Projeção leva em conta os elevados custos de produção, que devem permanecer no próximo ano; e da tendência de queda nos preços internacionais das commodities agrícolas.
O ano de 2022 foi marcado pela alta dos custos com insumos no setor agropecuário, em razão da elevação dos preços de defensivos e fertilizantes em torno de 100%, provocada pela guerra Rússia x Ucrânia. Outra questão está voltada ao clima desfavorável ao longo do ano, que aumentou os custos de produção. Isso resultou, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgados no início de dezembro, em uma queda de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio no país. As reduções na produção de cana de açúcar e soja também a ajudaram na redução do PIB.
No comércio exterior, de janeiro a novembro, as exportações de produtos agropecuários totalizaram US$ 148,3 bilhões, superando em 23,1% o total vendido em todo o ano de 2021, de US$ 120,5 bilhões. Nos 11 primeiros meses deste ano, o agro respondeu por 48% das vendas externas totais do Brasil.
Já 2023 será de desafios tanto para o Brasil quanto para os outros países. Isso deve significar margens de lucros menores no setor do agronegócio, com a redução de receitas para o produtor e aumento dos custos para produzir.
No mercado interno, incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal devem impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias. A taxa Selic deve se manter alta no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras.
No mercado global, existem previsões de que uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial pode influenciar o comportamento das exportações brasileiras do agro. Também há estimativas de queda de crescimento econômico de alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e União Europeia. E o cenário externo seguirá volátil com a incerteza na disponibilidade global de grãos e de insumos causados principalmente pela guerra da Rússia na Ucrânia.
A CNA crê em um cenário que varia de estabilidade a um crescimento de até 2,5% para o PIB do agronegócio em relação a 2022, devido aos elevados custos de produção, que devem permanecer no próximo ano, e da tendência de queda nos preços internacionais das commodities agrícolas.
Fonte: Ascom
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