
Com a nova regulamentação do mercado de carbono no Brasil, empresas com emissões acima de 10 milhões de toneladas de CO₂ equivalentes devem reportar seus inventários anuais. Confira os cinco passos essenciais para um inventário preciso e eficiente
São Paulo, 18 de março de 2025 — A recente sanção da Lei 15.042/2024 inaugura um novo capítuloinaugura um novo capítulo no mercado de carbono brasileiro, tornando obrigatório o inventário anual de emissões para empresas que ultrapassam 10 mil toneladas de CO₂ equivalentes . Para companhias com emissões acima de 25 mil toneladas , a exigência inclui ainda um relatório de conciliação periódica de obrigações para atender ao compromissopara atender aos compromissos ambientais definidos no âmbito do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) . Alinhada às tendências globais de transparência climática , a regulação deve estimular a transição das empresas brasileiras para uma economia de baixo carbono .
“O inventário de emissões deixa de ser um diferencial competitivo para se tornar uma exigência regulatória.” Isso representa uma mudança estrutural para as empresas, que precisarão entender suas emissões e definir estratégias de redução , explica Felipe Viana, diretor comercial da Carbonext . Mas como elaborar um inventário de emissões de carbono assertivo e em conformidade com padrões internacionais? Detalhamos abaixo os cinco passos fundamentais para as empresas desenvolverem seus relatórios.
1. Descoberta de emissões: o primeiro passo para entender sua pegada de carbono
O primeiro passo para um inventário robusto é compreender o perfil de emissões da empresa , mapeando as fontes emissoras e estimando os consumos energéticos e operacionais . Nesse processo, as emissões são categorizadas em três escopos , de acordo com a metodologia global GHG Protocol :
- Escopo 1 : emissões diretas da empresa (como combustão de combustíveis fósseis de frota própria).
- Escopo 2 : emissões indiretas associadas ao uso de energia .
- Escopo 3 : todas as emissões demais indiretas ao longo da cadeia de valor .
Desde 1998 , o GHG Protocol vem sendo aprimorado e adotado como referência mundial para quantificação de emissões . No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) consolidou sua versão nacional em 2008 , garantindo mais aderência às particularidades do país. A FGV é responsável pelo Registro Público de Emissões , plataforma de referência no mercado para o relato de emissões corporativas na América Latina. Empresas que registram suas emissões voluntariamente podem obter selos como Bronze, Prata e Ouro.
2. Levantamento de dados: precisão e estruturação das informações
Com as fontes emissoras identificadas , o próximo passo é o levantamento detalhado de dados . Para isso, recomendamos a formação de um comitê interno multidisciplinar , composto por profissionais de diversas áreas da empresa. Esse grupo deve ter autoridade interna e tempo disponível para organizar processos e definir cronogramas , garantindo que as informações sejam coletadas com metodologia e rigor técnico .
Na maior parte das vezes, o levantamento de informações é a etapa mais difícil no primeiro inventário de uma empresa. É essencial identificar osÉ essencial identificar os melhores dados disponíveis. A tecnologia pode ser uma aliada nesse processo . “Na Carbonext, temos uma API aberta que permite cálculos de deslocamento de cargas rodoviárias e aéreas com base nos CEPs e pesos transportados” , afirma Thalita Barttocz, analista de inventários da companhia .
3. Metodologia e quantificação: convertendo dados em informação estratégica
Após a coleta de dados, é hora de calcular as emissões da empresa de forma rde forma rigorosa ee homologado com padrões internacionais . Uma metodologia mais utilizada é oé o GHG Protocol , compatível com as normas ISO ee com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) .
O cálculo das emissões envolve a conversão dos dados em toneladas de CO₂ equivalente , abrangendo Gases de Efeito Estufa (GEE) como CO₂, CH₄, N₂O e CO₂ biogênico . Além do GHG Protocol, as empresas podem recorrer a bases de dados setoriais , como a do Ecoinvent , para cálculos específicos. Os setores como aviação, indústria química e cimento possuem particularidades que desativam uma abordagem personalizada .
4. Oportunidades de mitigação e melhorias: redução da pegada de carbono
Com os dados quantificados , é possível identificar oportunidades de mitigação das emissões e melhorias operacionais . Essa etapa inclui uma avaliação de processos que podem ser otimizados , substituição de insumos por opções mais sustentáveis e redução da pegada de carbono .
A participação do comitê interno é essencial nessa fase , pois as equipes podem contribuir com insights importantes . Esse diagnóstico auxilia na definição de prioridades , preparando uma empresa para evoluir em sua jornada de descarbonização .
5. Apresentação dos resultados e sensibilização
A etapa de apresentação dos resultados é essencial para sensibilizar os stakeholders internos sobre a importância da gestão de emissões e seu impacto nas estratégias ESG . Além de divulgar os resultados, esse momento permite engajar lideranças e colaboradores na busca por soluções de descarbonização .
Durante a produção do inventário, muitas empresas identificam padrões de consumo que podem ser ajustados, resultando em economia de recursos e redução de custos. “Um inventário de emissões não é um relatório para se guardar na gaveta, mas uma ferramenta para entender e orientar as emissões da empresa” , destaca Thalita Barttocz, da Carbonext .
Jornada de descarbonização e consultoria especializada
É importante deixar claro que o inventário de emissões é apenas a primeira parte da jornada de descarbonização das empresas . Após esse diagnóstico, é possível estruturar um plano de mitigação alinhado às exigências regulatórias , que pode ou não envolver a liquidação por meio de créditos de carbono . Para esse planejamento, é conveniente contar com uma consultoria especializada .
“Na Carbonext, engenheiros e técnicos conduzem cada etapa do processo, ajudando as empresas a definirem estratégias personalizadas e metas alinhadas à ciência climática, com base no SBTi (Science Based Targets Initiative)”, afirma Felipe Viana. Esse parceiro deve utilizar ferramentas para avaliar o custo-benefício das ações de mitigação , como a Curva MAC (Curva de Custo Marginal de Abatimento) , respeitando o ritmo e as particularidades do negócio . “A gestão estratégica das emissões é um diferencial cada vez mais valorizado e isso só tende a crescer com a regulação do mercado de carbono”, conclui Viana.
Sobre a Carbonext
Um Carbonext é uma empresa brasileira de solé uma empresa brasileira de soluções baseadas na natureza , que desenvolve projetos de créditos de carbono para conservarpara conservar áreas de floresta nativa, apoiar a sustentabilidade no agronegócio e contribuir para a produtividade rural , garantindo benefícios para o clima, a biodiversidade, a economia e as comunidades locais.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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