Com a guerra, quadro de importadores pode sofrer alterações radicais

Importadores da carne de frango brasileira no bimestre inicial de 2022 poderia proporcionar alguns indícios da vindoura composição dos destinos do produto

Naturalmente, os dados de apenas um bimestre – e primeiro do ano – são insuficientes para estabelecer um panorama, ainda que prévio, do que está por vir no restante do exercício.

De toda forma, o quadro dos principais importadores da carne de frango brasileira no bimestre inicial de 2022 poderia (ressalte-se: “poderia”) proporcionar alguns indícios da vindoura composição dos destinos do produto.

Por exemplo, queda significativa nas compras dos três principais importadores – China, Arábia Saudita e Japão. Em 2021, no mesmo período, eles absorveram quase 40% do volume então exportado. Neste ano, não mais que 26% – resultado que manteve a China ainda na primeira posição, mas levou Japão e Arábia Saudita para o quarto e quinto lugares.

No caminho inverso destacaram-se no bimestre os Emirados Árabes Unidos (quase 100% de aumento e volume equivalente a, praticamente, 95% da importação da China), Filipinas (+118%) e México, este com quase 200% de aumento no volume importado e mais de 600% de evolução na receita cambial.

Mas, como foi ressaltado acima, essa poderia ser uma tendência natural das exportações brasileiras no decorrer de 2022. Porque, já no final de fevereiro, surgiu uma guerra que, quase 30 dias depois, mantém o mundo em suspense e causa indefinições em todos os segmentos da economia.

No caso das importações (não só de carne de frango, mas de alimentos em geral) o que se observa é uma corrida generalizada aos possíveis exportadores (muitos países restringem suas exportações).

E a corrida atual está se refletindo, parece não haver dúvidas, também nas exportações brasileiras de carne de frango deste mês. Pois em apenas 13 dias de embarques (três primeiras semanas de março) o volume embarcado já corresponde a mais de 70% do total de um ano atrás, sinalizando total mensal em torno das 440 mil toneladas (é interessante notar que, se isto se confirmar, o volume exportado em março corrente corresponderá a novo recorde do setor, superando as 438 mil toneladas registradas em julho de 2018).

Enfim, os resultados do primeiro bimestre de 2022 servem apenas para dar ideia – muito tênue – de como poderia se comportar o mercado importador no decorrer do corrente exercício. Com a guerra, o quadro de importadores pode sofrer alterações radicais. Daí aguardar-se, com particular ansiedade, no fechamento do mês, a divulgação dos resultados de março corrente.

Fonte: AviSite

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