Veja como identificar os cortes brasileiros e argentinos e aprenda a identificar de que parte do boi vem cada corte, além do que causa essa diferença!
O Brasil possuí o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 213 milhões de cabeças, além disso é o maior exportador de carne bovina e possui a arroba mais cara da américa latina. A Argentina, nossos vizinhos, possuem uma grande fama pela qualidade da carne que produzem, apesar de um rebanho menor. Mas afinal, como identificar os cortes brasileiros e argentinos?
O sabor, maciez e qualidade da carne possuem diversos fatores que influenciam em seu resultado. Esses podem ser, como principais, citados a raça, alimentação, idade do animal e manejo do abate.
Vamos listar então, de forma resumida, os principais fatores que diferenciam a qualidade da carne e dos cortes, mostrando como é feito em cada pais. Lembrando que não existe aqui, o julgamento de ser melhor ou pior, afinal de contas o que importa é comer carne!
Nutrição
Com certeza, um dos grandes fatores que diferencia a carne dos animais está na nutrição que é fornecida a esses. Portando, as diferenças começam na alimentação.
Na Argentina, os pastos são apontados como um dos principais fatores pelos bons cortes de carne produzidos pelo país. Por lá, o gado é criados em pastos que ficam em regiões planas e baixas da Pampeana, mais conhecida como “La Pampa“, parte central da Argentina. Com pastagem em abundância, o boi faz um esforço mínimo para se alimentar.
Essas características dos pastos argentinos têm forte impacto na qualidade da carne. Como o gado não precisa ficar gastando energia, subindo morros e se exercitando à toa em busca de comida, ele não cria músculos. Na prática, isso é sinônimo de um animal que produz carnes mais macias.
O que difere do Brasil, um país com muito relevo e animais que, na maior parte, acabam tendo que se deslocar por grandes distâncias para poder se alimentar, já que os pastos são mais precários.
A raça
Além da nutrição, a raça dos animais tem uma influência significativa quanto a qualidade da carne. O gado argentino é formado por raças europeias, como a Aberdeen Angus e a Hereford. Por uma questão genética, essa carne tem uma marmorização maior, ou seja, possui finas camadas de gordura entremeadas na carne, o que lhe atribui maciez.
Já o Brasil, país onde o rebanho predominando é de raças zebuínas, originárias da Índia, com o Nelore representando a maioria no gado brasileiro. Os animais, mais rústicos, demoram mais para chegar ao abate. O resultado é uma carne mais dura e, por outro lado, saborosa, com a gordura externa.
Idade de abate
Outra particularidade interessante está no abate. Na Argentina, os bois só são abatidos por volta dos 2 anos de idade, ou seja, entre 20 e 24 meses de vida. Nesse tempo, estima-se que o animal tenha o peso ideal para o abate, algo que se aproxime de 450kg.
No Brasil, para se ter uma ideia, os bois de raça zebuína são levados ao abate 6 meses antes do gado argentino, sabia? E esse fator influencia na qualidade dos cortes, ou seja, se o boi é muito novo, a carne fica sem sabor. Se ele é muito velho, o corte será duro. Os argentinos encontraram esse equilíbrio com um período de abate perfeito.
Como identificar os cortes brasileiros e argentinos
O boi brasileiro, assim como a figura abaixo, possui cerca de 22 cortes, ou seja, a carcaça do animal é separada, particionada em vários cortes que são selecionados entre “Carne de Primeira” e “Carne de Segunda”, normalmente conhecidos como corte traseiro e corte dianteiro, respectivamente.
Confira abaixo de onde vem cada corte do boi brasileiro:
Já o animal argentino, possui apenas 12 cortes principais e mais 9 cortes que são considerados secundários ou originários de outros cortes. Lembrando que não há, na Argentina, a diferenciação entre carne de primeira ou carne de segunda, já que o animal possui uma conformidade de acabamento e maciez da carne.
Confira abaixo de onde vem cada corte do boi argentino:
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Mercado
A Argentina, assim como o Brasil, está fazendo parte do ranking dos 7 principais criadores e exportadores de carne bovina. Apesar da grande qualidade da carne argentina, essa possui uma arroba mais barata que a brasileira.
Atualmente, segundo os valores de mercado, a arroba brasileira está cotada a US$ 54,53 e a argentina a R$ 52,95. Um grande fator para que o Brasil siga como o maior exportador de carne bovina e ganhe novos mercados é a continuidade no investimento em genética, nutrição e sustentabilidade que vem sendo empregada na atividade.