Cinco dicas para criar gado Nelore, confira!

Sabe aquela história do “Nelore sendo Nelore”, sempre traz uma dúvida sobre como criar essa raça de corte; Confira as cinco dicas para criar gado Nelore!

criação de gado Nelore se encontra disseminada por todo o Brasil. Cerca de 80% do gado de corte brasileiro é Nelore e não é à toa, já que se trata de uma raça muito bem-adaptada ao clima tropical e conta com uma boa experiência por parte do produtor nacional.

Contudo, é essencial conhecer as particularidades da raça Nelore, para que o produtor consiga aprimorar a criação e a atividade pecuária seja ainda mais eficiente. Por isso, separamos para você 5 dicas para criação de gado Nelore. Continue conosco e boa leitura!

1. Diferenças na criação de gado Nelore

O Brasil tem o maior rebanho de bovinos de corte do mundo. Nesse segmento, as duas principais raças na pecuária nacional são a Nelore e a Angus.

A raça Angus, de origem europeia, adaptou-se melhor no Sul do país. Por sua vez, a raça Nelore, de origem indiana, encontrou espaço em praticamente todo o restante do território brasileiro.

Como o Nelore representa 80% do gado de corte conduzido no Brasil, as principais condutas para o sistema de criação são comumente baseadas nessa raça. Assim, é importante conhecer algumas características da raça:

  • apresenta excelente adaptação ao clima tropical;
  • tem trato digestivo menor e gera menor quantidade de calor corporal;
  • tem a pele mais resistente aos ectoparasitas;
  • apresenta temperamento ativo e dócil;
  • possui o cupim (reserva energética);
  • tem elevada rusticidade desde a gestação.

2. Fases da criação do gado de corte

A criação de gado de corte no Brasil tem se caracterizado por quatro tipos de pecuária:

  • criação extensiva em pasto nativo;
  • criação extensiva em pasto cultivado;
  • criação semi-intensiva;
  • criação em confinamento.

A forma mais comum é a criação extensiva, tanto em pasto nativo como cultivado. A criação semi-intensiva é tem apresentado excelentes resultados e tem sido propugnada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De todo modo, o desenvolvimento de um rebanho para o corte resumidamente passa pelas fases de cria, recria e engorda.

Cria

A cria propriamente é o período que vai do nascimento do bezerro até o seu desmame. Normalmente essa fase vai até os 6 ou 8 meses de idade. Esse é um período especialmente importante para que o bezerro se fortaleça e tenha condições de crescer adequadamente, dando vazão ao seu potencial genético.

Existem duas situações críticas no início da fase de cria e que requerem cuidados especiais: a mamada do colostro e a cura do umbigo. Os dois momentos constituem circunstâncias de suscetibilidade do pequeno bezerro. A mamada do colostro, porque é a iniciativa que garantirá o reforço nutricional imediato, mas principalmente a construção do sistema imunológico do filhote.

Por sua vez, os cuidados com o umbigo são essenciais, uma vez que o coto (local de inserção do umbigo) é porta de entrada de inúmeras infecções. Muitas dessas ocorrências são fatais e, quando não são, reduzem a capacidade produtiva do animal.

Recria

A recria começa com o início da alimentação sólida. Em condições naturais, se dá por iniciativa da vaca matriz que começa a evitar e a impedir a mamada, induzindo o filhote à alimentação sólida.

A fase de recria deve ser conduzida com bastante atenção e cuidados especiais com a alimentação. Uma recria deficitária poderá comprometer a engorda resultando em queda da produtividade do plantel.

Para esse fim, escolher bem o tipo de pastagem para o gado de corte e produzi-la com manejo adequado em termos de fertilidade do solo é essencial. Assim, os trabalhos anteriores de preparo do pasto nos piquetes para a recria devem ter sido providenciados no tempo certo.

Nessa fase, deve-se considerar uma boa disponibilidade de água e suplementação alimentar no cocho com vistas à obtenção de bons índices zootécnicos. Esse reforço deve ser tecnicamente conduzido para que seja eficiente e não ocorram perdas que poderiam ser evitadas.

