Com preço da arroba nas mínimas, margens dos frigoríficos aumentam

Embate toma conta das negociações e boi gordo fecha estável em grande parte do país; preços do boi gordo recuou 6% e os preços da carne bovina cederam 2%

A quarta-feira foi marcada por maiores “brigas” entre pecuaristas e frigoríficos, deixando o mercado com baixa liquidez e preços nominais para o boi gordo. Em São Paulo, o “boi comum” foi comercializado por R$ 240,00/@ e o “boi China” por R$ 250,00/@. No mercado futuro, o contrato para mai/23 foi liquidado a R$ 250,10/@, o menor valor de fechamento de mês desde 2020.

O varejo e o atacado também sentem o efeito do frio e passam por uma redução do escoamento de mercadorias. As carcaças têm apresentado baixa rotatividade e algumas foram devolvidas pelos frigoríficos devido a problemas de qualidade. A expectativa agora é com as negociações de carcaça na quinta-feira que devem promover altas nas cotações.

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Foto: Frigorífico Marinho

Margens positivas para os frigoríficos

Os preços da carne bovina recuaram menos que os valores da arroba bovina ao longo de março, sendo assim as indústrias frigoríficas que atuam no mercado interno estão garantindo boas margens.

De acordo com o Consultor de Agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves, os preços do boi gordo recuou 6% e os preços da carne bovina cederam 2%. “O spread estava próximo de 0,3% em janeiro e 0,5% em fevereiro, mas agora está 5,00% positivo em março. Não sabemos se isso vai se sustentar, mas a tendência é que continue”, informou.

Com relação ao mercado futuro, o consultor esclarece que o mercado está analisando com otimismo a retomada dos embarques para a China. “Os vencimentos futuros estão recuperando os preços após o caso notificado de vaca louca no Pará. Nós acreditamos que o fim do embargo está próximo e tudo voltará a ser como antes”, comentou ao Notícias Agrícolas.

Os preços futuros da arroba estavam cotados ao redor de R$ 296,00/@ antes da confirmação do caso de vaca louca. “Assim que teve a notícia, o mercado recuou para R$ 282,00/@ no dia 22 de fevereiro e agora está precificado em torno de R$ 293,00/@”, ressaltou.

por do sol com gado no pasto - fotao lida da pecuaria
Foto: Fazenda Maracaípe

Agronegócio puxa o PIB no 1° tri de 2023

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (1) uma sólida elevação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2023, fortemente lastreada no desempenho do setor agrícola no período.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado. O resultado foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da Agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,6 trilhões em valores correntes.

Problemas climáticos impactaram negativamente a Agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção. A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária”, analisa a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

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