros. Entretanto é necessário levar em consideração também outro ângulo desse conceito que trata do conforto do produtor e colaboradores.
Segundo o artigo, é preciso entender que o produtor em pleno conforto físico e psicológico desempenha suas atividades muito melhor, apresenta resultados mais eficientes e incentiva seus colegas e seus funcionários. O estudo também salienta que, assim como as vacas precisam de uma cama confortável para que sintam-se livres e em seu pleno bem-estar, o produtor/funcionário precisa de uma boa noite de sono, em local adequado para que, no dia seguinte, ao acordar cedo para realizar a primeira ordenha, esteja descansado e disposto a desempenhar da melhor forma os manejos necessários. “Nesse mesmo sentido, a ergonomia do funcionário deve ser levada em consideração para evitar lesões por esforço demasiado; assim como os animais que precisam de instalações adaptadas ao perfil do sistema produtivo. Podemos citar, como exemplo, a angulosidade das rampas de acesso, a largura de portas e de portões e a distância da sala de ordenha”, destaca o artigo.
Conforme o estudo da Gadolando, oferecer instalações que estejam em seu completo funcionamento contempla ambos os lados da nossa análise (conforto animal e humano). Na sala de ordenha, o piso deve ser adequado para que o animal não tenha quedas, da mesma forma para o funcionário. O espaço deve ser amplo para que as vacas não se apertem e parem no local correto para que o funcionário consiga de maneira fácil e ágil colocar as teteiras e iniciar a ordenha. “Esse espaço está relacionado ao trânsito de uma ou mais pessoas, levando em consideração os demais equipamentos, mangueiras e produtos que estejam no local”, destaca o artigo.
Ainda neste ambiente, conforme os técnicos, o produtor precisa que o manejo seja o mais prático possível, para que possa realizar as coletas individualmente de maneira que consiga identificar o animal que esta sendo coletado, viabilizando a realização do Controle Leiteiro Oficial cujo seu manejo é extremamente importante, permitindo a adequação da produtividade e favorecendo o conforto na gestão do rebanho. “Preocupar-se com a saúde e qualidade de vida dos animais está diretamente relacionado às práticas saudáveis de produção, longevidade dos animais e eficiência na produção de leite. Conceitualmente, quando nos referimos ao bem-estar animal, estamos tratando das cinco liberdades dos animais, quais sejam: livre de fome e sede, livres de dor e doenças, livres de desconforto, livres de medo e estresse e livres para expressar seu comportamento natural”, observa o estudo.
O artigo explica ainda que entender o comportamento natural dos animais é fundamental para que possamos melhorar os manejos realizados ao decorrer da atividade. Por exemplo, a vaca, naturalmente, vive em grupo, pois são animais gregários. Decorrente disso, existe uma hierarquia social no grupo onde existem vacas dominantes e vacas submissas, interferindo diretamente na competição por alimento, sombra e água. “Ao oferecer aos animais uma maior qualidade de vida, permite-se uma maior produtividade e, com isso, possibilita-se ao produtor mais conforto, alinhando-se aos conceitos discutidos anteriormente”, complementa.
O artigo foi escrito pelo superintende Técnico da Gadolando, José Luiz Rigon, pela superintendente Administrativa da entidade, Márcia Gonçalves, pelo inspetor Técnico Yago Machado e pela doutoranda em Melhoramento Genético pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Maíza Scheleski da Rosa.