Conab revisa estimativas para safra de soja: Aumento na produção e exportações

Nos últimos anos, áreas de pastagens têm sido convertidas em plantações de soja e milho, com uma área cultivada nesta safra de 17,5 mil hectares.

A colheita de soja atingiu 94,3% da área cultivada no início de maio, com destaque para Mato Grosso, Paraná e São Paulo concluindo a colheita, enquanto no Maranhão, Pará e Rio Grande do Sul ela continua até maio. As produtividades foram inferiores à safra passada devido a condições climáticas adversas. A área cultivada na safra 2023/24 aumentou em 3,8%, com uma pequena redução na produtividade estimada, resultando em uma produção total de 147.684,8 mil toneladas, a segunda maior já registrada.

Em Mato Grosso, a colheita finalizou com média de produtividade de 3.156 kg/ha. No Rio Grande do Sul, onde 75% da área foi colhida, as regiões mais adiantadas têm boa produtividade, enquanto áreas de expansão enfrentam desafios devido a chuvas extremas.

Com o atraso na colheita devido às chuvas persistentes, a operação enfrenta desafios crescentes, causando prejuízos diários. As máquinas frequentemente ficam presas em atoleiros devido à umidade excessiva do solo, mesmo em áreas mais elevadas. A situação é ainda mais complicada em áreas alagadas, onde apenas máquinas com esteiras conseguem operar. As estradas de terra, essenciais para o escoamento da produção, estão em péssimas condições, exigindo tratores para auxiliar os caminhões carregados.

No Paraná, com 99% da área colhida e o restante em maturação, a produtividade estimada é de 3.170 kg/ha, uma redução de 17,9% em relação à safra anterior. As condições climáticas adversas, como falta de umidade durante fases cruciais do ciclo da cultura e altas temperaturas, contribuíram para essa diminuição, especialmente no norte e oeste do estado.

Conab revisa estimativas para safra de soja: Aumento na produção e exportações
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A presença da ferrugem asiática no final do ciclo da cultura pode afetar a produção e a produtividade. Em Santa Catarina, onde a colheita está em andamento, os rendimentos das áreas plantadas no início do ciclo são mais baixos.

A produtividade varia devido às condições climáticas ao longo do ciclo, com atrasos na semeadura e perdas de nutrientes devido a chuvas intensas em outubro e novembro de 2023. No geral, as lavouras na região serrana estão se desenvolvendo normalmente. As áreas de safrinha estão avançando para a maturação, com uma média de produtividade estimada em 3.780 kg/ha. O meio Oeste está na fase final de maturação e colheita, com condições climáticas favoráveis contribuindo para rendimentos melhores. O controle da ferrugem asiática é uma preocupação fitossanitária, mas onde foi eficaz, não causou danos significativos.

Nas áreas onde houve atraso nas aplicações de fungicidas ou uso de produtos menos eficazes, as plantas perderam folhas significativamente. Em Goiás, a colheita está quase concluída, com problemas de pragas e doenças de final de ciclo afetando a qualidade dos grãos, além de rejeição de cargas devido ao excesso de chuvas. Houve uma expansão de áreas cultivadas, principalmente no noroeste e oeste do estado, mas muitas dessas novas áreas têm baixa produtividade devido ao nível tecnológico ou à falta de palhada no solo.

Conab revisa estimativas para safra de soja: Aumento na produção e exportações
Foto: Divulgação

Em Mato Grosso do Sul, mesmo com poucas lavouras em campo durante abril, o clima teve um impacto significativo. Cultivos tardios no sudoeste e leste do estado perderam peso nos grãos devido à falta de água, enquanto os do centro-norte tiveram a qualidade afetada pelo excesso de umidade. Chuvas e tempo nublado resultaram em descontos de até 50% nas cargas devido a grãos ardidos. Além disso, houve danos causados por percevejos. Como resultado desses fatores, a estimativa de produtividade de soja em Mato Grosso do Sul foi reduzida novamente.

A colheita está praticamente finalizada

Em Minas Gerais, cerca de 98% das lavouras já foram colhidas, com produtividade variada de acordo com o período de plantio. As primeiras áreas plantadas sofreram com estiagem e altas temperaturas, mesmo as irrigadas não se beneficiaram das condições ideais. Houve um índice significativo de replantio. O segundo período de plantio, entre outubro e novembro, teve melhores condições climáticas, especialmente em relação à umidade do solo. As áreas plantadas em dezembro, fora da janela ideal, tiveram seu potencial produtivo comprometido, com infestação de mosca-branca e doenças reduzindo ainda mais a produtividade. Chuvas intensas no final de março atrasaram a colheita, resultando em vagens abertas e grãos ardidos, especialmente no Alto Paranaíba.

