Essa foi a maior elevação mensal no preço das carnes desde novembro de 2020, quando o índice registrou um aumento de 6,54%.
Os preços da carne bovina no Brasil alcançaram, em outubro de 2024, a maior alta mensal dos últimos quatro anos. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento foi de 5,81%, representando o segundo maior impacto no índice geral de inflação, atrás apenas da energia elétrica.
Com esse avanço, a carne bovina se consolida como um dos itens que mais pesam no orçamento dos brasileiros, enquanto reflete uma dinâmica complexa entre oferta reduzida e alta demanda, tanto interna quanto externa.
O que está por trás do aumento?
André Almeida, gerente de pesquisa do IPCA e INPC no IBGE, explicou que a alta nos preços está diretamente ligada a uma menor oferta de carne no mercado. “O clima seco e a redução no número de abates de animais têm limitado a disponibilidade do produto no mercado interno. Além disso, observamos um volume elevado de exportações, o que também contribuiu para o aumento dos preços”, afirmou.
Entre os cortes com maior valorização, destacam-se:
- Acém: aumento de 9,09%.
- Costela: alta de 7,40%.
- Contrafilé: variação positiva de 6,07%.
- Alcatra: elevação de 5,79%.
Impactos na economia e no consumo doméstico
O grupo de Alimentação e Bebidas, que inclui carnes, registrou alta de 1,06% em outubro, sendo impulsionado pela elevação nos preços da alimentação no domicílio, que passou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA subiu 4,76%, ultrapassando o teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%. Apesar disso, no ano, o índice ainda se mantém em 3,88%.
A disparada nos preços impacta diretamente o consumo doméstico, levando os brasileiros a buscarem alternativas como proteínas mais acessíveis ou a reduzirem o consumo geral de carne bovina.
O reflexo no setor agropecuário
Enquanto os consumidores enfrentam preços mais altos nas gôndolas, produtores e exportadores se beneficiam do aumento das exportações, em um momento em que o Brasil consolida sua posição como um dos maiores fornecedores de carne bovina do mundo.
Especialistas apontam, no entanto, que a pressão no mercado interno pode trazer desafios para a sustentabilidade do consumo. Para os próximos meses, o setor agropecuário observa com atenção as condições climáticas e as políticas públicas que possam mitigar os impactos.
O aumento expressivo no preço da carne bovina em outubro de 2024 ressalta os desafios enfrentados pela cadeia produtiva e pelo consumidor. Enquanto o mercado exportador segue em alta, as políticas de regulação e incentivos ao setor devem buscar um equilíbrio entre atender à demanda internacional e manter a acessibilidade no mercado interno.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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