Com maior exportação, BR pode ter menor estoque em 5 anos

O Brasil está no caminho de fechar o ano de 2023 exportando 104 milhões de t de soja. Caso essa estimativa se concretize, os estoques finais brasileiros do grão podem atingir um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos.

Segundo as projeções da Pátria Agronegócios, o Brasil está no caminho de fechar o ano de 2023 exportando 104 milhões de toneladas de soja. Caso essa estimativa se concretize, os estoques finais brasileiros do grão podem atingir um dos níveis mais baixos dos últimos cinco anos, chegando a cerca de quatro milhões de toneladas no final de janeiro, marcando o encerramento do ano comercial.

Esse cenário aponta para dois fatores críticos no início do próximo ano. Primeiramente, os estoques restantes estarão consideravelmente ajustados, refletindo uma demanda intensa pelo produto brasileiro, que já é observada atualmente. Ao mesmo tempo, a nova safra de soja do país pode atrasar sua chegada ao mercado.

Matheus Pereira, diretor da Pátria, observa que, tradicionalmente, os produtores de Mato Grosso começam o plantio logo após o fim do período de vazio sanitário, o que lhes permite ter soja disponível a partir de dezembro. A colheita, geralmente, acontece em janeiro, tornando-se comum, embora não seja uniforme, com o maior volume em fevereiro. No entanto, este ano pode ser diferente devido ao atraso no plantio causado por adversidades climáticas, particularmente em Mato Grosso, o que dificultou o estabelecimento das lavouras, levou ao replantio e provavelmente resultará em um atraso na colheita.

O atraso na disponibilidade inicial de soja acarreta em prêmios de exportação elevados para janeiro e início de fevereiro, refletindo a alta demanda do mercado pelo grão brasileiro. Os prêmios para janeiro ultrapassaram 150 pontos, indicando que o mercado espera uma oferta limitada no início de 2024 e, consequentemente, estoques escassos em 2023.

Em relação aos meses seguintes, fevereiro, março e abril, os prêmios ainda enfrentam desafios para se recuperar, pois o mercado antecipa uma oferta mais regular nesse período.

De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil já exportou 93,5 milhões de toneladas de soja no acumulado de janeiro a outubro, um aumento de 31,8% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Somente em outubro, as exportações atingiram 5,532 milhões de toneladas. Os terminais de exportação do Brasil estão enfrentando altas demandas, com uma fila de embarques de oito milhões de toneladas de soja, principalmente direcionadas para os portos do Sul devido a dificuldades de escoamento pelos portos do Arco Norte.

Apesar disso, ainda há uma quantidade considerável de soja nas mãos dos produtores brasileiros, aproximadamente 33 a 34 milhões de toneladas, o que pode limitar, mesmo que temporariamente, as altas nos preços e nos prêmios. Os gargalos logísticos ainda são um desafio significativo para o agronegócio brasileiro. Mesmo assim, os prêmios para os últimos meses deste ano já estão apresentando resultados positivos.

Segundo a Brandalizze Consulting, atualmente, os prêmios para novembro e dezembro são de 50 cents de dólar por bushel acima de Chicago para o vendedor, enquanto o comprador oferece 10 cents. A partir de fevereiro do próximo ano, os prêmios se tornam negativos, com menos 75 cents por bushel para o comprador e 35 cents negativos para o vendedor.

Escrito por Compre Rural com informações do portal Notícias Agrícolas.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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