O arquipélago do Marajó concentra cerca de 72% da produção paraense de bubalinos, sendo considerada a região com o maior rebanho do Brasil.
Segundo as informações da Associação Paraense de Criadores de Búfalas (APCB), somente nos municípios de Chaves, Cachoeira do Arari e Soure há aproximadamente 330 mil cabeças desses animais, o que gera um destaque na produção do leite de búfala.
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) – vinculada à Sedap e encarregada da inspeção fitossanitária do rebanho – a produção dos laticínios locais alcançou a média mensal de 4,170 toneladas. Além disso, a expectativa é de aumento na produção e venda do queijo artesanal marajoara para outros estados, após o produto receber o Selo Arte.
“O gado de búfala produz menos leite que o bovino. A produção de leite de búfala, podemos dizer, ainda está no seu início. No caso da produção leiteira, ela só atende – e malmente – os laticínios. Mas já começou a entrar na merenda escolar. Já é um diferencial. Não há interesse, ainda, dessa produtividade chegar até esses estabelecimentos, mas o queijo chega e já estamos enviando o produto para outros estados. Com a aquisição do Selo Arte, o Marajó já começou a exportar o queijo para São Paulo e Rio de Janeiro, além de outros mercados já estarem à procura”, ressalta o presidente da APCB, João Rocha.
O leite de búfala é rico em vitaminas, e é considerado pelos especialistas um ótimo alimento para proteger o organismo contra doenças cardiovasculares, em especial o infarto e a aterosclerose. A partir do laticínio é possível fazer outros derivados como doces, queijos e até iogurtes. Além disso, o alimento está muito presente no consumo dos moradores da ilha.
“Como eu trabalho com doce e salgado, uso o leite na massa do bolo e na massa da coxinha, no recheio do canudinho e do “canudão” e no meu consumo diário. A gente sempre está utilizando o leite, pois meu pai tira leite da búfala, além de achar muito saudável”, ressalta a cozinheira Cleidiane Cuimar.
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Além de movimentar a economia local, a produção do leite e seus derivados também gera emprego e renda para muitas famílias no Marajó. O presidente da APC estima que um laticínio, com a produção de mil litros de leite, emprega cerca de 30 famílias, direta ou indiretamente.
“É um número expressivo, haja vista que o emprego aqui no Marajó é com os laticínios. Só na nossa região, temos em torno de 22 laticínios e alguns não oficializados ainda. A nossa grande busca é fomentar e tentar legalizar todo mundo”, comenta o presidente.
As informações são do O Liberal, adaptadas pela equipe MilkPoint.