Commodities: Óleo de soja puxa alta dos preços do grão em Chicago

“O mercado já espera ver mais uma semana de grandes avanços, especialmente em milho e soja”, disse, em relatório.

Nesta sexta-feira, a alta do óleo de soja puxou a valorização dos preços do grão na bolsa de Chicago. Os lotes mais negociados, para julho, subiram 0,87%, para US$ 17,0525 por bushel, e os compromissos de segunda posição, para agosto, avançaram 0,69%, para US$ 16,4175 o bushel.

Os papéis do óleo de soja para julho subiram 1,76%, a 80,93 centavos de dólar por libra-peso, em parte como reflexo da decisão da Indonésia de estabelecer um volume de óleo de palma que deverá ficar no mercado interno. Segundo o governo indonésio, a medida visa a manter os preços domésticos sob controle. Com acesso limitado ao óleo de palma, a demanda global por outros óleos, como o de soja, tem aumentado.

Além disso, há sinais de boa demanda pela soja americana, o que ofereceu suporte adicional aos preços do grão em Chicago. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as vendas para exportação cresceram sete vezes em uma semana. No intervalo de sete dias encerrado em 12 de maio, os produtores dos EUA venderam 752,7 mil toneladas.

Já o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) aumentou sua estimativa para a produção mundial em 2022/23, em 4 milhões de toneladas, para 387 milhões de toneladas. Em nota, o órgão atribuiu a revisão às novas perspectivas para a safra no Brasil, Argentina e China.

O analista Karl Setzer, da AgriVisor, afirma que os operadores estão se preparando para a divulgação do próximo relatório de plantio do USDA, na segunda-feira. “O mercado já espera ver mais uma semana de grandes avanços, especialmente em milho e soja”, disse, em relatório.

Milho

Com a decisão dos fundos especulativos de liquidar posições no milho, o cereal caiu em Chicago. O contrato para julho recuou 0,57%, a US$ 7,7875 por bushel, e o papel para janeiro de 2023 terminou em baixa de 0,47%, a US$ 7,47 por bushel.

Segundo o analista Karl Setzer, a expectativa de rápido avanço do plantio nos EUA na última semana pressionou as cotações. O USDA dirá na próxima segunda-feira se o mercado estava correto.

Ontem, o IGC reduziu sua projeção de safra global de milho em 2022/23 para 1,184 bilhão de toneladas. A previsão anterior era de 1,197 bilhão de toneladas.

Trigo

No mercado de trigo, os lotes para julho caíram 2,64%, a US$ 11,6875 por bushel. Já os papéis para janeiro de 2023 recuaram 2,61%, a US$ 11,745 por bushel.

Também pressionado pelo movimento de realização de lucros, os preços do trigo ainda sentem os efeitos dos dados que indicaram demanda fraca nos EUA. Segundo o USDA, as vendas somaram 8,5 mil toneladas na semana encerrada em 12 de maio, uma queda de 40% em relação aos sete dias anteriores. O volume é 82% inferior à média móvel de quatro semanas.

Vale lembrar que a safra de trigo está quase no fim e termina oficialmente em 30 de junho. Para a próxima safra, as negociações somaram 325,6 mil toneladas.

Em seu novo relatório, o IGC reduziu ontem sua projeção de safra global de trigo em 1,4%, para 769 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.
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