
O Boletim mostra, ainda, que em parte do Semiárido do Nordeste persistiu o déficit hídrico, prejudicando as lavouras de feijão e milho.
São Paulo, 5 – Os maiores volumes de chuva ocorreram no Centro-Norte do País no mês passado, contribuindo para a manutenção da umidade no solo e, de forma geral, para o desenvolvimento dos cultivos. A avaliação é do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Apesar do excesso de precipitações interferirem na semeadura dos cultivos e na evolução da colheita, as chuvas beneficiaram o enchimento de grãos dos cultivos de primeira safra, além do início do desenvolvimento do milho segunda safra”, destaca comunicado do informativo.
O Boletim mostra, ainda, que em parte do Semiárido do Nordeste persistiu o déficit hídrico, prejudicando as lavouras de feijão e milho. Já no Rio Grande do Sul as chuvas amenizaram a condição de restrição hídrica de parte das lavouras, mas as altas temperaturas intensificaram a perda de umidade do solo.
No caso da soja, apesar do atraso na semeadura, o índice vegetativo da atual safra evoluiu acima da média e do ciclo passado durante a maior parte do período reprodutivo, em virtude das condições climáticas favoráveis e do menor escalonamento do plantio. Contudo, no sudoeste de Mato Grosso do Sul e no noroeste do Rio Grande do Sul, houve uma desaceleração no crescimento do índice da safra atual em dezembro e janeiro, em virtude da falta de chuvas e das altas temperaturas que afetaram parte das lavouras.
A colheita do milho primeira safra em Minas Gerais foi iniciada com concentração das operações em pequenas áreas sob pivô na região do Triângulo Mineiro. “Nas demais regiões produtoras, as lavouras continuam entre as fases de floração e maturação, com boas condições gerais, exceção feita à algumas áreas no Leste do Estado, que perderam potencial produtivo pela escassez de precipitações. No Paraná, as chuvas ocorreram de forma irregular entre as principais regiões produtoras ao longo do mês, chegando a causar impacto, pontual, no avanço da colheita, mas foi considerado positivo para o desenvolvimento das lavouras mais tardias, que ainda estão na fase de enchimento de grãos.
A semeadura do milho segunda safra em Minas Gerais já começou, mas continua com uma evolução limitada em virtude de irregularidade das chuvas e/ou atraso na colheita de soja que antecede o plantio dessa cultura. Em Mato Grosso, a semeadura está atrasada em relação à safra passada. Contudo, as chuvas menos volumosas tem favorecido a colheita da soja e a instalação do milho 2ª safra, além de beneficiado o desenvolvimento inicial dessas lavouras.
Já as lavouras de arroz estão, de maneira geral, em boas condições, por causa da incidência solar e da disponibilidade hídrica para irrigação. Muitas áreas no Estado gaúcho, principal produtor no País, estão em fase final de maturação, tendo sido iniciada a colheita. As últimas precipitações foram importantes no aporte hídrico dos mananciais. Em Santa Catarina, as áreas colhidas têm apresentado boa produtividade e qualidade do grão em função do clima favorável durante o ciclo da cultura.