Além disso, o controle de ectoparasitas nos animais é indispensável para garantir boa saúde. Avaliações periódicas da ocorrência principalmente de carrapatos deve garantir um rebanho sadio e com bom desenvolvimento.

Engorda

A fase final, conhecida por engorda ou terminação, é a de promoção do desenvolvimento máximo dos animais. Tem início quando o garrote já alcançou cerca de 300 kg (20 arrobas; no Brasil o valor numérico de uma arroba é arredondado para 15 kg).

Seu objetivo principal consiste em fazer os animais alcançarem um peso médio de 450 kg (30 arrobas). Assim, para que produzam mais carne e de melhor qualidade, devem ser submetidos a uma alimentação própria para ganho de peso.

Os cuidados nutricionais são especialmente importantes nesse período de terminação para que os animais apresentem sua melhor performance. Uma dieta alimentar com base em ração adequada ao plantel deve ser considerada indispensável para uma boa produtividade.

máximo aproveitamento das pastagens ainda disponíveis deve ser considerado, especialmente em razão do período de secaÉ uma estratégica alimentar para corrigir as deficiências nutricionais que as pastagens apresentam. Assim, a complementação com núcleos (mineral com aditivos) e grãos.

3. Área para criação de Nelore

A extensão da área para a criação do gado Nelore não tem um valor definido como uma regra geral. Na verdade, uma série de componentes do sistema adotado na criação de gado Nelore é que definirá qual a área mais apropriada.

Assim, devem ser levados em consideração, entre outros:

  • clima da região;
  • fertilidade do solo;
  • qualidade das pastagens;
  • fase da criação (cria, recria ou engorda);
  • disponibilidade de mão de obra;
  • nível de tecnologia disponível;
  • proximidade do mercado.

Por sua vez, quanto menor a área disponível, mais intensiva será a criação. Isso significa maior necessidade de recursos disponíveis, principalmente para suplementação alimentar adequada.

4. Confinamento de gado Nelore

O confinamento do gado é um sistema de criação no qual os animais são separados em lotes e mantidos em áreas restritas. Sua alimentação se dá essencialmente no cocho, à base de uma dieta balanceada (ração e suplementos alimentares) especificamente formulada e acompanhada tecnicamente.

Para o gado Nelore, de modo geral, o confinamento pode se dar de três formas: a céu aberto, parcialmente coberto ou em galpão fechado (menos utilizado no Brasil). Cada sistema apresenta suas próprias características e formas de condução.

De todo modo, um importante aspecto a ser considerado no confinamento é o cercamento das instalações. Assim, a cerca para o confinamento deve ser apropriada, construída para esse fim e fazendo uso do arame adequado e de melhor qualidade.

5. Alimentação do rebanho

Em toda criação, o manejo nutricional tem particular necessidade de atenção, pois é a base de toda resposta que se espera. Assim, além de uma boa pastagem rica nos principais nutrientes necessários, a suplementação alimentar deve ser considerada.

Nesse sentido, o gado Nelore deve receber dois tipos de alimentos: Volumosos e os Concentrados.

Volumosos

Os volumosos são constituídos pelos alimentos que apresentam elevados teores de fibras e baixos valores energéticos. Existe um variedade de alimentos volumosos para o gado destacando-se:

  • forrageiras de pastejo (pastagem);
  • forrageiras fornecidas verdes no cocho;
  • silagens;
  • fenos.

Concentrados

Ao contrário dos volumosos, os concentrados apresentam baixos teores de fibras e elevados valores energéticos e proteicos isto é, são mais ricos em nutrientes. São exemplos de concentrados, entre outros:

  • farelo de soja;
  • farelo de algodão;
  • farelo de girassol;
  • soja em grão.

A criação de gado Nelore é muito bem-sucedida no Brasil, já que a raça é rústica e apresenta uma excelente adaptabilidade às condições ambientais do país. Todavia, é preciso ficar atento aos cuidados que mencionamos para que o sistema tenha a eficiência e a rentabilidade que o produtor almeja.

Fonte: Belgo Arames

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