Com expansão grandiosa, raça Angus abre novos mercados

Ao mesmo tempo que a raça Angus fecha o ano de 2016 em alta, com a sequência da expansão da produção e criação de animais e incremento na comercialização de reprodutores e sêmen, assim como na área de cruzamentos industriais, especialmente o Programa Carne Angus Certificada tem mesmo muito a comemorar. Na verdade, o Programa tem tudo a ver com o sucesso da raça nos últimos anos e agora comemora êxitos inusitados na área de exportações de carne certificada.

Isto fica evidenciado a partir do sucesso da Angus dentro do projeto Brazilian Angus Beef, uma parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para a promoção internacional da carne bovina brasileira.

Fechando 12 anos de constante crescimento e contando, até o final de 2016, com mais de 5 mil produtores integrados fornecendo animais para abate em 33 indústrias de 10 empresas frigoríficas em nove estados brasileiros (RS, SC, PR, SP, GO, MS, MT, PA e RO), e uma equipe formada por 50 colaboradores, o programa de carne de qualidade da Associação Brasileira de Angus, apenas dois anos depois de ter dado o start nas exportações de cortes certificados, retornou em outubro de 2016 à feira Sial Paris respaldado pela conquista de mais de R$ 10 milhões em faturamento. Este resultado refere-se aos últimos 12 meses de movimentação, o que representa mais de 400 toneladas de carne Angus brasileira exportadas para alguns dos mercados mais exigentes do mundo.

No topo da lista dos destinos da Carne Angus está a Alemanha, concentrando 57,2% do faturamento, seguida pela Arábia Saudita (27,7%), Suíça (5%), Chile (4,5%) e Holanda (2%). Atualmente, a União Europeia responde por 65% de todo faturamento de
cortes Angus exportados pelo Brasil. E justamente para comemorar essas conquistas, a
Abiec, com apoio da ApexBrasil promoveram, no dia 18 de outubro, durante a Sial de
Paris, a quinta edição do Brazilian Angus Day, reunindo os mais importantes players do
mercado internacional de carne de qualidade. Uma grande festa de trabalho, onde a degustação de carne Angus gourmet foi o grande destaque. Foi a segunda participação da Angus na importante feira internacional de alimentos Sial Paris.

No Brazilian Angus Day, a Angus contou com o apoio das empresas parceiras do Programa
Carne Angus, JBS, Marfrig, Minerva e Frigol. Tudo rumo à consolidação das exportações
da Carne Angus, iniciadas há dois anos nesta mesma feira. “Voltamos a esse significativo
evento com a consolidação de mercados cuja conquista muitos julgavam ser impossível”, comemora o diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador.

Segundo ele, o Programa fechará 2016 com aproximadamente 500 mil animais abatidos em todo o Brasil e com novos frigoríficos parceiros. “E não só estamos agindo para dar visibilidade à carne Angus gourmet no exterior, como também temos ações pontuais planejadas para o mercado interno, como por exemplo o evento em 16 de dezembro, em Recife, de olho no enorme mercado do turismo.

Novas perspectivas

Mais do que novos clientes para a carne gourmet brasileira, o mercado internacional abre novas perspectivas aos pecuaristas e frigoríficos brasileiros. Isso porque a carne Angus certificada brasileira vem sendo negociada para a União Europeia a valores entre US$ 10,5 mil e US$ 11 mil a tonelada, 100% acima da média do mercado commodity, que considera todos os cortes. Alguns produtos diferenciados chegam a atingir a marca deUS$ 19,8 mil a tonelada.

E a tendência das exportações Angus é crescer ainda mais e mais. A meta projetada pelo Programa Carne Angus de atingir a exportação de mil toneladas anuais até 2020 deve ser batida bem antes. Segundo o gerente nacional do programa, Fábio Medeiros, se a evolução dos volumes se mantiver nos patamares atuais, a projeção já poderá ser alcançada em 2018. Para isso, ele aposta em incremento nas vendas para a Alemanha, para os países árabes e na conquista dos primeiros clientes chineses. “Viemos em uma expansão extremamente forte, duplicando os embarques a cada trimestre. Esse movimento deve se manter devido à qualidade de nossa carne, que está sendo muito bem avaliada pelos importadores”, justifica Medeiros.

Colhendo o que plantou

Para o executivo do Programa Carne Angus, tais resultados são reflexo do trabalho desenvolvido para conquista de novos clientes, com participação em feiras internacionais e também pelo fato do sistema ser auditado pela certificadora alemã Tüv Rheinland, que incrementa a credibilidade do produto. O movimento teve avanço significativo com a assinatura do Protocolo Angus em maio de 2015, quando o governo brasileiro chancelou a rotulagem de identificação por raça, permitindo o efetivo início das exportações no segundo semestre daquele ano.

As exportações respondem hoje por menos de 5% do volume total de carne Angus certificada pela Associação Brasileira de Angus. Isso se deve à forte valorização do produto no mercado interno. A tendência é ampliar os embarques nos próximos anos, uma vez que abrir novos mercados no exterior é estratégico, porque significa assegurar demanda por cortes nobres e também a valorização daqueles menos demandados, como o dianteiro e os chamados Cortes da Roda (cortes de traseiro não preferenciais para churrasco, como coxão duro, lagarto e patinho). Com isso, a Angus pretende garantir à cadeia produtiva a trajetória de crescimento na utilização da genética Angus no Brasil, e a consequente valorização dos animais na indústria frigorífica e da carne no mercado.

Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), apontam que no ano de 2015 foram comercializadas 4,25 milhões de doses de sêmen Angus, ou seja, 51% de todo mercado de venda de sêmen no Brasil. Nos últimos seis anos, a raça teve crescimento de 150%, bem acima da média do gado de corte que ficou em 50%. Agregando a venda de reprodutores Angus, a estimativa da Associação Brasileira de Angus é de que a produção anual de bezerros seja de aproximados 3,5 milhões de cabeças, o que representa pouco mais de 6% do volume total de animais produzidos no País.

Fonte Angus@News 

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