Mapa confirma caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB); especialistas opinam sobre quais são os próximos passos e se China voltará as compras
Continuamos livres da “vaca louca” – O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou na noite desta quinta-feira (02) uma nota oficial onde foi confirmado que o caso isolado de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) detectado no município de Marabá (PA) é atípico. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro iniciou a inserção das referidas informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA e às autoridades chinesas. Assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do desembargo da exportação da carne bovina ao país.
Por se tratar de caso atípico, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente, o Ministério da Agricultura e Pecuária está adotando imediatamente as providências, de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas o mais breve possível.
Depois que o caso tornou-se público o país chinês foi o primeiro a estabelecer embargos aos embarques de carne bovina brasileira. A partir desta sexta também passará a valer a interrupção dos embarques para a Rússia, país que anunciou ontem a medida sem respaldo, em flagrante atitude de imposição de barreira não-tarifária. Causando assim baixas nos preços da arroba pagos pela indústria brasileira.
Além da China outros quatro países interromperam totalmente e/ou parcialmente os embarques de carne bovina do Brasil, são eles: Tailândia, Irã, Jordânia e a Rússia. Juntos, eles representam 0,7% do total de carne exportada pelo país, monstrando sua falta de relevância em nossa carteira mundial de clientes. Os dados foram divulgados pelo Yago Travagini, da Agrifatto.
Qual a opinião dos especialistas?
A indústria frigorífica brasileira amanheceu na expectativa de algum sinal positivo da China quanto ao levantamento do embargo à carne brasileira. Será um bom teste para o governo do novo presidente em tentar fazer Pequim não reproduzir o ocorrido em 3,5 meses, em 2021, quando passou do tempo de liberação e desencadeou prejuízos em série à cadeia da pecuária de corte.
Uma reunião entre Brasil e China deve ocorrer no início da próxima semana para assegurar a continuidade dos negócios e a segurança da carne brasileira e vamos acompanhar.
Em entrevista ao Canal Rural, o Consultor em agronegócio Carlos Cogo avalia que o embargo da China à carne bovina brasileira será derrubado rapidamente. Ele cita um fator principal, os principais fornecedores da proteína não teriam como suprir a demanda chinesa. “Os demais exportadores não teriam como suprir a lacuna deixada pelo Brasil”. Esse fator é decisivo e, provavelmente, vai ser determinante para que a China não prolongue o embargo”, ponderou o consultor.
Rodrigo Albuquerque, do Notícias do Front, elencou quatro cenários de tempo – segundo ele puramente “chute” – para que o comércio seja prontamente restabelecido, à partir do encerramento do caso na OMSA:
- Otimista: menos de 7 dias
- Mediano: entre 8 a 15 dias
- Conservador: entre 16 a 30 dias
- Pessimista: acima de 30 dias
“Estou otimista, mesmo porque o sucesso não combina com o pessimismo. Esse “chute” que se baseia em raciocínio em cima da situação do comércio de carne entre os dois países. Nada mais. Chute!” – bradou Rodrigo.
Albuquerque também deixa um questionamento no ar – “Restará um ponto importante final, no momento em que o comércio for restabelecido: a eventual produção de carne desde a data da auto suspensão até a data do retorno, e o estoque de carne em solo do Brasil e em deslocamento no mar entre essas datas, poderá ser enviado e/ou entrar na China, tal como foi em 2021?” – Qual a sua opinião?
A CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, em vídeo publicado nesta manhã também entende que a China está muito interessada em continuar importando carne brasileira, principalmente por conta do baixo estoque da proteína e o preço da carne estar mais barata em relação a 2021. “Nós esperamos que depois dessa reunião – entre os governos – possa haver uma resolução rápida e que o Brasil possa voltar a exportar carne bovina à China.” – ressaltou Lygia.
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