Neste levantamento, prevê-se uma produção de 7.790,5 mil toneladas de soja em Minas Gerais, uma queda de 6,7% em comparação com a safra anterior. Em São Paulo, as lavouras enfrentaram condições adversas durante todo o ciclo, resultando em uma produtividade média de 2.800 kg/ha, 26% menor que na última safra. No Distrito Federal, a colheita foi concluída com um aumento médio na área de 3% em comparação com a safra passada, principalmente em áreas antes ocupadas por milho de primeira safra e pastagens. Na Bahia, a redução na produtividade em relação à safra anterior se deve ao plantio fora da janela ideal e a problemas de germinação. As chuvas registradas nos últimos 30 dias não prejudicaram a colheita da soja e beneficiaram as lavouras de segunda safra, resultando em produtividades superiores.

Conab revisa estimativas para safra de soja: Aumento na produção e exportações
Crédito: Divulgação

A colheita de soja no Maranhão, em abril, alcançou 95% da área semeada, com previsão de conclusão em meados de maio. Na região sul do estado, houve uma expansão considerável da área de plantio em substituição ao milho de primeira safra. Embora tenha havido dificuldades iniciais devido à falta de água, as produtividades na região foram satisfatórias, mesmo com relatos de grãos danificados pelas chuvas durante a colheita.

Em algumas áreas, como os municípios da região dos Gerais de Balsas, a colheita já foi finalizada, enquanto em outras, como Porto Franco e Chapadas das Mangabeiras, ainda está em andamento. Nas regiões oeste e centro do estado, o plantio sofreu atrasos devido à estiagem, mas as lavouras se recuperaram com o retorno das chuvas. A colheita também começou em regiões como Alto Mearim, Grajaú, Presidente Dutra, Pindaré e Imperatriz, enquanto no leste do estado, as lavouras estão em boas condições, com parte ainda em enchimento de grãos.

Para a safra 2023/24, a área estimada de plantio de soja no Maranhão é de 1.300,2 mil hectares, representando um aumento significativo de 16,8% em relação à safra anterior, devido à expansão em todas as regiões produtoras do estado. No Piauí, também houve um aumento significativo na área devido à abertura de novas áreas e migração de áreas cultivadas com milho na safra anterior. As condições climáticas favoráveis durante quase todo o ciclo resultaram em boas produtividades, e a colheita está avançando, com apenas algumas áreas do Cerrado, médio Parnaíba e região Norte do estado ainda pendentes.

No Tocantins, o clima desfavorável levou a situações de replantio, veranicos e baixas precipitações durante fases críticas da cultura, além de temperaturas acima da média e maior pressão por mosca-branca, resultando em redução de produtividade. A colheita está quase concluída, restando apenas áreas semeadas em janeiro, principalmente no sudoeste do estado.

No Pará, houve um acréscimo de áreas não contabilizadas nos levantamentos anteriores, com a área plantada de soja atingindo 1.089,8 mil hectares, um aumento de 16% em relação à safra anterior.
No Pará, a safra de soja estava com 5% das lavouras em enchimento de grãos, 29% maturadas e 66% colhidas, principalmente nas regiões intermediárias de Castanhal e Santarém, além de Redenção e BR-163, onde a colheita já foi concluída. O clima instável e chuvoso dificultou a colheita e prejudicou a armazenagem, mas apesar disso, a produtividade aumentou em 6,7% em relação à safra anterior.

Em Rondônia, as áreas do sul do estado foram favorecidas pelas chuvas desde o plantio, enquanto na região centro/norte houve atrasos devido à falta de chuvas até dezembro. Atualmente, o clima está estável e as colheitas estão sendo concluídas, embora ainda existam áreas em fase de maturação dos grãos.

Crédito: Divulgação

No Amazonas, o início da safra foi marcado por estiagem severa, resultando em replantios em várias áreas. Apesar das dificuldades climáticas, houve um avanço significativo nas áreas plantadas devido à flexibilização das licenças para o cultivo de soja.

No Acre, o plantio de soja foi afetado pelo baixo volume de chuvas em outubro e novembro devido ao fenômeno do El Niño. No entanto, a regularização das chuvas a partir de dezembro permitiu um bom desenvolvimento da cultura, embora as chuvas frequentes tenham dificultado a colheita em alguns municípios. Nos últimos anos, áreas de pastagens têm sido convertidas em plantações de soja e milho, com uma área cultivada nesta safra de 17,5 mil hectares.

Oferta e demanda

A Conab revisou a estimativa da área plantada de soja e reduziu a estimativa de produtividade. Como resultado, a produção de grãos de soja para a safra 2023/24 foi aumentada em 1,16 milhão de toneladas, alcançando 147,68 milhões de toneladas. As exportações também foram ajustadas para cima em 246 mil toneladas, totalizando 92,5 milhões de toneladas. Houve um ajuste nas perdas de 60 mil toneladas, resultando em estoques finais de 3,34 milhões de toneladas. Não houve alterações nas estimativas de esmagamento e nos quadros de oferta de óleo de soja e farelo de soja.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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