Coamo indica fortes recebimentos de soja em janeiro com colheita antecipada

“Este ano, não sabemos como vamos finalizar o mês, mas já iniciamos janeiro com bastante recebimento”, afirmou o executivo.

A Coamo, maior cooperativa agrícola do Brasil, deve terminar janeiro com fortes recebimentos de soja, já que a safra antecipou seu ciclo devido ao calor mais intenso e a colheita começou mais cedo na temporada 2023/24, disse o presidente-executivo da empresa, Airton Galinari, em podcast da instituição divulgado nesta terça-feira.

“Realmente é um cenário em que observamos de tempos em tempos esta colheita mais antecipada. O último ano que tivemos colheita importante em janeiro foi há cinco anos, na safra 18/19, onde recebemos quase 20% de toda a soja que a Coamo recebeu no ano dentro de janeiro”, disse ele.

“Este ano, não sabemos como vamos finalizar o mês, mas já iniciamos janeiro com bastante recebimento”, afirmou o executivo, citando maior antecipação no oeste do Paraná, na região de Toledo, e no centro-oeste, na região de Juranda.

A Coamo atua também em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

“Vemos colheita bastante acelerada, a níveis de colheita normal. No entreposto de Toledo recebemos 93 mil sacas na gerência, ritmo normal de safra”, disse.

Os prêmios da soja no porto de Paranaguá caíram para 5 centavos de dólar por bushel, ante 80 centavos no final do ano passado, segundo dados levantados pelo Cepea/Esalq.

Ele lembrou, que, por outro lado, a Argentina e o Rio Grande do Sul deverão vir com safra maiores, após a seca da temporada anterior, o que também tem pressionado os contratos futuros na bolsa de Chicago.

“O comprador, sabendo que vai ter disponibilidade, ele tira os pés e isso derruba os prêmios.”

Galinari mostrou alguma preocupação com a falta de chuvas para o plantio da segunda safra de milho, realizado logo após a colheita de soja.

“Tínhamos previsão de chuvas que não estão se concretizando, a cada dia as chuvas estão se afastando, isso compromete, mas é muito cedo. Preocupa para a implantação do milho segunda safra.”

Exportação

A Coamo divulgou nesta terça-feira dados consolidados das exportações de grãos e farelos em 2023. No total, exportou 4,76 milhões de toneladas no ano passado, mais que o dobro de 2022, quando a safra sofreu com a seca.

As exportações registraram 10,7 bilhões de reais de faturamento, o que equivale a 35% das receitas globais da cooperativa.

Além de Paranaguá (PR), por onde a Coamo embarcou 3,65 milhões de toneladas de produtos agrícolas, o equivalente a 14% das movimentações do porto, a cooperativa também exportou através dos Portos de Santos (SP), Antonina (PR), São Francisco do Sul e Imbituba (SC) e Rio Grande (RS), visando contornar gargalos logísticos, conforme havia adiantado à Reuters Galinari, em entrevista no início de dezembro.

A Coamo encerrou o ano de 2023 como líder no ranking de exportadores dos Portos do Paraná.

O diretor comercial da Coamo, Rogério Trannin de Mello, disse em comunicado que a exportação trouxe mais liquidez à comercialização, “pois o objetivo é ter preço todo dia”.

Os principais mercados das exportações da Coamo são a China, com a exportação de soja, e a Europa, com o farelo de soja, nos sistemas FOB e CIF, com rastreabilidade e garantia de origem.

Galinari disse ainda que a cooperativa observa “grande quantidade de áreas que estão se aproximando da colheita, que vai com certeza acontecer no mês de janeiro”.

Ele estimou que a colheita da soja no Paraná antecipou entre 10 a 15 dias nesta safra, devido às temperaturas elevadas no final da primavera e início de verão.

Fonte: Reuters

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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“Dias longos, com alta intensidade de sol e altas temperaturas que encurtam os ciclos, e é isso o que estamos vendo”, comentou.

Segundo o executivo, com o encurtamento do ciclo, as produtividades acabam sendo comprometidas, mas por ora estão vindo dentro da média.

“Lá no oeste (do Paraná) estamos tendo produtividades na média do esperado, não são aquelas produtividades de supersafra, mas são aquelas médias, algo em torno de 55 a 65 sacas por hectares”, disse.

Com a entrada antecipada da safra brasileira, o prêmio da soja nos portos em relação à bolsa de Chicago “caiu fortemente”, disse o CEO, lembrando que isso aconteceu apesar da expectativa de uma safra menor no Centro-Oeste brasileiro.

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