Como o Grupo Fienile transforma a produção com irrigação por luz artificial e nanotecnologia

Essas tecnologias, capazes de aumentar a produtividade de forma significativa – aumento de até 80% na produção -, estão transformando a maneira como os agricultores cultivam suas terras, permitindo que superem barreiras climáticas, utilizem menos recursos naturais e alcancem maior qualidade nos alimentos.

No cenário desafiador do agronegócio, onde o clima imprevisível e a demanda por produtividade sustentável pressionam cada vez mais os produtores, inovações tecnológicas surgem como grandes aliadas. O Grupo Fienile, pioneiro em soluções disruptivas, está à frente dessa revolução com uma abordagem ousada: irrigação por luz artificial e o uso de nanotecnologia no campo. Essas tecnologias, capazes de aumentar a produtividade de forma significativa, estão transformando a maneira como os agricultores cultivam suas terras, permitindo que superem barreiras climáticas, utilizem menos recursos naturais e alcancem maior qualidade nos alimentos.

Neste conteúdo, em uma entrevista concedida com exclusividade ao nosso Diretor de Conteúdo, Thiago Pereira, o agricultor, fundador e CEO Grupo Fienile, Gustavo Alexandre Grossi conta como essas inovações estão reescrevendo o futuro da agricultura, e como o Grupo Fienile tem liderado essa mudança, criando soluções que podem mudar para sempre o modo de produzir alimentos no Brasil e no mundo.

A busca por inovações que possam superar os desafios do agronegócio, como mudanças climáticas e aumento da demanda por alimentos, tem levado empresas como o Grupo Fienile a repensar o uso de tecnologias no campo. Segundo Gustavo Alexandre Grossi, a adoção da irrigação por luz artificial surgiu de uma descoberta inusitada, observada no próprio campo. “Notamos que, em uma área específica da fazenda, onde havia a luz de um poste, tanto o milho quanto a soja cresciam de maneira significativa. A produção era muito superior, mas não tínhamos ideia de que a luz era o fator responsável”, compartilhou Grossi.

O caminho para entender esse fenômeno não foi fácil. “Foram seis meses até descobrirmos que a luz era o agente de transformação. Na época, não havia LEDs adequados para ambientes externos, e a maioria dos estudos focava em cultivos indoor. Implementar essa tecnologia no pivô de irrigação foi um grande desafio,” relembra ele. A empresa enfrentou barreiras tecnológicas, pois os LEDs disponíveis eram projetados para funcionar a apenas 30 ou 40 cm da planta, o que não se aplicava ao cenário em campo aberto.

Fundador e CEO Grupo Fienile, Gustavo Alexandre Grossi

Tecnologia e sustentabilidade no centro da produção

Apesar das dificuldades, os resultados são impressionantes. “Temos publicações científicas que comprovam um aumento de 54% na produção, mas em alguns materiais conseguimos chegar a até 70% ou 80%, especialmente em silagem de milho, que quase dobrou sua produção no Rio Grande do Sul”, afirmou Grossi.

Essa tecnologia, além de aumentar a produtividade, oferece uma solução sustentável, um fator cada vez mais cobrado pelo mercado global. O uso da luz artificial, conforme explica Gustavo, impacta diretamente na nutrição e no desenvolvimento das plantas. “Quando a planta está bem nutrida, ela precisa de menos água e, consequentemente, você reduz o uso de energia. A luz também diminui o estresse da planta, melhorando sua resistência às variações climáticas”, destacou.

Confira abaixo o bate papo completo com o fundador e CEO Grupo Fienile, Gustavo Alexandre Grossi:

1. O Grupo Fienile tem sido pioneiro em inovações tecnológicas no setor agropecuário. Como surgiu a ideia de desenvolver a irrigação por luz artificial, e quais foram os principais desafios enfrentados na implementação dessa tecnologia?

A ideia surgiu ao observarmos um poste de luz em nossa propriedade em Minas Gerais, que estava impactando positivamente o crescimento de milho e soja. Inicialmente, pensamos que era devido a fatores do solo, como fertilidade ou uso de adubos, até que, após seis meses, percebemos que o aumento de produção era causado pela luz artificial. Decidimos então integrar essa tecnologia ao pivô de irrigação, pois não seria viável espalhar postes pela lavoura. Um dos grandes desafios foi a falta de LED apropriado para o campo, pois os disponíveis na época eram destinados para ambientes indoor. Trabalhar com LEDs em pivôs a 4 ou 5 metros de altura foi bastante complicado, mas alcançamos sucesso.

2. A luz artificial é capaz de aumentar a produção em até 70%, segundo dados do Grupo Fienile. Quais são os fatores que contribuem para esse aumento significativo? Há culturas específicas que se beneficiam mais dessa tecnologia?

A luz artificial não é absorvida diretamente pela planta para fotossíntese, mas proporciona estímulos que melhoram seu desenvolvimento. Isso leva a uma necessidade maior de nutrição, água e outros recursos, estimulando a planta a crescer mais. O aumento de produção depende de uma série de fatores, como a reestruturação do solo, que aumenta a retenção de umidade e melhora a nutrição da planta. A tecnologia se adapta a qualquer tipo de planta e região, bastando apenas ajustes no tempo de aplicação da luz.

3. Em relação à sustentabilidade, como a irrigação por luz artificial pode contribuir para uma agricultura mais eficiente e menos dependente de recursos hídricos tradicionais?

Com a melhoria da estrutura do solo e a retenção de água, a planta consegue conservar mais umidade, resultando em menos necessidade de irrigação e energia. A luz artificial faz parte de um conjunto de ações que reduz o estresse da planta, garantindo que ela tenha acesso a nutrientes e água ao longo de seu ciclo. Dessa forma, o uso de água e energia é otimizado, e a utilização de químicos é reduzida, promovendo uma agricultura mais sustentável.

