Confira onde está o hectare mais barato e o mais caro do Brasil

Pensou em comprar um pedaço de terra? No Brasil, o custo das terras dificulta esse sonho para muitos. O preço das terras agrícolas quase que dobrou em três anos na média de todo o Brasil, mas afinal: “qual é o hectare mais barato e mais caro do Brasil?”; Confira

O desejo de muitas pessoas é alcançar a conquista de um pedaço de terra própria, seja para morar, plantar ou criar animais, mesmo que seja uma pequena chácara, sítio ou, até mesmo, uma fazenda. Em algumas regiões do Brasil, o custo das terras dificulta esse sonho para muitos. O preço das terras agrícolas quase que dobrou em três anos na média de todo o Brasil (valores nominais), fechando 2023 em recorde R$ 55,02 mil por hectare, segundo estudo elaborado pela S&P Global Commodity Insights, acompanhando um ‘boom’ no preço das commodities agrícolas e aumento de área no país. No entanto, existem lugares no país onde o preço do hectare mais barato é inferior a R$ 2000,00.

“Entre 2022 e 2023, os preços das commodities agrícolas, principal elemento que impacta nas terras, e na pecuária brasileira bateram um teto (após várias altas encorajando investimentos dos produtores) e, depois, caíram, o que obviamente reduziu a renda dos agricultores no país. E, menor renda, reflete diretamente em menor capacidade em comprar terra. Com isso, temos esses ajustes pontuais de preços em regiões do país agora”, destaca Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria.

Em algumas regiões afastadas e menos produtivas, é possível encontrar terras extremamente baratas, mas que nao seriam produtivas o suficiente para quem busca áreas com potencial produtivo. Neste artigo, será explorado onde estão localizadas essas regiões e quanto custa o hectare mais barato e o mais caro do Brasil. Boa leitura!

Preços das terras no Brasil

Nos últimos três anos, as áreas de reflorestamento no Brasil lideraram a valorização de terras, com um aumento de 118,3%, seguidas pelas terras agrícolas (91,5%), pastagens (70,9%) e vegetação nativa (40,4%), conforme dados da S&P. Apesar do incremento, as terras agrícolas registraram uma queda nominal em 2023.

A região Sul, especialmente o Paraná, destaca-se pelos altos preços das terras, alcançando cerca de R$ 60 mil por hectare devido à qualidade do solo. No entanto, o mercado de compra e venda de terras agrícolas mostrou-se lento no último ano, impactado pela queda nos preços das commodities e pelos desafios na rentabilidade agrícola, o que foi comprovado em um cenário de negócios enfraquecidos, segundo a S&P Global Commodity Insights.

“Foi reportado um mercado enfraquecido, com pouco ou nenhum negócio realizado”, explicou a consultoria global em relatório cedido ao Notícias Agrícolas. “Os desafios em relação à queda do preço das commodities e impactos na rentabilidade agrícola foram os principais acontecimentos que contextualizaram 2023”, complementa.

Regiões com terras mais baratas e mais caras

Fonte: S&P Global Commodity Insights e Scot Consultoria | Elaboração: Notícias Agrícolas

A Scot Consultoria informou um aumento nos preços das terras agrícolas no Brasil, de acordo com esta consultoria, o preço médio do hectare estava em R$ 30,85 mil, e o das áreas de pastagem, em R$ 17,39 mil por hectare no último ano, com uma redução na movimentação de vendas no final do ano. O Paraná destacou-se com os valores mais altos de terra neste estudo.

O hectare mais caro para agricultura está no Paraná, com preço médio acima de R$ 56 mil. Na sequência, aparecem São Paulo, seguido por Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O diretor da empresa, Alcides Torres, revelou que estas regiões possuem o hectare mais caro do Brasil devido à baixa disponibilidade de terras e à consolidação da produção agrícola.

Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, indica que, apesar dos aumentos de preços de 2022 para 2023, que resultaram em preços recordes, a previsão para 2024 sugere estabilização ou possível diminuição dos preços. Ele menciona que, provavelmente, 2023 marcou o fim da fase de crescimento acentuado nos preços iniciados com o boom das commodities em 2019/20.

A temporada de soja e milho 2023/24 no Brasil registrou aumento na rentabilidade devido à redução dos custos de produção, apesar da queda nos preços de venda, conforme apontado pela S&P Global Commodity Insights. Essa situação resultou em uma estabilidade quase total nos preços de terras para essas atividades entre 2022 e 2023, apresentando uma queda de nível nominal de 0,5% ou um ajuste de 3,2% considerando o valor real.

preço do hectare mais barato
Foto: Divulgação

“Embora 2022/23 tenha registrado uma rentabilidade da soja próxima dos níveis históricos, esta foi inferior às duas safras anteriores devido ao aumento dos custos de capital e de fatores de produção e à fraca rentabilidade do milho, pesando sobre os preços das terras agrícolas”, destacou a S&P em relatório.

O que esperar dos preços das terras agrícolas em 2024?

Depois da disparada de preços das terras agrícolas no Brasil, na visão de Galvão, a tendência é de um cenário mais tranquilo a partir deste ano de 2024. Porém, fatores atípicos não podem ser deixados de lado. “A minha leitura para 2024 e 2025 é de preços estáveis até porque o agricultor não terá renda sobrando. Ele fez muito investimento nos últimos anos. Além disso, regiões tiveram queda de safra, tudo isso gera um clima mais pessimista. E, consequentemente, um interesse limitado”, diz o analista.

Se a tendência de preços das terras é de alguma estabilidade para este ano, por outro lado, o cenário de arrendamentos no país é mais delicado. “O agricultor que fez esse tipo de investimento, com valores bastante altos entre os anos de 2022 e 2023, não deve ter uma conta fechando em 2024. Ele tem a opção de renegociar um novo valor com o dono da terra ou simplesmente devolver. Com esse cenário, o preço do arrendamento pode cair à frente”, finaliza Galvão.

Escrito por Compre Rural com informações do conteúdo publicado por Jhonatas Simião do Notícias Agrícolas

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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