Um dos pilares do programa Certifica Minas Café, o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais finalizou sua 14ª edição premiando oito produtores do grão, nesse que é o maior certame do país.
Em 2017, foram recebidas 2.060 inscrições, um recorde para o concurso. Ao longo do processo, os jurados provaram mais de 24,6 mil xícaras da bebida e selecionaram 33 finalistas, divididos em duas categorias: Café Natural e Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado.
O Café Natural é aquele que, após ser colhido, passa por um processo de lavagem e é levado para secar. Já nos outros sistemas, os cafés são lavados e há uma separação dos frutos verdes e secos dos frutos maduros. Depois, eles passam por um descascador para só depois seguir para secagem. No caso dos cafés despolpados e desmucilados, há ainda uma fase onde o produto passa por um tanque de fermentação.
Minas Gerais conta com quatro regiões produtores de café, todas representadas no concurso: Sul de Minas, Chapada de Minas, Cerrado Mineiro e Matas de Minas. Todos os cafés finalistas do concurso atingiram o mínimo de 84 pontos, de acordo com as normas da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA). As análises físicas e sensoriais foram feitas no Centro de Excelência do Café, em Machado, no Sul do Estado.
Recompensa
O lote dos cafés classificados em primeiro lugar, nas duas categorias, será vendido por mil dólares a saca de 60kg. Cada lote conta com cinco sacas. A compra está garantida pela Atlantica Coffee, empresa exportadora de café e patrocinadora oficial do evento. Os demais finalistas, que obtiveram nota a partir de 84 pontos, também poderão vender o café com ágio, caso seja do interesse do cafeicultor. Os valores foram definidos em edital, de acordo com cada pontuação.
Na cerimônia de entrega dos prêmios, o titular da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Pedro Leitão afirmou que, apesar da crise financeira no Estado e no país, a agropecuária e a cafeicultura estão ajudando no desenvolvimento do Estado. “A cafeicultura dá uma resposta ao Estado e ao Brasil. Através da política pública, Minas está avançando no café, dando mais oportunidades e renda para o trabalhador”, disse.
Os três primeiros colocados em cada categoria das quatro regiões produtores também receberam prêmio em dinheiro. Os cafeicultores que conquistaram a maior nota em cada região produtora ganharam uma viagem técnica guiada pela Atlantica Coffee a um tradicional país produtor de café, onde visitarão propriedades produtoras. Todos os finalistas do concurso receberam um certificado. Durante a cerimônia, foi entregue a medalha Mulher Empreendedora no Café a Sebastiana de Oliveira Faria, de Espera Feliz.
Certifica Minas Café é o maior programa de certificação de propriedades cafeeiras do Brasil, realizado pela Seapa, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Pelo programa, a Emater oferece aos produtores assistência técnica que aborda desde o sistema de produção até a relação de trabalho. São 103 itens verificados, que garantem uma produção de qualidade, rentável e com sustentabilidade. Atualmente, Minas Gerais conta com 1.230 propriedades certificadas pelo programa e outras 600 em processo de certificação.
“Temos o certificado do café mineiro, investimos na qualidade. A cafeicultura mineira segue forte, disputando mercados internacionais”, garante Glênio Martins, presidente da Emater.
Parceria
O Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais é promovido pelo Governo de Minas, por meio da Seapa e da Emater, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe).
As cidades que tiveram produtores premiados com os primeiros lugares no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, em ambas categorias, foram Campos Altos, Francisco Dumont, Espera Feliz, Dom Viçoso, Patos de Minas e São Pedro da União.
Fonte: Hoje em dia