Confinamento: alta nos custos frustra expectativas do 2º giro

Com cenário desanimador, Assocon prevê queda significativa no número de cabeças confinadas em 2018

Por Alisson Freitas

Após os bons resultados no ano passado, sobretudo no segundo semestre, o confinamento de bovinos iniciou 2018 com perspectivas positivas. No entanto, a alta no preço dos grãos já no primeiro bimestre deixou em alerta os confinadores, que tiveram que quebrar a cabeça para conseguir garantir sua margem de lucro no primeiro giro.

Passado o primeiro semestre, o cenário permaneceu desanimador, frustando as expectativas de resultados positivos no segundo giro. “A janela para o lucro do confinamento foi muito rápida e, provavelmente, poucos conseguiram aproveitá-la”, destacou o presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Alberto Pessina.

De acordo com o executivo, o melhor período para que o produtor conseguisse bons resultados foi entre meados de junho/julho, quando o preço do milho estava “atrativo”. Na época, a saca de 60 kg do grão estava cotada em R$ 36 na região de Campinas, SP. Atualmente, o preço gira em torno de R$ 42/saca.

Além dos gastos com alimentação, Pessina destaca que a arroba não deve ter espaço para novas altas até o fim do ano.

“A oferta de gado terminado está ajustada à demanda do mercado e a pressão nos preços deve ser ainda maior nos próximos meses, com o provável aumento no abate de fêmeas”, prevê. “Isso deve forçar uma redução ainda maior no confinamento, deixando o cenário amplamente desanimador”, acrescenta.

Com o mercado fisico andando de lado, o preço do boi gordo no mercado futuro também não deve reagir. Atualmente, a arroba está cotada em torno de R$ 148,5/@ na Bolsa Brasil Balcão (B3), o que o executivo afirma não ser suficiente para cobrir os custos de produção.

Pessina destaca que o único respiro para o produtor até o momento tem sido as exportações; no entanto, ele destaca que os embarques por si só não conseguem fazer milagre. “Quem dita o preço da arroba é o consumo, que segue em baixa e não há projeção de retomada para este ano. A esperança é que a situação melhore em 2019”, concluiu.

No início do ano, a Assocon estimava aumento de 12% no animais confinados em relação as 3,4 milhões de cabeças terminadas no cocho em 2017. Em breve, a entidade deve publicar uma nova estimativa com números atualizados.

Fonte: Portal DBO

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