Safra recorde: agronegócio baiano é destaque nacional

Agricultura baiana registra crescimento na produção de grãos e avanço em diversos produtos agrícolas com destaque para fruticultura; Oeste da Bahia inicia safra de grãos com projeções de crescimento e desafios climáticos

A Bahia tem motivos para comemorar no setor agrícola. Em 2023, a safra baiana de grãos alcançou um recorde histórico, crescendo 12,2% em relação ao ano anterior e totalizando 12,7 milhões de toneladas. O boletim também aponta, que, dentre os 45 produtos agrícolas pesquisados na Bahia, 28 registraram aumento de valor entre 2022 e 2023.

A fruticultura também seguiu em alta, crescendo 16,4% e atingindo um valor de R$ 5,7 bilhões em 2023. Juazeiro manteve-se o principal produtor de manga e o maior valor gerado pela fruta no país, enquanto Bom Jesus da Lapa destacou-se com a maior safra de banana, e Livramento de Nossa Senhora com a maior produção de maracujá.

Destaque para a manga, que liderou os ganhos com um aumento de R$ 615,5 milhões, seguida pelo algodão, que cresceu R$ 480,9 milhões, e pelo cacau, com um acréscimo de R$ 326,6 milhões. Esses números refletem o dinamismo e a diversificação da produção agrícola baiana.

Além disso, a Bahia continua na liderança nacional na produção de cacau, com Ilhéus se posicionando como o quarto maior produtor do país. Esse retorno ao topo evidencia a importância e a tradição do estado na produção de cacau de alta qualidade.

Mesmo com a queda no valor geral da produção agrícola, a Bahia se manteve como o oitavo maior valor agrícola do Brasil, representando 5,3% do total nacional. São Desidério e Formosa do Rio Preto continuaram a brilhar no cenário nacional, sendo os únicos municípios fora da região Centro-Oeste a figurarem entre os 20 maiores valores agrícolas do país. São Desidério ocupou a segunda posição com R$ 7,8 bilhões, enquanto Formosa do Rio Preto ficou em sétimo lugar com R$ 5,8 bilhões.

Esses resultados foram divulgados pela pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que investiga 64 produtos em todos os municípios do país. A pesquisa revela que, apesar dos desafios, a agricultura baiana continua a mostrar força e potencial, com avanços significativos em diversos setores e produtos agrícolas.

Produção de soja
Foto: Jaelson Lucas/AEN

Oeste da Bahia inicia safra de grãos com projeções de crescimento e desafios climáticos

A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) publicou o mais recente levantamento da safra de grãos 2024/2025 no Oeste baiano, com destaque para a expansão das áreas cultivadas de soja, algodão e sorgo. Segundo o relatório da AIBA, a soja, principal cultura da região, deve ocupar 2,129 milhões de hectares, representando um crescimento de 7,5% em relação à safra anterior.

A antecipação do plantio da soja, autorizada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), permitiu um avanço significativo na semeadura, com cerca de 134 mil hectares já plantados até o momento. No entanto, as altas temperaturas registradas nas últimas semanas impactam as decisões de alguns produtores, que optaram por adiar o plantio em algumas áreas. As previsões climáticas indicam um aumento nas precipitações nos próximos dias, o que pode impulsionar a semeadura e garantir melhores condições para o desenvolvimento das culturas, aponta o levantamento.

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foto: Divulgação

O algodão também deve apresentar um crescimento significativo, com uma área estimada em 380 mil hectares, correspondendo a um aumento de 10% em relação à safra anterior. Por outro lado, a área cultivada com milho deve registrar uma redução de 8,9%, atingindo 123 mil hectares. Essa queda é atribuída à desvalorização do preço do milho no mercado, desestimulando os produtores. O sorgo, por sua vez, deve apresentar um crescimento de 6,7%, com uma área estimada em 160 mil hectares.

Com esses números, o Oeste da Bahia se consolida como uma das principais regiões produtoras de grãos do Brasil, sendo líder no Nordeste e contribuindo significativamente para a segurança alimentar e a geração de renda para a população local. A AIBA destaca que a soja representa 66,5% das lavouras de grãos monitoradas na região e que a expectativa é de uma produtividade média de 67 sacas por hectare. No entanto, os desafios climáticos, como as altas temperaturas e a irregularidade das chuvas, podem influenciar o desenvolvimento das culturas e a produtividade final.

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Foto: Karina Boza

Cidade do Oeste Baiano alcança maior rebanho bovino da Bahia

O Brasil tem mais gado bovino do que pessoas. São 234,4 milhões de cabeças de gado bovino para 203,1 milhões de cabeças humanas. É o que revela o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) divulgada na última quinta-feira, 21 de setembro. O número de habitantes foi extraído do Censo Demográfico 2022 do mesmo instituto.

Já a Bahia registrou o segundo maior crescimento absoluto de bovinos entre os estados do Brasil entre 2022 e 2023. O plantel aumentou de 12,5 milhões para 13,3 milhões de animais (+6,1%), o que representou mais 764,5 mil cabeças, atrás apenas do Paraná (+822,7 mil cabeças). Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2023, do IBGE.

Com esse crescimento, o efetivo baiano de bovinos quebrou o recorde do ano anterior e chegou, em 2023, ao seu maior patamar nos 49 anos da PPM, iniciada em 1974. Com o resultado positivo, a Bahia manteve o 7º maior efetivo do país, respondendo por 5,6% do total nacional, que foi de 238,6 milhões de cabeças (+1,6% frente a 2022).

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