4. O Brasil, com sua diversidade de biomas e condições climáticas, apresenta desafios únicos para o agronegócio. Como a tecnologia de luz artificial pode ser adaptada para diferentes regiões agrícolas do país, como o Cerrado e a Amazônia?

A luz artificial se adapta facilmente a qualquer região do Brasil. Como ela é um fator essencial para todas as plantas, o que se deve ajustar são as horas de exposição à luz, especialmente durante noites ou dias nublados e chuvosos, quando a planta não consegue realizar fotossíntese. O uso de pesquisas e o desenvolvimento de mais informações são essenciais para adaptar a tecnologia a cada ecossistema.

5. Recentemente, o agronegócio brasileiro vem enfrentando desafios relacionados às mudanças climáticas e à pressão por maior produtividade. Na visão do Grupo Fienile, como a luz artificial pode desempenhar um papel crucial no futuro da agricultura sustentável?

As mudanças climáticas demandam o uso de tecnologias para superar períodos de estiagem e outros desafios climáticos. A luz artificial acelera o metabolismo da planta, favorecendo a produção de carboidratos e açúcares, o que aumenta a resistência da planta. Essa tecnologia, junto com outras inovações, pode ser crucial para manter a produtividade e superar os desafios climáticos.

6. Quais são as expectativas do Grupo Fienile para o uso em larga escala da irrigação por luz artificial no Brasil? Vocês já observaram interesse crescente por parte de grandes produtores rurais?

Há um interesse crescente por parte dos agricultores, mas o acesso ao financiamento é uma barreira. Muitos produtores estão curiosos sobre a tecnologia, seus benefícios e seu impacto na qualidade dos alimentos, mas as dificuldades no acesso a crédito têm limitado a expansão.

7. Considerando o avanço dessa tecnologia, como o Grupo Fienile tem colaborado com universidades, centros de pesquisa ou outros parceiros do setor para aprimorar o desenvolvimento de soluções voltadas à iluminação artificial?

O Grupo Fienile trabalha em parceria com universidades, grupos de pesquisa e empresas privadas para desenvolver tecnologias e formar profissionais especializados. O grupo é pioneiro no estudo de suplementação luminosa e continua a evoluir, pesquisando, inclusive, como diferentes cores de luz influenciam a produção e a qualidade das culturas.

8. Além do aumento da produtividade, a tecnologia de iluminação artificial pode ter outros impactos, como a redução de pragas ou a melhoria na qualidade dos alimentos? Existem estudos que mostrem benefícios indiretos dessa inovação?

A luz artificial pode melhorar a qualidade dos alimentos, pois seu uso está associado à nutrição da planta e ao manejo do solo. A tecnologia também ajuda na redução do uso de químicos, promovendo um cultivo mais saudável e sustentável. O aumento de produtividade e qualidade dos alimentos é um benefício direto dessa inovação.

9. O Brasil é um grande exportador de produtos agrícolas. A luz artificial pode ser um diferencial competitivo para os produtores brasileiros em relação aos concorrentes internacionais?

Sim, a luz artificial pode se tornar um diferencial competitivo, permitindo maior produtividade com menor uso de recursos naturais, como água e energia. Isso pode fortalecer o Brasil no mercado internacional, oferecendo produtos de alta qualidade com menor impacto ambiental.

10. Vocês poderiam compartilhar um estudo de caso ou exemplo prático de um produtor que tenha implementado a tecnologia de luz artificial e os resultados obtidos?

Um produtor no Rio Grande do Sul, chamado Robson, utilizou a tecnologia de luz artificial e conseguiu dobrar sua produção de soja em um campo experimental. Ele alcançou uma produtividade de 72 sacas por hectare, enquanto a média local era de 35 sacas. Em alguns materiais, ele chegou a produzir até 80 sacas, um aumento significativo.

11. O Grupo Fienile está envolvido em outras inovações tecnológicas que possam complementar ou ampliar os benefícios da irrigação por luz artificial no campo?

Sim, além da luz artificial, o Grupo Fienile está investindo em nanotecnologia, aplicada através de pivôs centrais de irrigação. A empresa é pioneira no uso de nanotecnologia para melhorar o solo, controlar pragas e otimizar o uso de recursos.

12. Para produtores rurais que ainda não conhecem essa tecnologia, qual seria o primeiro passo para implementar o sistema de luz artificial em suas propriedades? Há suporte técnico ou financiamento disponível para facilitar a adoção?

O primeiro passo é a aceitação da tecnologia. Em seguida, os agricultores devem entrar em contato com a Fienile para obter mais informações e propostas de implementação. Existem linhas de crédito disponíveis, mas o acesso tem sido limitado devido à necessidade de garantias exigidas pelos bancos.

13. Pensando no futuro do agronegócio brasileiro, qual é a visão do Grupo Fienile para os próximos 5-10 anos no que diz respeito à adoção de tecnologias disruptivas como a irrigação por luz artificial?

Nos próximos 5-10 anos, esperamos uma revolução tecnológica no agronegócio, com maior adoção de tecnologias disruptivas. A aceitação das inovações será crucial, e o Grupo Fienile continuará investindo em parcerias e tecnologias para manter o Brasil na vanguarda do agronegócio mundial.

A irrigação por luz artificial e o uso de nanotecnologia são apenas o começo de uma transformação mais ampla no agronegócio, liderada por empresas como o Grupo Fienile. Com foco em sustentabilidade, produtividade e parcerias estratégicas, essas inovações prometem moldar o futuro da produção agrícola no Brasil e no mundo, criando um novo paradigma para o setor.

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