“Alguém anotou a placa do caminhão que atropelou o boi?” Os preços do boi gordo, informado pelo CEPEA, “passou a rasteira” no pecuarista e valor despencou mais de R$ 22,00/@ em único dia!
O mercado físico do boi gordo registrou mais uma vez preços, predominantemente, pouco alterados nesta quarta-feira, 03, com uma grande surpresa em São Paulo – segundo os dados do CEPEA. Diante disso, apesar da “catástrofe”, a expectativa é de novas altas no curto prazo. Com a entrada de salários e a chegada do Dia dos Pais, o mercado de boi gordo tem a reposição entre atacado e varejo melhorando durante a primeira quinzena de agosto.
“Neste momento, as atenções do mercado se voltam ao ambiente de negócios a partir de meados de agosto, com olhares sobretudo voltados ao desempenho das exportações brasileiras, bem como a real efetivação de uma demanda doméstica mais ativa, impulsionada pelo recebimento dos ajustes nos valores dos benefícios sociais por parte do governo federal”, observa IHS.
Cepea causa revolta, indignação e prejuízo
Apesar de todos os fatores apontar para um viés de valorização no curto prazo, o CEPEA “passa a rasteira” no pecuarista e preço despenca mais de R$ 22,00/@ em único dia!
Os preços tiveram o seu “pior momento” nessa quarta-feira, 04, após o fechamento do mercado do boi gordo. Como é visto no gráfico abaixo, o mercado sofreu uma desvalorização diária superior a R$ 22,00/@, conforme gráfico abaixo. Sendo assim, após mais de 30 com valor ficando sempre superior a R$ 314,00, a arroba na média paulista, fechou cotada a R$ 299,55. Além disso, o preços em dólar atingiu o menor patamar, US$ 54,79/@
Demais consultorias e preços mais reais
Segundo a Scot Consultoria, em seu relatório diário, na comparação diária, queda de R$2,00/@ de boi gordo e R$1,00/@ de novilha gorda. As ofertas de compra vigentes estão em R$304,00/@ de boi gordo, R$280,00/@ de vaca gorda e R$297,00/@ de novilha gorda.
Segundo o app da Agrobrazl, as negociações informadas apontaram uma média para as praças paulistas, no valor superior a R$ 311,00/@, com mercado mais truncado, mas com melhor fluidez na concretização das negociações.
Conforme dito em dias anteriores, o cenário para o boi China – animais de até 30 meses de idade -, a referência está em R$315,00/@, estável, na mesma comparação. O app da Agrabrazil, em Caiuá, interior paulista, o preços informado foi de R$ 315,00/@ com o pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 08 de agosto.
De forma generalizada, neste momento, o mercado ainda se depara com várias indústrias frigoríficas ausentes da compra de gado, ainda desfrutando de uma posição confortável em suas escalas de abate, que hoje estão posicionadas entre seis e oito dias úteis em média, seguindo em redução por conta da menor oferta de animais para abate que já é vista nas praças.
A incidência de animais a termo acaba tornando o quadro ainda mais confortável para determinados frigoríficos, com algumas indicações de escala para a semana que se inicia no dia 15/08.
“Mesmo com previsão de boa demanda é possível que não haja espaço para grandes reajustes no decorrer de agosto, com a incidência de algumas negociações acima da referência média para preencher alguma lacuna formada na programação”, diz Iglesias, da Agência Safras.
Volume de exportações em julho/22 fica bem próximo do recorde histórico para o mês
O Brasil exportou 167,3 mil toneladas de carne bovina in natura em julho/22, resultado ligeiramente superior (aumento de 1%) ao total embarcado em igual mês de 2021, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 2 de agosto, pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em receita, as vendas externas computadas em julho/22 geraram US$ 1,09 bilhão, 21,6% acima do faturamento arrecadado no mesmo período em 2021 e “o melhor resultado mensal de 2022”, destaca o analista da Agrifatto.
Consumo no Brasil deve cair ao menor nível em 26 anos
O consumo de carne bovina pelos brasileiros deve cair ao menor nível em 26 anos, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última segunda-feira (1º). A disponibilidade do produto em 2022 deve atingir 24,8 kg por pessoa, menor proporção da série histórica, iniciada pelo órgão em 1996.
No período pré-pandemia, em 2019, a disponibilidade de carne bovina era de 30,6 kg por pessoa no país. O ano de 2006 registrou a maior proporção do produto, com 42,8 kg de carne bovina por habitante. A disponibilidade de carne por pessoa é obtida por meio de cálculo que soma os números de produção nacional e importação e subtrai o volume exportado.
Giro do boi gordo pelo país
- Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi caiu para R$ 313.
- Em Dourados (MS), os preços também não tiveram alterações e ficaram em R$ 289.
- Em Cuiabá (MT) a arroba de boi gordo teve preço de R$ 284.
- Em Uberaba (MG), os preços ainda são de R$290.
- Em Goiânia (GO), os preços do boi também se mantiveram e ficaram em R$ 290 a arroba.
Atacado da carne bovina
Por outro lado, o mercado atacadista de boi gordo confirma a tendência de alta dos preços no decorrer da semana.
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Conforme o esperado a reposição entre atacado e varejo vem melhorando ao longo da primeira quinzena de agosto. Está semana é de entrada de salários na economia. A próxima será pautada pelo adicional de consumo relacionado ao Dia dos Pais. Portanto, a expectativa é de novos reajustes no curto prazo, diz Iglesias.
“A entrada da massa salarial e o Dia dos Pais estimulam a reposição entre atacado e varejo”, destaca Iglesias. Dessa maneira, o quarto dianteiro do boi fechou com preço de R$ 16,80, crescimento de R$0,60. Já a ponta de agulha também teve alta e ficou cotada a R$ 16,75. Por fim, o quarto traseiro do boi mantém-se em R$ 22,00 por quilo.