O Brasil agrícola passou por várias fases em sua consolidação como a maior potência agrícola tropical do planeta.
Ha poucas décadas, até 1970 nosso país era um grande importador de produtos agropecuários, com pouca relevância no setor, tendo um passado glorioso com o café e com a borracha, porém já esgotados.
Com o surgimento das instituições de pesquisa agrícola na década de 70, o país passou por uma transformação estrondosa, com o avanço na geração de tecnologias para a agropecuária tropical.
Esse desenvolvimento propiciou a colonização de áreas antes inóspitas e improdutivas, os ambientes foram dominados e a produção agropecuária pôde se estabelecer em todos os biomas brasileiros. No entanto, esta constante evolução teve e tem seus desafios.
Como a produção agropecuária tem sempre que respeitar a retórica “crescer para continuar do mesmo tamanho” respeitando que as relações de troca dos produtos agrícolas sempre seguem uma lógica de ofertar produtos mais baratos, mais nutritivos e mais saudáveis.
E agora com algumas novas demandas, respeitando a dignidade dos trabalhadores, respeitando as leis trabalhistas urbanas, sendo socialmente justos, etc..
Além disso há também toda questão ambiental, como a preservação do meio ambiente, o desmatamento zero, o respeito aos mananciais de água, o uso consciente de defensivos agropecuários, o respeito à dignidade dos animais de produção.
Enfim uma série de novas demandas que o mercado impõe e o produtor apenas as segue.
Neste cenário, só resta ao produtor crescer, principalmente crescer sua renda, seja pelo aumento de sua produtividade, seja pela diferenciação e agregação de valor ao seu produto, ou mesmo as duas coisas juntas.
A agropecuária brasileira vem respondendo com maior oferta de produtos a preços mais baixos; isso vem obrigando o produtor brasileiro a melhorar a eficiência, produzindo mais e melhor.
Levando em consideração que a maioria das áreas de produção no Brasil são de solos fracos e ácidos, exigindo investimentos para torna-los produtivos, e que estes sistemas estão esgotando sua capacidade. Também estas áreas estão expostas ao revés climático, principalmente com alterações nos regimes de chuvas e sérios veranicos quando da maior necessidade de água das culturas.
Outro fator que tem transformado o campo, é o surgimento dos sucessores, muitos donos de fazendas estão “passando o bastão” a seus descendentes, estes por sua vez, já estão em outra era, em outra “pegada”, adoram tecnologia, se debruçam sobre controles e métricas, sedentos por resultados, eles possuem propósitos que vão além do lucro, se preocupam com as questões sócio ambientais de seus sistemas de produção.
Todo este contexto, tem levado à uma grande transformação no campo, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) tem atendido a alguns destes anseios, tem entrado neste cenário fornecendo muitas das respostas que os sistemas convencionais não apresentam.
A ILPF tem demonstrado ao pecuarista que é possível diminuir drasticamente a sazonalidade de produção forrageira com a integração de culturas de verão e as gramíneas em consórcio. Também tem demonstrado ao agricultor que é possível romper as barreiras de produtividade de grãos.
a produção agropecuária tem sempre que respeitar a retórica “crescer para continuar do mesmo tamanho”
A utilização de milho com capim, de soja com sobre-semeadura de gramíneas no final do ciclo, a rotação de culturas para formação das pastagens, a utilização de pastagens de inverno e pastagens de verão alternadamente com culturas… Significam um arcabouço de estratégias que buscam a “agricultura sem parar”, a “intensificação sustentável da agropecuária”, e principalmente a manutenção e resiliência de sistemas altamente produtivos em ambientes desafiadores do ponto de vista edafo-climáticos (solo e clima), porém, respeitando conceitos modernos de sustentabilidade sócio ambientais. Atendendo aos anseios de consumidores cada vez mais exigentes, com questões que vão além da qualidade intrínseca ao produto.
Desta forma, mais “loucos” têm aderido às práticas de agropecuária integrada, temos números interessantes de produtividades médias de sistemas integrados na Bahia, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Goiás, no Matopiba, no Paraná, no Rio Grande do Sul, enfim em todos os nossos Biomas.
Soja com mais de 75 sacas por hectare, milho verão com 200 sacas por hectare ou mais, sorgo em safrinha com 120 sacas por hectare, produtividades de 20 a 40 arrobas de boi por hectare, eucalipto ocupando 30% da área e produzindo 67% a mais quando comparado com florestas convencionais, enfim a mesma área produzindo mais e melhor, se mantendo produtiva e aumentando sua produtividade com o passar dos anos, é a agropecuária de processos avançados onde tudo e todos têm grande importância.
Boa parte destes resultados têm sido advindos do choque de gestão que estas propriedades têm passado, as facilidades na comunicação, a era do WhatsApp onde a informação viaja velozmente e atinge a todo canto do mundo e a todos, a gestão à distância, os vídeos ajudando nas tomadas de decisão, o aprender pelo YouTube, as dúvidas sendo esclarecidas em tempo real pelo Google, como isso tem influenciado e alterado drasticamente a produtividade destas fazendas é fenomenal.
A socialização da informação, que antes ficava na mão de catedráticos e técnicos, hoje viaja pelas ondas eletromagnéticas e são respiradas por todos.
Como temos que, toda transformação e todos os resultados virão 90% das pessoas e 10% da tecnologia empregada, vamos cuidar bem de educar as pessoas que os resultados virão consequentemente.
Fica a dica, um grande acervo sobre ILPF no site www.redeilpf.com.br.
Fonte: Scot Consultoria