Essa alta na estimativa não reflete as reais perdas que o Rio Grande do Sul enfrentará, especialmente na produção de soja. Consultorias privadas estimam que o Estado pode ter perdas entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas do grão, números que não foram considerados pela Conab; confira
O oitavo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado nesta terça-feira (14/5) trouxe números que, embora indicativos, apresentam um quadro pouco preciso da realidade. Isso ocorre devido ao levantamento dos dados ter sido realizado na última semana de abril, antes das intensas chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul.
Edegar Pretto, presidente da Conab, ressaltou que ainda não é possível determinar com precisão as perdas no setor agrícola do Estado. As inundações e o difícil acesso às propriedades impedem uma avaliação detalhada. Além disso, neste momento, a prioridade é garantir o abastecimento e o bem-estar das pessoas afetadas pelas chuvas, incluindo o acesso à alimentação.
“Não é possível ainda ter precisão nas perdas para o setor no Estado. Os níveis de água estão elevados e o acesso às propriedades é difícil, impossibilitando que se faça uma avaliação mais detalhada. E vale ressaltar que neste primeiro momento a preocupação é com as vidas e com a garantia do abastecimento, fazer com que as pessoas atingidas pelas chuvas tenham o direito ao básico, como a alimentação”, diz em nota.
A Conab anunciou um aumento na estimativa da safra de grãos e fibras, passando de 294,07 milhões de toneladas em abril para 295,45 milhões. Essa revisão para cima baseou-se em um aumento das áreas de cultivo em estados como Maranhão, Goiás, Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Entretanto, essa alta na estimativa não reflete as reais perdas que o Rio Grande do Sul enfrentará, especialmente na produção de soja. Consultorias privadas estimam que o Estado pode ter perdas entre 2,5 milhões e 3 milhões de toneladas do grão, números que não foram considerados pela Conab.
A produção de soja foi divulgada em 147,7 milhões de toneladas, representando uma queda de 4,5% em relação à safra passada, mas um aumento de 0,9% em comparação com o mês anterior.
No caso do arroz, a situação é semelhante. A Conab estima a produção nacional em 10,5 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior. No entanto, o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da colheita nacional, enfrenta perdas significativas devido às chuvas.
Quanto ao feijão, as atenções estão voltadas para a segunda safra, que apresenta um bom desenvolvimento, com uma estimativa de produção de 3,3 milhões de toneladas, um aumento de 9,5% em relação à temporada passada.
O milho, por sua vez, terá uma colheita estimada em 111,64 milhões de toneladas, uma redução de 15,4% em comparação com a safra anterior. As condições climáticas adversas afetaram principalmente a primeira safra do cereal, com produtividades inferiores em vários estados produtores.
No setor do algodão, a previsão é de uma safra recorde de 5,2 milhões de toneladas, um aumento de 14,8% em relação ao ciclo passado, devido às condições climáticas favoráveis.
Já as culturas de inverno, como o trigo, estão enfrentando atrasos no plantio devido aos altos índices pluviométricos, especialmente no Rio Grande do Sul.
Apesar do otimismo da Conab em relação à safra nacional, é importante ressaltar que as estimativas não refletem as perdas reais que o Rio Grande do Sul enfrentará. Ainda é necessário avaliar os danos causados pelas chuvas e inundações, que continuarão sendo monitorados conforme a situação do estado se estabilize.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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