A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quarta (21), a live “O que fazer após os danos por geada e granizo no cafezal?”
O debate foi moderado pelo coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel Silva, e contou com a participação do diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola; do pesquisador da Fundação Procafé, Marcelo Jordão; e da superintendente de Seguros Agrícolas da Mapfre, Cátia Rucco.
Maciel Silva destacou que as perdas relacionadas aos eventos climáticos foram expressivas para a cultura do café em 2021. A safra, que já seria menor em função do ciclo de bienalidade, teve uma redução da produção intensificada pelo déficit hídrico no segundo semestre de 2020 e primeiro semestre de 2021.
Outro problema grave foram a geada e o granizo. Segundo ele, mesmo com quase 80% da área com café no País colhida no momento de ocorrência da geada, o impacto deverá comprometer o potencial inicial da safra 2022. Já o granizo provocou danos em áreas pontuais.
“O Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), do qual a CNA faz parte, já aprovou a reserva de R$ 1,3 bilhão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que será utilizado em uma linha específica para a recuperação de cafezais danificados, mas compreender os tratos culturais necessários é de extrema relevância”, disse o coordenador de Produção Agrícola da CNA.
Na opinião de Pedro Loyola, apesar dos esforços para desenvolver o mercado do seguro rural através do Programa de Subvenção ao Seguro Rural, do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e do Monitor do Seguro Rural, a adesão dos produtores ainda é muito baixa.
De acordo com ele, a área segurada em café foi de 105,6 mil hectares em 2021, resultando em um valor de R$ 1,4 bi e um prêmio de seguro rural de apenas R$ 46 milhões, o que não cobre nem 7% do potencial de seguro para café no Brasil.
“Alteramos o plano trienal e esse ano o cafeicultor passou a ter subvenção de 40%. As taxas são acessíveis e o produtor precisa ver como um investimento”, disse o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura.
O pesquisador da Fundação Procafé falou sobre o manejo agronômico das lavouras de café afetadas. Marcelo Jordão fez recomendações técnicas pós-geada, especialmente sobre podas, e abordou tratamentos após chuva de granizo.
Cátia Rucco ressaltou as diferenças do café para outras culturas seguradas e a necessidade de seguros específicos para a atividade. Conforme ela, existem produtos que cobrem a vida da planta ou o grão do café, de acordo com os níveis de risco de cada produtor.
“Devemos buscar meios de levar aos produtores os principais riscos a que a atividade está submetida, os produtos de seguro disponíveis no mercado e a relevância do seguro rural para gestão de riscos”, declarou.