Confinamento: “prato-feito ou “self-service”

Equilibrar o desempenho animal do confinamento e o custo de produção e uma opção é trocar o “self-service” pelo “prato-feito”, veja mais abaixo!

Os sistemas intensivos de pecuária de corte exigem mais da gestão por conta do aumento dos riscos. Daí a importância de equilibrar o desempenhos dos animais em confinamento com custos de produção para garantir a margem da operação.

No interior de São Paulo, na região do município de Altair, a Agropastoril Paschoal Campanelli percebeu a importância deste processo e, em 2016, construiu a própria fábrica de ração para assegurar que ao invés de uma dieta “self-service”, com comida disponibilizada no cocho com menos controle, o gado receba o “prato feito”, ou seja, uma ração que contém, precisamente, os ingredientes que necessitam para atingir peso desejável no tempo programado de engorda.

Foi realizada uma reportagem gravada dentro da fábrica de ração no interior paulista. O sucesso do investimento viabilizou inclusive a criação de uma nova empresa para o grupo, a Tecnobeef, que hoje fornece dietas intensivas para rebanhos de outras propriedades.

“A gente está atendendo cerca de 170 propriedades no Brasil todo. Hoje ainda o maior cliente é a Agropastoril (Paschoal Campanelli), mas representa em torno de 25% do volume (de produção) da Tecnobeef. E estamos em expansão, estamos crescendo porque a gente vê no mercado um nicho que tem muito a crescer”, projetou o zootecnista da empresa Samuel Voltolino.

A fábrica produz ração a partir de até 40 matérias primas, que variam conforme sazonalidade, a disponibilidade do produto na região em determinado momento, e pela demanda de cada cliente, já que a fórmula para cada um é personalizada.

Para garantir que não haja desvios na fórmula, todo o processo é automatizado e os colaboradores, que formam uma equipe enxuta, não têm contato direto com os ingredientes da ração. Este processo garante que a ração fabricada a partir destas dezenas de componentes não tenha um desvio superior a 1% do programado.

Softwares de gestão, câmeras e profissionais capacitados para manejar a tecnologia contribuem para o monitoramento da operação, enquanto testes de laboratório confirmam a precisão do produto final.

“O foco está na gestão de qualidade, gestão de processos e de fornecedores. […] A gente trabalha com tolerância dentro da automação de 1% na variação da dosagem dos produtos e faz o acompanhamento via laboratório, tanto dos níveis de garantia dos produtos finais como do coeficiente de mistura dos misturadores, então a gente tem uma rotina de acompanhamento destes indicadores”, detalhou

Monitores estrategicamente posicionados mostram os indicadores de desempenhos da fábrica e apontam para onde será destinada a ração depois de ensacada, definindo desde a reposição de estoques do confinamento da Agropastoril Paschoal Campanelli ou para os silos de expedição, de onde seguem para outros clientes.

A Agropastoril Paschoal Campanelli deve concluir o ano de 2019 engordando em confinamento cerca de 75 mil cabeças e, para 2020, tem a meta de alcançar 100 mil animais terminados no confinamento.

Fonte: Giro do Boi

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