A estimativa sugere que menos de 60 toneladas de soja separam os dois estados sulistas, aumentando a competição histórica; confira
Na última quinta-feira (9), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 2º Levantamento da Safra 2023/24, indicando uma estimativa recorde para a produção de soja no Brasil, atingindo a marca de 162,4 milhões de toneladas. Surpreendendo o mercado, a Conab não apenas manteve suas projeções diante dos desafios climáticos, mas também elevou a estimativa em 400 mil kg em comparação com a previsão anterior.
Apesar dos desafios enfrentados pelos agricultores, como relatos de replantio, chuvas mal distribuídas e abaixo da média no Centro-Oeste, juntamente com o excesso de precipitação no Sul, a produção de soja no país mostra resiliência. O estado de Mato Grosso continua a liderar como o principal produtor, estimando atingir 44,3 milhões de toneladas na safra 2023/24.
O posto de segunda maior produtora, historicamente disputado pelo Paraná e Rio Grande do Sul, revela uma competição acirrada na temporada atual. A Conab projeta números próximos entre os dois estados:
- Rio Grande do Sul: 21.887,8 milhões de toneladas, representando um aumento significativo de 68,1% em relação ao ciclo passado.
- Paraná: 21.947,4 milhões de toneladas, registrando um aumento modesto de 2% em comparação com 22/23.
A estimativa sugere que menos de 60 toneladas de soja separam os dois estados sulistas, aumentando a competição histórica.
Área e produtividade de soja
Em termos de área semeada, o Rio Grande do Sul liderou com 6,55 milhões de hectares, um aumento de 1,8% em relação ao ciclo anterior. O Paraná projeta uma área de 5,79 milhões de hectares, 0,2% superior a 22/23.
Quanto à produtividade, os números revelam variações notáveis:
- Rio Grande do Sul: 3.280 kg/ha (54,6 sacas), um aumento notável de 65,2% em comparação com a safra anterior.
- Paraná: 3,777 kg/ha (62,9 sacas), registrando um nível de redução de 2,2% em relação ao último ciclo.
O levantamento da Conab destaca Mato Grosso como o líder nacional em área de soja, com 12,3 milhões de hectares.
Em relação ao rendimento médio por hectare, a Bahia permanece na liderança desde a safra 2020/21, com 3.870 kg por hectare (64,5 sacas). No entanto, espera-se um desempenho 3,7% inferior aos 4.020 kg/ha (67 sacas) registados em 22/23. A produção de soja no Brasil continua surpreendendo a todos, embora também enfrente desafios relacionados às mudanças climáticas e outras variações.
Impactos significativos para produtores e agronegócio nacional
A estimativa recorde de produção de soja para a safra 2023/24 traz consigo uma série de impactos notáveis para os produtores e o agronegócio nacional.
Para os produtores:
Rentabilidade e renda: A produção recorde fornece aos produtores uma oportunidade única de aumentar sua rentabilidade e renda. Com uma oferta robusta, espera-se que os preços da soja no mercado internacional e interno permaneçam competitivos, beneficiando diretamente os agricultores.
Desafios climáticos superados: Apesar dos desafios enfrentados, como replantios e condições climáticas adversas, a capacidade de recuperação da produção destaca-se pela resiliência dos produtores brasileiros. A revisão positiva das projeções pela Conab é um testemunho da eficiência e adaptabilidade do setor agrícola.
Competição entre estados: Uma competição acirrada entre Paraná e Rio Grande do Sul pelo posto de segundo maior produtor intensifica o dinamismo e a competitividade entre os agricultores desses estados. Isso pode estimular práticas inovadoras e eficiência na gestão agrícola.
Para o agronegócio nacional:
Contribuição para a balança comercial: A expressiva produção de soja reforça o papel fundamental do agronegócio brasileiro na balança comercial. O aumento da oferta de exportação fortalece a posição do país como um dos maiores exportadores globais de soja, contribuindo para o superávit nesse quesito.
Influência nos preços globais: A produção recorde exerce influência sobre os preços globais da soja. Uma oferta adicional pode gerar pressão de baixa nos preços internacionais, o que, por sua vez, afeta as negociações e contratos do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
Impulso para a indústria de processamento: Com uma oferta abundante de soja, a indústria de processamento de grãos no Brasil pode experimentar um aumento na produção de óleo, farelo e outros subprodutos. Isso não apenas impulsiona a cadeia produtiva, mas também contribui para setores como alimentação animal, biodiesel e outros.
Desafios logísticos: O aumento da produção pode gerar desafios logísticos, especialmente no transporte e armazenamento. A necessidade de infraestrutura eficiente para escoamento da produção torna-se crucial para evitar gargalos que possam impactar a distribuição e exportações.
Em resumo, a produção recorde de soja na Safra 2023/24 traz uma série de oportunidades e desafios para os produtores e o agronegócio brasileiro. O setor deve estar atento à gestão eficiente dos recursos e à adaptação às condições variáveis para melhorar os benefícios dessa safra histórica.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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