Mercado começa a demonstrar problemas para manter as intensas valorizações; a recente alta dos últimos meses ainda não compensam o recuo constatado em 2023
O mercado físico do boi gordo começa a demonstrar dificuldades para manter as intensas valorizações, e nesta quinta-feira apontou singelas altas. O destaque do dia vai para Minas Gerais, com acréscimo de 0,88% no comparativo diário, com o boi gordo situando-se em R$ 347,92/@ . Na B3, o pessimismo predominou novamente, diante disso o contrato com vencimento para dez/24 registrou um decréscimo de 5,74%, ficando precificado a R$ 317,75/@.
Segundo a Agrifatto, como era de se esperar, a última semana do mês está sendo marcada por um baixo desempenho nas vendas desde o início da semana. O que acabou resultando na quase ausência de pedidos para reposição de estoques no varejo. Fora isso, os distribuidores estão com um acúmulo de mercadorias e sem previsão de descarregamento.
Outro ponto importante, é que as devoluções por problemas de qualidade têm sido elevado desde segunda-feira. O volume de oferta de carne com ossos para as negociações de quinta-feira foi semelhante ao das semanas anteriores e o mercado antecipou as transações iniciando as vendas já na quarta-feira apresentando uma queda nos preços da maioria dos produtos com ossos.
Os preços do boi gordo ficaram estáveis nesta semana, com o mercado ainda indicando possíveis reajustes. “Esse movimento, porém, parece perder força, o que é compreensível após uma alta expressiva”, afirmou Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado.
Iglesias destacou que as escalas de abate seguem limitadas, enquanto as exportações continuam fortes, colocando o país em direção a um recorde histórico.
Preços da arroba do boi gordo
- São Paulo: R$ 354,25
- Goiás: R$ 353,75
- Minas Gerais: R$ 333,82
- Mato Grosso do Sul: R$ 341,48
- Mato Grosso: R$ 331,01
Pecuarista de cria está feliz
Todos os segmentos da cadeia pecuária tiveram alta nos preços em novembro, impulsionados pela oferta limitada frente à demanda. O preço do bezerro e do boi magro em São Paulo subiu 14,4%, com valores médios de R$ 2.608,14 e R$ 4.166,85, respectivamente. Já o preço da carcaça casada bovina acumulou alta de 9,2%, encerrando o dia 26 a R$ 23,92. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Pesquisadores do Cepea destacam que, nesta semana, agentes do setor de comercialização da carne com osso enfrentaram dificuldades para repassar os reajustes no preço da arroba. Apesar disso, o impacto não foi suficiente para pressionar as cotações no atacado ou no mercado de animais para abate.
Nem tudo são flores
Os preços do boi gordo mantêm trajetória de alta pelo quinto mês consecutivo, com crescimento significativo em novembro. Dados preliminares indicam que a valorização média do boi no mês deve alcançar 12,5% em relação a outubro. Esse desempenho supera os ganhos do suíno, que registra alta mensal de 9,5%, e do frango, com valorização de apenas 1%.
Em relação a novembro de 2023, o boi gordo também apresenta crescimento expressivo, com aumento estimado de 45%. Apesar disso, o preço médio acumulado em 2024 segue 2% inferior ao registrado nos mesmos 11 meses de 2023. Essa queda reflete o desempenho fraco no primeiro semestre, quando os preços ficaram mais de 15% abaixo do mesmo período do ano passado. As altas recentes, embora robustas, ainda não compensam o recuo inicial.
Já no acumulado de 2024, o suíno e o frango apresentam resultados positivos. O suíno registra alta de 14%, enquanto o frango avança 6,6%. No entanto, esses ganhos não são considerados excepcionais. O preço nominal do frango, por exemplo, ainda está 2% abaixo do observado nos primeiros 11 meses de 2021.
Vai ter picanha nas festas de final de ano?
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,30% em novembro, após registrar avanço de 1,52% em outubro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado superou a expectativa de analistas, que previam alta de 1,18%. No acumulado de 12 meses, o índice registra aumento de 6,33%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-M e reflete a variação dos preços no atacado, subiu 1,74% no mês, ante 1,94% no período anterior. Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, “semelhante ao mês de outubro, a alta do IGP foi influenciada por commodities agropecuárias. No IPA, os principais destaques foram a carne bovina, o milho e a soja”.
Entre os itens avaliados no IPA, a variação nos preços de bovinos subiu de 11,33% em outubro para 13,57% em novembro, enquanto o aumento da carne bovina foi de 8,72%, ante 12,33% no mês anterior.
Essa disparada dos preços pode impactar o consumo da carne bovina pelos brasileiros.
Com informações de Agrifatto, Cepea, Safras & Mercado
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