O Brasil está sendo visto como potência no combate às pragas e doenças, utilizando bioinsumos e detendo os melhores indicadores da agricultura regenerativa.
A sustentabilidade tornou-se item obrigatório nas negociações internacionais, e, neste sentido, uma pesquisa mundial revelou que os produtores rurais brasileiros já colocam em prática o quê muitos países ainda veem apenas como uma “agricultura do futuro”, ou desafio a ser conquistado.
O Brasil está sendo visto como potência global no combate às pragas e doenças, utilizando bioinsumos e detendo os melhores indicadores da chamada agricultura regenerativa. Por agricultura regenerativa, entende-se aquela que utiliza processos que impactam positivamente a biodiversidade, vindo a melhorar a qualidade do solo, da água e do ar.
Nos últimos meses, compactuando com essa constatação, profissionais da consultoria norte-americana McKinsey foram a campo e ouviram 5,5 mil agricultores de três continentes, com o objetivo de sondar quão presentes as práticas sustentáveis estão no dia a dia do cultivo de milhões de hectares de lavouras mundo afora.
Os estudos obtiveram resultados que contradizem as premissas daqueles que insistem em atacar o agronegócio e colocá-lo em oposição ao meio ambiente. Quando se adotam métricas objetivas de avaliação, fica mais difícil – tanto os críticos internos quanto para os concorrentes internacionais – desqualificar o agro brasileiro.
Nenhum outro país, segundo apontou o levantamento da McKinsey, se aproxima do nível de adesão dos brasileiros ao uso de produtos biológicos – no intuito de controlar as pragas e doenças, assim como para o crescimento das plantas e fertilização dos solos.
Já com relação à proteção das lavouras, os produtos biológicos já são adotados por 55% dos nossos produtores, contra 23% na União Europeia, 8% na China, 6% nos Estados Unidos, 5% no Canadá, 4% na Argentina e 3% na Índia. E zero por cento dos agricultores brasileiros “nunca ouviu falar dos biológicos”, enquanto o assunto é desconhecido para 62% dos chineses e 34% dos americanos.
O mercado dos bioinsumos, aqui no Brasil, cresce a taxas de 50% ao ano, contra uma média global de 15%. Não se trata de mera substituição dos defensivos químicos, mas, sim, de uma estratégia complementar dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP) – o qual previne a resistência aos pesticidas, ao mesmo tempo em que reduz os custos e a quantidade de aplicações. Os ganhos se estendem, ainda, na indução do crescimento das plantas e no melhor aproveitamento dos nutrientes disponíveis no solo.
No que diz respeito aos bioestimulantes, aproximadamente 50% dos produtores brasileiros já lançam mão desses recursos, contra 28% os agricultores na União Europeia, 23% na China, 16% nos Estados Unidos, 11% na Argentina, 9% no Canadá e 3% na Índia. A liderança também é significativa quanto à utilização dos adubos orgânicos: 36% dos produtores brasileiros usam, contra 25% dos europeus, 22% dos chineses, 12% dos americanos, 11% dos indianos, 7% dos canadenses e 6% dos argentinos.
Os produtores brasileiros destacam-se, ainda, na adoção ou na intenção de adoção de outras práticas amigáveis ao meio ambiente, como o plantio direto, os cultivos de cobertura e as técnicas de aplicação de fertilizantes de liberação lenta e com taxas variáveis.
De acordo com a pesquisa McKinsey, o cultivo agrícola direto na palha é prática declarada, ou está no radar de curto prazo, de 83% dos produtores comerciais brasileiros, contra 69% dos canadenses, 67% dos europeus, 60% dos americanos, 11% dos indianos e 9% dos chineses. Já em relação às culturas de cobertura (para evitar que o solo fique descoberto nas entressafras), apenas os europeus estão à frente dos brasileiros, com 82% de adesão contra 59%, enquanto 50% dos americanos e 53% dos chineses declararam adotar a prática. Na aplicação direcionada de fertilizantes e com taxas variáveis, os brasileiros são os únicos a adotarem a prática acima de 50%.
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