De acordo com os executivos seriam necessários pelo menos mais dois anos de colheitas boas nas Américas para aliviar o cenário atual.
De acordo com executivos da indústria agrícola, a colheita de grãos mais fraca dos Estados Unidos este ano irá atrasar os esforços para aliviar a crise no suprimento global de alimentos. A colheita também será limitada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Representantes de empresas como Bayer, Corteva, Archer Daniels Midland (ADM) e Bunge disseram que a oferta mundial de grãos continua apertada. Dessa maneira, seriam necessários pelo menos mais dois anos de colheitas boas nas Américas do Norte e do Sul para aliviar o cenário atual.
Segundo eles, as condições de seca persistente nos EUA e em países agrícolas da América do Sul, junto com a incerteza sobre a produção ucraniana, estão tornando a situação ainda mais complicada.
Ainda de acordo com os executivos, a renovação do acordo do corredor de exportação de grãos no Mar Negro até o fim de novembro é crucial para aliviar a pressão sobre os estoques globais de alimentos.
“Precisamos tirar esses suprimentos de lá”, disse o CEO da Bunge, Greg Heckman, a maior processadora de oleaginosas do mundo. “Não apenas pela segurança alimentar global, mas pela qualidade e pela liberação de armazenamento para a próxima safra.”
O CEO da ADM, Juan Luciano, disse que, entre março e agosto, a Ucrânia exportou cerca de 40% dos grãos que normalmente enviaria naquele período específico. Sob o acordo de grãos do Mar Negro, o país embarcou cerca de 60% do que fez nos últimos anos, afirmou. Para setembro, ele espera uma melhora entre 80% e 90%.
Seca afeta colheita
Somado ao cenário de guerra na Europa, as altas temperaturas no verão dos EUA pioraram as condições de seca no oeste e nas Grandes Planícies do país.
O calor intenso em Estados como o Kansas, se instalou quando as plantações de milho estavam polinizando em muitas partes do Cinturão de Grãos. O período, é o que as plantas precisam de mais água. Algumas culturas de milho também foram plantadas após uma primavera úmida no Hemisfério Norte, causando perda de rendimento, de acordo com analistas agrícolas.
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Além disso, espera-se que a colheita de milho deste ano fique abaixo dos rendimentos normais mais recentes na América do Norte e na Europa. Por conta disso, 2022 seja um ano de reabastecimento de suprimentos em todo o mundo, disse o executivo-chefe da Corteva, Chuck Magro.
Em um relatório deste mês, sobre segurança alimentar global em 77 países de renda baixa e média, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou o número de pessoas em estado de insegurança alimentar em 1,3 bilhão. O número representa um aumento de cerca de 10% em relação à estimativa de 2021.