A compra dos insumos necessários a produção é de vital importância para a sustentabilidade financeira do produtor, mas como reduzir os custos de aquisição?
Por: Eng. Agr. Marcos Botelho
O custo de se produzir soja no Brasil é 153% maior do que na Argentina e 63% maior do que no Uruguai enquanto o custo de produção do milho brasileiro é 55% maior que o argentino1; sendo que o produtor brasileiro, em média, paga 86% mais caro nos insumos que os produtores do Mercosul2; e em um período de 9 anos os custos da produção da soja brasileira subiram 102%3, ou seja, um aumento anual de 8%; e tudo isso fica ainda mais grave quando se considera que, em média, os insumos agrícolas representam 53% do custo total de produção da soja4.
Fica claro que a compra dos insumos necessários a produção é de vital importância para a sustentabilidade financeira do produtor, contudo, o processo de compra desses insumos pouco evoluiu nas últimas décadas, e a área/função de compras dos produtores se encontra com grande defasagem em relação as estratégias, práticas e tecnologias empregadas nas áreas de compras das empresas industriais e de varejo, ou seja, a despeito de toda a evolução tecnológica experimentada pelo agronegócio brasileiro, a despeito de toda capacidade de inovação e adoção de novas tecnologias por parte dos produtores, continuamos a comprar, basicamente, da mesma forma que há décadas atrás e, mais grave ainda, sem reconhecer a necessidade de modernizar a área/função de compras de insumos com a adoção de novas estratégias, práticas, planejamento e tecnologia.
Muita coisa precisa ser feita para se modernizar a área/função de compras de insumos, eis algumas delas e que todo produtor pode considerar utilizar sem nenhum ou quase nenhum gasto/investimento, mas que poderá resultar em significativa redução nos custos de aquisição dos insumos, diminuindo o custo de produção sem prejudicar a utilização de tecnologia, resultando em um menor custo por saco produzido, melhorando a lucratividade e a sustentabilidade do produtor, sendo que, tanto maior serão os benefícios para o produtor quanto maior for a adoção das práticas que se recomenda a seguir:
Não deixe de manter atualizado o histórico de compras por produto/fornecedor.
Estabeleça metas de preço para cada insumo a ser comprado e compare essas metas com os resultados alcançados e aprenda com os resultados.
Planeje a sua compra.
Não postergue desnecessariamente ou especulativamente as suas compras.
Não se torne jamais refém do prazo de entrega.
Tome decisões racionais e objetivas. MUITO IMPORTANTE! NÃO tome decisões de compras baseadas em emoções, relacionamentos, gratificações (brindes, presentes, viagens, pescarias, etc.), programas de “rebates” e de fidelização, pois, não se iluda, você está pagando por tudo isso! Seja frio e calculista- compre pela melhor relação custo x benefício.
Não compre pacotes, compre produtos.
Não dependa do fornecedor.
Não compre crédito, compre insumo!
Compre direto! Lembre-se, em média, 43% do preço que o produtor paga pelo insumo não se relaciona com o produto comprado- são para cobrir as despesas com vendas, marketing e distribuição que os fabricantes têm5.
Faça cotação com o maior número possível de fornecedores.
Use, o máximo possível, o leilão, especialmente o leilão holandês para comprar- nada dá mais resultado!
Tenha poder de barganha- não compre pouco: concentre as suas compras; participe de um grupo de compras; ou crie um grupo de compras.
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Priorize as negociações e a intensidade dessas negociações de acordo com a importância de cada insumo na estrutura de custo da produção.
Se transforme em um mestre na utilização das táticas de negociação (táticas suaves e táticas agressivas).
A plataforma digital AGD – AGRONEGÓCIO DIRETO (www.agd.com.br) já lhe permite aplicar de forma fácil, rápida e eficiente as recomendações 1, 2, 10, 11, 12 e 13, portanto, se associe agora mesmo e comece a usar essas boas práticas para reduzir os seus custos e aquisição de insumos.
Fonte: Notícia Agrícolas