O Grupo Horita, figura proeminente no cenário do agronegócio brasileiro, é sinônimo de excelência na produção de algodão. Situada no coração do Oeste da Bahia, essa empresa destaca-se não apenas pela sua relevância econômica, mas também pelo seu compromisso com a sustentabilidade e a inovação; conheça essa gigante do setor
O setor agrícola brasileiro é notório por abrigar algumas das maiores e mais inovadoras empresas do mundo, responsáveis por colocar o Brasil entre os principais produtores globais de alimentos e fibras. Essas corporações destacam-se não apenas pela escala de suas operações, mas também pelo uso intensivo de tecnologia, sustentabilidade e eficiência produtiva. Dentro desse seleto grupo, o Grupo Horita emerge como um exemplo de excelência, destacando-se na produção de soja, milho e, sobretudo, algodão, no Oeste da Bahia.
Neste artigo da Compre Rural, exploraremos a trajetória impressionante do Grupo Horita, desde suas raízes no Japão até a consolidação como uma potência agrícola no Brasil. Analisaremos como a busca incessante pela perfeição em cada etapa do processo produtivo e a integração de práticas sustentáveis permitiram à empresa alcançar altos índices de produtividade e qualidade. Além disso, discutiremos as estratégias de inovação e gestão que sustentam o sucesso contínuo da empresa, bem como seu impacto social e ambiental positivo na região.
Uma jornada de sucesso
A trajetória do Grupo Horita é uma narrativa de perseverança e visão estratégica que começou em 1938, quando a família Horita deixou o Japão rumo ao Brasil. Kitaru Horita, sua esposa e filhos desembarcaram em Santos, São Paulo, após uma longa viagem de 45 dias, em busca de novas oportunidades. Inicialmente trabalhando como empregados em fazendas de algodão e café, a família enfrentou desafios culturais e linguísticos significativos. No entanto, sua determinação levou-os a adquirir suas primeiras terras em 1946, no município de Olímpia, São Paulo, onde começaram a plantar hortaliças e vender seus produtos localmente.
Nos anos seguintes, os Horita expandiram suas operações para o Norte do Paraná, onde adquiriram um sítio de 30 alqueires e diversificaram suas culturas, incluindo café, soja, milho e trigo. A década de 1970 marcou o início da mecanização de suas lavouras, um passo crucial para aumentar a eficiência e a produtividade. Em 1984, movidos pela visão de novas oportunidades, os jovens Walter, Wilson e Ricardo Horita, apoiados por seu pai Satoshi, decidiram investir na região do cerrado baiano, uma área promissora, mas ainda subdesenvolvida. Este movimento estratégico, embora arriscado, foi fundamental para o crescimento exponencial do grupo.
Hoje, o Grupo Horita é uma potência agrícola no Oeste da Bahia, com aproximadamente 150 mil hectares de terras cultivadas. A empresa destaca-se não apenas pela escala de sua operação, mas também pela qualidade de seus produtos e o uso de tecnologia de ponta. Com uma frota moderna de equipamentos e uma infraestrutura robusta, incluindo unidades de beneficiamento de algodão e grandes capacidades de armazenagem de grãos, o grupo continua a elevar os padrões da agricultura brasileira.
O sucesso da empresa é sustentado por uma filosofia de produção que valoriza a sustentabilidade, o progresso social e o desenvolvimento econômico, refletindo um compromisso profundo com a excelência em todas as suas atividades.
Busca contínua pela excelência
A busca incessante pela perfeição em cada etapa do processo produtivo é um dos pilares que sustentam o sucesso do grupo. Desde o preparo do solo até a colheita e o beneficiamento, cada fase é meticulosamente planejada e executada com precisão. O uso de tecnologia avançada, como tratores automatizados e sistemas de irrigação de última geração, garante que as operações sejam realizadas com máxima eficiência. Além disso, a capacitação contínua de seus colaboradores assegura que todos os envolvidos estejam alinhados com os altos padrões de qualidade exigidos pela empresa.
Esse compromisso com a excelência é evidente nos impressionantes índices de produtividade alcançados em suas lavouras de algodão, soja e milho. A integração de práticas sustentáveis é outro aspecto fundamental da estratégia da firma, permitindo não apenas a preservação ambiental, mas também a viabilidade econômica a longo prazo. A empresa adota uma abordagem holística para a gestão de seus recursos naturais, incluindo o uso racional da água, a preservação de áreas de reserva legal e a implementação de técnicas de rotação de culturas. Estas práticas não apenas mantêm a fertilidade do solo, mas também reduzem o impacto ambiental das atividades agrícolas.
