Com chuva no radar, soja abre a semana em queda

Previsões climáticas podem derrubar as cotações da oleaginosa; em contrapartida, precipitações devem favorecer plantio, que segue lento no país.

O mercado futuro da soja começa a segunda semana do mês sob pressão diante de perspectivas climáticas mais favoráveis no Brasil. Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), o contrato para novembro da soja em grão era cotado a US$ 10,32 por bushel (às 11h), recuo de 0,48% frente ao fechamento anterior.

Na sexta-feira, 4, igual posição já havia encerrado o dia com uma queda de 0,78%, aos US$ 10,37 por bushel. Os subprodutos da oleaginosa também caíram no último pregão, com queda de 0,6% no contrato para dezembro do farelo e 1,25% para o óleo de soja, com igual vencimento.

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Aqui no Brasil, conforme análise da Safras e Mercado, a semana passada foi marcada por poucos negócios reportados. “Os preços internos continuam com grande disparidade entre compradores e vendedores, estando acima da paridade de exportação”, contextualiza a consultoria em relatório semanal. 

Ainda de acordo com a Safras, na sexta-feira, os preços subiram ligeiramente no Rio Grande do Sul, com indicações de compras entre R$ 141 e R$ 142, por saca de 60 quilos. No Paraná, negócios com volumes pontuais. A saca, negociada para embarque imediato e pagamento dentro do mês, fechou a sexta com indicações de compra entre R$ 142 e R$ 143. Valores semelhantes e baixo volume de negócios foram reportados em São Paulo e Minas Gerais.

Já em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, não houve notificação de grandes ofertas, com a oleaginosa sendo comercializada em torno de R$ 132, R$ 135 e R$ 133, respectivamente. 

Para esta semana, as atenções seguem voltadas ao clima. Segundo previsão da Climatempo, a segunda semana de outubro será de muita atenção para eventos de chuva com moderada a forte intensidade, que poderão acarretar em altos volumes acumulados no Sul. 

“As condições de chuva forte já aumentam nesta segunda e na terça. Os volumes podem ficar em torno dos 50 aos 90 milímetros nas regiões gaúchas das missões, noroeste, centro e vales. A divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina fica em alerta até meados da próxima semana para temporais localizados, raios e ventos moderados a forte”, informa.

Com o deslocamento da frente fria, as chuvas devem se espalhar pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além da Sul. Entre segunda e terça, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mantém uma alerta laranja de perigo para partes de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Amazonas. 

O Inmet aponta que em decorrência de chuva entre 50 e 100 milímetros, com ventos intensos de 60 a 100 quilómetros por hora, e queda de granizo, há riscos de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos.

Quanto ao mercado, as previsões climáticas podem resultar em novas baixas. “Refletindo os mapas positivos que indicam uma normalização para os estados com plantio atrasado no país, caso essas chuvas se confirmem, o mercado pode um patamar de US$ 10 por bushel no curto prazo, com quedas ainda mais acentuadas”, explica em comunicado setorial o analista da Safras, Rafael Silveira. A baixa no mercado internacional também deverá ser acompanhada pelos negócios internos.

Plantio atrasado

Se por um lado as chuvas podem impactar os preços, por outro, as precipitações são bem-vindas por diversos produtores que aguardam melhores condições para dar sequência à semeadura da soja.

Na semana passada, o plantio da oleaginosa seguiu lento, atingindo 5,28% da área, segundo a consultoria Pátria Agronegócios. Em 2023, o montante plantado chegava a 10,08%, em igual período. Em 2022, era de 11,15% e na média dos últimos 05 anos, 8,87% da área já estava plantada. 

“A lenta chegada de chuvas à região central brasileira mantém o menor avanço de plantio da série histórica, situação gerada principalmente pelo atraso observado em Mato Grosso (1,6% de área semeada). O Paraná segue liderando o avanço do plantio nacional em 2024, com 26,4% da área planatada”, informa a Pátria.

Para a AgRural, por conta das chuvas registradas até o momento, que ainda não foram suficientes para normalizar as reservas hídricas do solo, o plantio em Mato Grosso é o mais lento desde a safra 2015/2016,

“O tempo quente e seco continua sendo o principal fator limitante do avanço do plantio de soja na maioria dos estados brasileiros. No momento, os trabalhos progridem apenas em talhões que receberam melhores acumulados ou em áreas irrigadas. Em Mato Grosso, a maior preocupação é em relação à janela ideal de plantio da safrinha de algodão, que se concentra em janeiro”, diz a consultoria.

Fonte: Agro Estadão

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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