Comercialização da safra 2024/25 de café do Brasil acelera com preços mais altos

O fluxo de vendas continua acelerado em comparação ao mesmo período do ano passado, quando os produtores haviam negociado 69% da safra.

O levantamento mensal de Safras & Mercado apontou que, até o último dia 11 de dezembro, os produtores haviam comercializado 79% da safra de café 2024/25 do Brasil, um avanço de 9 pontos percentuais em relação ao mês anterior. O fluxo de vendas continua acelerado em comparação ao mesmo período do ano passado, quando os produtores haviam negociado 69% da safra. As vendas também estão à frente da média dos últimos 5 anos (2019-2023), que indicava comercialização de 73% da produção.

Segundo o consultor de Safras, Gil Barabach, a forte escalada dos preços do café na bolsa de Nova York ao longo do último mês de novembro ajudou a destravar alguns negócios. “A alta acentuada no final de novembro e início de dezembro serviu como gatilho para os vendedores indecisos. Esses movimentos na bolsa, associados à alta do dólar, impulsionaram as vendas, o que justifica o forte avanço nas negociações por parte do produtor brasileiro. Parte desse café ainda está armazenado, aguardando o momento do embarque, ou se encontra na posse de atravessadores, que esperam para negociá-lo. Em todo caso, um percentual elevado da safra já saiu das mãos dos produtores”, comenta.

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As vendas de café arábica voltaram a ganhar destaque no último mês, alcançando 77% da produção, superando amplamente tanto o mesmo período do ano anterior (65%) quanto a média de vendas dos últimos 5 anos, que gira em torno de 70%. “O bom ritmo de negociações das cooperativas segue sendo o motor dessa dinâmica de negócios. A aceleração dos preços ao longo de novembro também foi um fator importante de estímulo as vendas”, indica.

A comercialização de café canéfora (conilon/robusta) no Brasil também foi positiva, com os vendedores aproveitando a alta nos preços e se antecipando aos efeitos da chegada da nova safra de robusta no Vietnã. As vendas já atingem 84% da safra. O ritmo de negociações está mais acelerado em comparação ao ano passado e também em relação à média dos últimos 5 anos, que é de aproximadamente 77% da safra. “No entanto, o café canéfora brasileiro perdeu competitividade no mercado externo. Além disso, a indústria de torrado e moído doméstica tem substituído o conilon/robusta por arábica de qualidade inferior, o que também tem diminuído a liquidez das negociações. Nesse sentido, começa a surgir mais interesse de venda. Mas o produtor, em sua maioria, continua na defensiva, bem capitalizado e sem pressa para vender o restante de sua safra, o que explica a cadência nas negociações e os preços sustentados”, pondera.

Para Barabach, o forte volume de vendas já realizado reduziu a oferta disponível, o que confere um forte caráter de entressafra às negociações. Além disso, o período de final de ano naturalmente causa resistência à venda por questões fiscais. “O último fator, talvez o mais importante, é que os preços continuam próximos das máximas. A lógica, portanto, é que os produtores permaneçam retraídos, adiando a venda para 2025. A definição do tamanho da safra brasileira de 2025 servirá de ponto de decisão de venda e ajustes do fluxo comercial ao longo do próximo ano”, avalia.

Safra 2025/26

As vendas da safra nova seguem muito restritas, indica Barabach. “O aumento do pessimismo em relação ao tamanho da próxima safra brasileira é a principal justificativa para o produtor se manter cauteloso, evitando fechar posição antecipada. O receio é de não ter café suficiente para entregar quando a safra chegar”, coloca.

Além disso, aponta Barabach, as recentes altas nos preços e os constantes rumores sobre uma possível quebra na próxima safra acabam influenciando a postura mais retraída dos vendedores. “Esse comportamento do produtor não deve mudar muito até que haja maior clareza em relação ao tamanho da próxima safra brasileira, o que deve ocorrer nos primeiros meses de 2025”, afirma.

A previsão preliminar de Safras é de que as vendas da safra 2025/26 do Brasil girem atualmente em torno de 12% do potencial produtivo, com as negociações de arábica alcançando 17% da próxima safra. As vendas de café arábica estão bem abaixo do mesmo período do ano passado, quando representavam cerca de 26% da produção, e também abaixo da média dos últimos 3 anos (2021-2023), que foi de aproximadamente 22% do potencial produtivo.

Fonte: Agência Safras

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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