A correta destinação de resíduos e a minimização do uso de insumos químicos são exemplos de como o grupo integra sustentabilidade em seu modelo de negócio, contribuindo para a saúde do ecossistema e a segurança alimentar. Graças a essa combinação de busca pela perfeição e sustentabilidade, o Horita conseguiu se destacar como um líder em produtividade e qualidade no setor agrícola brasileiro. Suas operações não apenas produzem volumes significativos de algodão, soja e milho, mas também garantem que esses produtos atendam aos mais rigorosos padrões de mercado.
Algodão em números
O algodão se destaca como a principal fonte de receita da empresa, que começou suas operações com 1,2 mil hectares e hoje administra um conglomerado agrícola de 150 mil hectares totais, dos quais 115 mil são cultivados. Na atual safra, os Horita plantaram 40 mil hectares de algodão em suas fazendas localizadas em Correntina, São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Com uma colheita que se inicia em junho, a expectativa é de alcançar uma produtividade de 360 arrobas por hectare, um pouco abaixo das 380 arrobas obtidas na temporada anterior.
Walter Horita acredita firmemente no potencial do Brasil para superar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador mundial de algodão ainda em 2024. A empresa está bem posicionada para essa conquista, graças à disponibilidade de terras, tecnologia avançada e uma produtividade de cerca de 300 arrobas por hectare, que é mais que o dobro da americana, de 160 arrobas. Além disso, a qualidade do algodão brasileiro é comparável à americana, mas sem a dependência de pesados subsídios governamentais. Walter enfatiza que, para competir ainda mais eficazmente no mercado global, o Brasil precisa de maiores investimentos em infraestrutura de portos e estradas para reduzir os custos logísticos associados à exportação.
Investimento em sustentabilidade e impacto social
A sustentabilidade é um pilar central nas operações do Grupo Horita, refletindo um compromisso profundo com a preservação ambiental e a utilização responsável dos recursos naturais. A empresa implementa práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas e o uso racional da água, garantindo a manutenção da fertilidade do solo e a redução do impacto ambiental. Além disso, a firma preserva áreas de reserva legal e adota técnicas de manejo integrado de pragas, minimizando o uso de insumos químicos. A gestão de resíduos é feita de maneira cuidadosa, assegurando a destinação correta e a redução de impactos negativos no ecossistema. Essas iniciativas não apenas promovem a saúde ambiental, mas também contribuem para a longevidade e a sustentabilidade econômica das operações agrícolas.
No aspecto social, o grupo se destaca pelo compromisso com o progresso social e o bem-estar de seus colaboradores e das comunidades ao redor. A empresa mantém políticas de remuneração justas e investe continuamente na capacitação e no desenvolvimento profissional de seus mais de 900 funcionários, que incluem engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, pilotos, administradores e trabalhadores de campo. Ainda, a instituição apoia projetos sociais nas comunidades onde está inserida, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida local. Essa abordagem integrativa reforça os valores da empresa, promovendo um ambiente de trabalho harmonioso e sustentável, e destacando-se como um exemplo de responsabilidade social no setor agrícola brasileiro.
Oeste da Bahia e seu grande impacto
O Oeste da Bahia se tornou um pilar fundamental do agronegócio brasileiro, graças às suas terras férteis e abundância hídrica, que, combinadas com técnicas agrícolas avançadas como a agricultura de precisão e o plantio direto, transformaram a região em um celeiro de produtividade. Desde a abertura da fronteira agrícola há pouco mais de quatro décadas, os resultados são notáveis, com a área de soja crescendo de 850 mil hectares em 2003 para 1,6 milhão de hectares em 2022, e a produção de algodão saltando de 240 mil para 1,3 milhão de toneladas no mesmo período.
O impacto econômico do agronegócio nessa região é significativo, com municípios como São Desidério, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães figurando entre os mais ricos do Brasil no setor. A atividade agrícola não só gera empregos diretos e indiretos, mas também movimenta o comércio local, impulsionando o desenvolvimento regional. A vice-presidente da Faeb, Carminha Missio, destaca que a região é um “celeiro de oportunidades“, devido à sua vocação agrícola e recursos naturais abundantes.
Esse sucesso é fruto do esforço coletivo dos agricultores e de investimentos contínuos em pesquisa e capacitação. Entidades como a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação dos Produtores de Algodão da Bahia (Abapa) desempenham um papel crucial ao promover a cooperação e a inovação. Além disso, programas de qualificação, como os oferecidos pelo Senar e pelo SPRLEM, garantem que os trabalhadores rurais estejam preparados para enfrentar os desafios do campo, elevando ainda mais os padrões de produção e qualidade de vida na região.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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