Cocho móvel promete eliminar a perda de ração na pecuária. O equipamento também ajuda na adubação das pastagens, ganho de peso do animal e evita a compactação do solo!
Quando há deficiência nas pastagens e a necessidade de complementar a dieta de bois, vacas e novilhos, os pecuaristas costumam oferecer a suplementação alimentar para garantir a saúde dos animais. Mas qual o melhor tipo de cocho para se utilizar nas pastagens? Venha descobrir na matéria abaixo!
Para facilitar o trabalho, eles instalam cochos de madeira, no lugar de alvenaria, para o arraçoamento do rebanho, principalmente por causa do custo e da facilidade de deslocamento pela propriedade rural.
Mas afinal de contas, quais os tipos de cocho? Qual o melhor tipo de cocho? Todos são adequados, como estruturar? Meu sistema de criação permite a utilização? E nas águas? Vamos responder essas e outras perguntas abaixo! Vem comigo?
A utilização de cochos de madeira tem o problema de que, geralmente, é usada madeira (tábuas comuns), material que facilmente se deteriora por causa do contato com o esterco e com a urina do gado, além da lama que pode se acumular ao redor.
Com o passar do tempo, fica difícil manter a higiene destes locais. É o que destaca o engenheiro agrônomo e pesquisador André Pedroso, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste.
O cocho móvel é uma excelente ferramenta de ajuda ao produtor rural quando o assunto é a recuperação de pasto e a manutenção da boa saúde do gado, seja de corte ou de leite.
Tipos de cocho
Informações relevantes para escolher qual cocho é mais indicado variam entre o tamanho do pasto, a topografia da fazenda, ou o número de animais distribuídos nos lotes.
O mais importante é pensar no fácil acesso à alimentação, lembrando que a quantidade de cochos aumenta em áreas acidentadas ou terrenos maiores. Vamos listar abaixo, alguns modelos de cochos mais utilizados nas propriedades do Brasil.
Cocho-trenó
Uma opção para uso do cocho móvel é o cocho-trenó, desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste. Muito resistente e fabricado de material plástico que iria para o lixo, cada módulo do cocho móvel possui 2,80 metros de comprimento, por 1,70 metro de altura.
Apoiado sobre dois esquis, o que permite mantê-lo em posição mais elevada em relação ao solo, o cocho pode ser amarrado por uma corda na parte dianteira de cada módulo e puxado de lugar a outro na fazenda por um trator, o que lhe confere o nome de cocho-trenó.
O agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste, André Pedroso, explica que o cocho é fabricado por uma entidade beneficiente. O comedouro foi desenvolvido com o apoio da Embrapa que, há mais de 20 anos, trabalha com o modelo, também conhecido como cocho-trenó.
Outra característica central é que, apesar das aparências, ele não é feito de madeira e sim de um material reciclado. É uma matéria-prima conhecida como madeira plástica. Além desse cocho maior, a Embrapa também utiliza comedouros menores, para bezerros, e ainda mourões, para cerca elétrica. Tudo feito com a mesma madeira plástica.
Cochos de Polietileno – Giro Cocho
Esse produto tem sido de grande aceitação no mercado, também pode ser chamado de giro cocho 2100. Ele é leve, pesa apenas 53 kg, pode ser transportado com facilidade na fazenda e evita atoleiros.
Outro diferencial é a logística que ele proporciona dentro dos sistemas rotacionados e de integração entre pastagens com os grãos. Tem um ótimo custo/benefício, não precisa de manutenção e sua durabilidade é superior à 5 anos.
Também é resistente a impactos, anticorrosivo e possui drenos. O giro cocho não precisa de instalação e possui um depósito com capacidade para até 15 sacas de 30 kg. Para os suplementos minerais deve ser considerado o espaço de 4 à 6 cm lineares por cabeça, nos suplementos proteicos e energéticos de 10 à 15 cm lineares por cabeça. A ração também mantém o mesmo tamanho, 20 à 50 cm.
Dessa forma, o Giro cocho por ser bastante versátil se torna uma ótima opção.
Cochos de Tambor
Esses suportes de plástico são os mais utilizados no Brasil, pois são baratos, com uma média de R$ 500,00. Suas unidades não possuem sistema de dreno, pesam cerca de 100 kg e duram aproximadamente 2 anos.
No caso dos suplementos minerais, é preciso contar de 4 à 6 cm lineares por cabeça. Para suplementos proteinados o tamanho linear é de 10 à 15 cm por cabeça. Para as rações esse tamanho é ainda maior, 20 à 50 cm por cabeça.
Lembrando aqui que os animais não comem simultaneamente e que nos cochos onde os bovinos podem ser alimentar dos dois lados, a quantidade de animais pode ser dobrada. Dessa forma, o cocho de tambor não é o mais indicado.
Cochos cobertos
Geralmente construídos com madeira, tambores e telhas de zinco. Podem ser móveis.
ou fixos. A durabilidade tem uma média de 6 a 10 anos e o seu custo varia de R$1.850,00 a R$2.500,00. É preciso acrescentar ainda a despesa de manutenção.
No caso dos cobertos, podemos subdividi-los em fixos com peso acima de 500 kg e os móveis, com uma média de 350 kg. Ambos possuem capacidade para até 10 sacas, não dispõem do sistema de dreno e protegem das variações climáticas. Para o uso de suplemento mineral necessitam de 4 à 6 cm lineares por cabeça, enquanto suplementos proteicos são de 10 à 15 cm lineares por animal.
As rações continuam aqui exigindo um espaço de 20 à 50 cm. Em suma, a parte negativa é a necessidade de instalação, a manutenção e a sustentabilidade zero.
Cochos de Madeira e outros modelos
Não podemos esquecer de outros modelos fabricados, como os de pneu e de concreto. O primeiro tem baixo custo e também costuma ser usado como bebedouro. Enquanto o segundo tem um sistema mais caro e é direcionado para confinamentos.
Vantagens dos cochos móveis
As vantagens de se utilizar o cocho móvel são promissoras, vamos listar algumas delas:
- Evita o excesso de lama, esterco e urina ao redor dos comedouros fixos;
- Elimina a quantidade de moscas transmissoras de doenças;
- Capaz de proporcionar um ambiente limpo, mais seco e mais saudável para o gado;
- Facilidade de transporte;
- Facilidade no abastecimento;
- Local para armazenamento dos sacos.
Nos meses chuvosos, por exemplo, o comedouro deve ser mudado de lugar a cada três ou quatro dias; já em épocas mais secas, a troca pode ser feita a cada 10 ou até 15 dias. É bom ressaltar, no entanto, que independente da época do ano, tudo dependerá do clima e do número de animais no rebanho.
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Se notado o acúmulo excessivo de sujeira ao redor do cocho, este deverá ser mudado de lugar o quanto antes.
Outra característica positiva que não deve deixar de ser mencionada é o fato de a movimentação do trenó pelo pasto acabar trabalhando na distribuição do esterco pela área, economizando na adubação química da pastagem.