“Boi-China” sustenta preços da arroba nesta semana; Além do avanço nesse mercado asiático, indústria é favorecida pelo maior interesse dos importadores do Egito.
Nesta sexta-feira, o mercado físico do boi gordo registrou estabilidade nas principais praças pecuárias do Brasil. Com a aproximação do feriado de Tiradentes, na próxima terça-feira, os frigoríficos reduziram os dias de abate, conseguindo preencher as suas escalas até o final da semana que vem, relata a Informa Economics FNP.
Assim, com a liquidez reduzida, ao longo desta semana, os preços do animal terminado se mantiveram firmes na maioria das praças pesquisadas pela consultoria, com alguns ajustes pontuais em algumas regiões.
O receio de que uma crise econômica se intensifique, por causa das medidas de isolamento social contra o avanço da Covid-19, tem ocasionado uma migração da demanda dos consumidores para proteínas mais baratas, como ovos, carne suína e frango. Além disso, o fechamento de estabelecimentos de food-service neste período de quarentena dificulta o escoamento de cortes bovinos, observa a FNP.
No app da Agrobrazil, pecuaristas começaram a informar um número maior de animais negociados, os preços seguem com uma flutuação grande, principalmente na praça de São Paulo. Pecuaristas do MS e MT, devem ficar atentos ao pasto e o frio no lombo dos animais.
Em Adamantina/SP, o preço é de R$ 190/@ a vista e abate para o dia 26 de abril. Em Aparecida do Taboado/MS, o valor foi de R$ 187/@ a prazo com 30 dias e abate para o dia 27 de abril. Já em Caiapônia/GO, foi de R$ 185/@ à prazo com 30 dias e abate para o dia 23 de abril.
O Boi China em Presidente Venceslau/SP, o pecuarista recebeu R$ 200 à vista e abate para o dia 24 de abril. Já em Santa Cruz do Rio Pardo/SP, ficou em R$ 203/@ à vista e abate para o dia 24 de abril.
A média na praça de São Paulo, segundo o app da Agrobrazil, tivemos uma queda de 5,80%, fechando o dia em R$ 194,43/@. Os preços no estado de São Paulo, teve uma variação de R$ 191/@ até R$ 200/@.
Na praça paulista, o boi-China chegou a receber nesta semana um bônus de até R$ 15/@, valendo atualmente em torno de R$ 205/@, em comparação ao valor de balcão do animal convencional.
Exportações salvam
No entanto, o mercado de bovinocultura de corte brasileiro ainda conta com a força das exportações, reforçada pelo interesse cada vez maior pelo chamado “Boi-China” e pela desvalorização do real frente ao dólar, o que deixa o commodity brasileira bastante competitiva no mercado internacional.
“A atuação dos chineses nas compras dos cortes bovinos brasileiros deu suporte à firmeza dos preços da boiada gorda em praças que cumprem com os requisitos do mercado externo, o que injetou certa liquidez no mercado físico do boi gordo”, avalia a consultoria FNP.
Além da China, os frigoríficos que contam com unidades autorizadas para exportar se mostram confiantes com as notícias recentes da habilitação de plantas para outros destinos, como o Egito.
É o caso da indústria de São Paulo, que tem demostrando maior interesse pela compra de “gado exportação”, sobretudo nos padrões demandados dos importadores chineses (animal macho até 30 meses de idade, além de novilhas).
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o dia foi de poucos negócios, com muitos frigoríficos ausentes da compra de gado. “O feriado da próxima semana quebrará incisivamente o ritmo das negociações. A estratégia acintosa é de manutenção das escalas de abate entre dois e três dias úteis, sem alongar em demasia a posição em um momento de grande incerteza em relação à demanda de carne bovina”, assinalou.
O fechamento de restaurantes, rede hoteleira e de outros estabelecimentos muda profundamente os padrões de consumo, com uma latente dificuldade em escoar determinados cortes, com ênfase para os cortes nobres.
O consumidor final tem optado por proteínas mais acessíveis, como cortes congelados de frango, embutidos e ovo. Esse tipo de situação tende a se acentuar com o aprofundamento da recessão econômica em 2020. Enquanto isso, os pecuaristas passam a perder capacidade de retenção com o avanço do outono, o clima frio e seco acelera o desgaste das pastagens.
- Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 195 a arroba.
- Em Uberaba, Minas Gerais, os preços permaneceram em R$ 184 a arroba.
- Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram R$ 179 – R$ 180 a arroba.
- Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 180,00 a arroba.
- Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço ficou em R$ 170 – R$ 171 a arroba.
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Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. As exportações oferecem um alívio financeiros aos frigoríficos, com um excelente fluxo de embarques destinado à China, fazendo com que os animais que cumpram os requisitos para exportação ao país asiático sejam negociados em outro patamar.
Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,30 o quilo.
Com informações do FNP, Agrobrazil, Safras&Mercado