O mercado volta suas atenções para o avanço do plantio na América do Sul, com grande preocupação com as questões do clima. Confira abaixo as dicas!
Por mais uma semana, o mercado mundial de soja deve voltar suas atenções para o clima na América do Sul. Os players se debruçam sobre a evolução do plantio, especialmente no Brasil. Em relação à demanda, as exportações da China pelo grão americano ainda seguem no radar.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.
- Sem grandes novidades, o mercado de soja permanece com as atenções divididas entre fatores fundamentais ligados à oferta e à demanda. No lado da oferta, os players acompanham a evolução do plantio e o clima para o desenvolvimento da nova safra da América do Sul. No lado da demanda, sinais de procura chinesa pela soja dos Estados Unidos permanecem em foco. A situação dos estoques norte-americanos fecha o quadro de fatores;
- Cada vez mais, o clima sul-americano ganha peso como fator para o mercado internacional de soja. Os players acompanham com atenção redobrada a evolução do plantio no Brasil e na Argentina, assim como os mapas de previsões climáticas para as próximas semanas. No Brasil, os trabalhos de plantio voltaram a ficar atrasados frente à média para este período do ano, ainda refletindo o clima irregular registrado em boa parte do país. Embora as regiões Centro-Oeste e Sudeste já avancem para a reta final da semeadura, o clima não tem sido favorável ao desenvolvimento de parte das lavouras já semeadas. Mesmo que ainda seja cedo para falar em perdas relevantes, já começamos a entender que, se o clima não melhorar, a safra brasileira não atingirá todo seu potencial nesta temporada;
- Na Argentina, o plantio evolui em um ritmo mais satisfatório, não havendo grandes atrasos, por enquanto. De qualquer maneira, também temos algumas situações regionalizadas de pouca umidade;
- O grande ponto é que o La Niña, que já está em curso, deve ter seu auge a partir de meados de dezembro. Lembramos que os efeitos clássicos do La Niña incluem a falta de chuvas na Região Sul do país, que conta com dois dos três maiores estados produtores do país. Chicago já começa a trabalhar com possíveis perdas produtivas na América do Sul. Apenas uma grande melhora climática nas próximas semanas poderá retirar um pouco deste suporte pelo lado da oferta;
- No lado da demanda, embora poucas vendas novas de soja dos EUA para a China estejam sendo anunciadas, o volume de soja norte-americana já registrada para exportação é o maior já registrado nesta época do ano. Tal fato aliado a uma safra menor e a um esmagamento forte leva aos estoques mais baixos nas últimas 5 temporadas, o que é um grande fator de suporte para Chicago.
Fonte: Agência Safras