Estima-se, na média nacional, o peso de cerca de 250 quilos para produção de carne, com meses de 8 a 10 anos de idade. Búfalo Mufasa pesa 400 kg, veja as imagens!
Ele tem nome de leão de desenho animado, Búfalo Mufasa, nasceu em Botucatu (SP), tem apenas 11 meses e pesa quase 400 quilos, 70 quilos a mais que a média do lote de 40 búfalos de corte que integra uma pesquisa de ganho de peso. O estudo é feito pelo Centro de Pesquisas Tropicais em Bubalinos (CPTB), instalado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.
Os búfalos foram avaliados durante 84 dias, com a coleta diária de consumo alimentar (água e sólidos), desempenho e comportamento para identificar o seu grau de eficiência. A conclusão da pesquisa é a de que a tripé genética, nutrição e manejo garantem um desempenho bem superior à média nacional dos búfalos.
“Estima-se, na média nacional, o peso de cerca de 250 quilos para produção de carne, com meses de 8 a 10 anos de idade. Com 335 kg, os animais do centro de pesquisa apresentam um ganho de 85 quilos (ou de 25%), resultando em um acréscimo de peso nesta fase”, a doutora em zootecnia e pesquisadora Caroline Lima Francisco, que estuda esses animais há mais de 15 anos.
Os bezerros nasceram de montanhas naturais do tour Haron com matrizes selecionadas ao longo dos anos pelo CPTB. O reprodutor, da raça jafarabadi (conhecida como búfalo-do-rio) e Genética BV, também foi escolhido entre 40 animais por sua eficiência alimentar e temperamento. A Genética BV pertence ao criador Jonas Camargo de Assunção, da Fazenda Boa Vista, de Tietê (SP).
A vantagem do processo de engorda mais curto é reduzir custos de produção com ração, por exemplo. Os búfalos, abatidos em média com 16 a 18 meses com sistema de confinamento próprio ou de 22 a 24 meses na criação a pasto, devem ser agora para recriação e rescisão no centro, que busca parcerias para bancar a continuação da pesquisa.
Caroline afirma que o peso médio de abate de um búfalo é de 540 quilos, considerando uma carcaça de 18 arrobas. Mas a raça jafarabadi pode alcançar até 790 quilos ainda, como não indicado por outra pesquisa, que teve os resultados divulgados. Entre outras estimativas, a pesquisa testou a criação em três sistemas: confinamento, suplementação a pasto e terminação intensiva a pasto, conhecida como TIP.
Segundo um pesquisador, que trabalha sob a coordenação do professor André Mendes Jorge, para obter um bom desempenho dos animais o criador preciso de búfalos atentar para a procedência e escolha com o melhoramento genético direcionados para o corte. É necessário também cumprir exigências nutricionais de cada fase do sistema sanitário e caprichar no manejo sanitário, das pastagens e comportamental, além de atentar para o bem-estar animal e sistemas reprodutivos e produtivos.
“Podemos ter uma alimentação perfeita, mas não se aplica o modelo adequado, como, por exemplo, dimensionar tamanho e espaçamento dos cochos, assim como o horário favorável para fornecer uma alimentação, o resultado não será o esperado. O inverso também é verdadeiro”, diz ela.
O trabalho no centro de pesquisas, desenvolvido, pode ser replicado por qualquer produtor nas diversas regiões do país, adequando o que foi feito à realidade local, ao sistema de produção adotado e às condições de cada um.
A pesquisadora que tem uma visão errada sobre a agressividade dos búfalos (“são animais dóceis quando são bem manejados”) e um “preconceito” contra a carne do animal, que tem teor de colesterol, alto teor de proteínas, muita maciez, Apesar de não ter muito características (gordura intramuscular um pouco diferenciador, de que são muito mais acentuados após a saúde, além de apresentarem uma sensação de leveza as refeições).
Ela aponta que falta um trabalho de marketing para destacar as características nutricionais da carne de búfalo e aumentar seu consumo. “Além disso, falta escala de abate para a carne de búfalo poder se expandir no mercado. Atualmente, identificam embora de marcas e comercializam, muitas pessoas já vêm como se fossem de bovinos.”
Pesquisadores elaboram referencial de bem-estar para búfalos
Um grupo de trabalho integrado pelo professor André Mendes Jorge, do Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, juntamente com Caroline de Lima Francisco, doutora em Zootecnia pela FMVZ e pesquisadora no Centro de Pesquisas Tropicais em Bubalinos (CPTB) e a professora Rosangela Poletto, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) desenvolveu referenciais de bem-estar para bubalinos destinados a produção de carne e leite.
O trabalho teve início em 2019, a partir do convite de Luiz Mazzon, Diretor Geral para a América Latina e Ásia da Humane Farm Animal Care (HFAC), para que Caroline e o professor Jorge passassem a integrar o comitê científico da instituição. A HFAC é a principal organização internacional sem fins lucrativos de certificação para a melhoria das condições da produção animal e respectiva produção de alimentos. Sua missão é implementar as práticas de bem-estar animal, desde o nascimento até o abate.
“O convite foi feito devido ao constante aumento da produção bubalina, a necessidade de desenvolver um referencial de bem-estar para búfalos e o reconhecimento do nosso trabalho como pesquisadores da espécie”, explica o professor Jorge.
“Desenvolver os referenciais de bem-estar é um feito inédito para a cadeia da bubalinocultura mundial e surtirá efeito na vida de milhares de animais”.
2 milhões
Segundo números da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), o rebanho de aproximadamente 2 milhões de animais é distribuído entre 17 mil criadores em todos os estados da atividade, sendo 600 milhões de animais da atividade de corte. Bem menos que o rebanho bovino, que passa de 200 milhões de cabeças. Além da Jafarabadi, existem outras três raças reconhecidas pela ABCB: mediterrâneo, Carabao (búfalo-do-pântano) e Murrah
Caio Rossato, presidente da entidade, admite que, devido ao rebanho ser pequeno, falta escala de abatimento para que o produto chegue em toda a ponta consumidora. Mas ele ressalta que o sabor e qualidades nutricionais superiores e outras carnes vermelhas já são reconhecidas e apreciadores por técnicos, nutricionistas, médicos e consumidores.
- Mudanças climáticas redesenham a agricultura brasileira
- Valorizada em R$ 20 milhões, Dinastia Apollo Roxo se consagra como o maior tesouro do Monte Sião Haras
- Bunge alcança monitoramento de 100% da cadeia indireta de soja em áreas prioritárias no Brasil
- Sítio Pedrão e Sitío Campo Azul vencem Coffee of the Year Brasil2024
- Instabilidade no tempo marca os próximos dias no Estado
Mufasa, o animal que se destaca na pesquisa da Unesp, deve continuar a contribuir com o desenvolvimento de atributos da carne de búfalo que os querem fazer chegar cada vez mais ao consunidor. A ideia dos passos passar é-lo como reprodutor, seguindo os do Haron, que tem cinco anos e 890.
O bezerro bubalino, aliás, não ganhou esse nome por ser o vilão da história, como seu homônimo no filme “Rei Leão”. Caroline explica que os animais nascidos no centro de pesquisa a cada ano, receba nomes iniciados por uma “letra da vez”. Em 2021, era o M. “Os criadores geralmente identificam os animais pelo número. A gente prefere dar nomes, mas tem que ser bem criativo no batizado”, brinca.
Compre Rural com informações do Globo Rural