Os ciclones são gigantescos sistemas de baixa pressão na atmosfera terrestre.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em colaboração com o Serviço Meteorológico da Marinha, o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica (Cimae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), emitiu um alerta sobre a possível formação de um ciclone subtropical ao longo da costa sudeste do Brasil.
A previsão indica que a formação do ciclone terá início na noite desta sexta-feira (16/2), a uma distância considerável do litoral, aproximadamente 230 quilômetros ao largo da cidade de Arraial do Cabo (RJ). Espera-se que o ciclone permaneça na costa sudeste por alguns dias antes de se deslocar em direção ao litoral de Santa Catarina.
Antecipa-se que este fenômeno resultará em chuvas intensas desde o litoral norte de São Paulo até a região metropolitana do Rio de Janeiro, com destaque para precipitações mais significativas na Costa Verde (RJ), abrangendo localidades como Angra dos Reis e Parati.
As chuvas são previstas para iniciar nesta noite, persistindo ao longo do sábado. É crucial que a população esteja atenta aos alertas de chuvas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, bem como às informações da Marinha sobre as condições marítimas e possíveis ressacas.
É importante ressaltar que a temporada de ciclones no Atlântico Sul normalmente abrange o período de novembro a abril. Durante essa época, o Brasil se torna mais propenso a enfrentar ciclones tropicais e subtropicais. As mudanças climáticas também estão desempenhando um papel significativo, ampliando a variabilidade e intensidade desses fenômenos em algumas regiões e aumentando, assim, o risco de eventos climáticos extremos.
Mas afinal, o que são os ciclones?
Os ciclones são gigantescos sistemas de baixa pressão na atmosfera terrestre. Quando se formam no Hemisfério Sul, seus ventos internos circulam no sentido horário, ao contrário do que ocorre no Hemisfério Norte. Essa direção dos ventos é uma consequência direta da força de Coriolis, um fenômeno físico resultante do movimento de rotação da Terra.
Esses fenômenos climáticos são classificados de acordo com sua localização geográfica e intensidade, sendo principalmente categorizados em três grupos: Tropicais, Subtropicais e Extratropicais. Vamos entender cada uma dessas categorias:
Ciclones Tropicais
Os ciclones tropicais são os mais reconhecidos e impactantes para o Brasil. Originam-se sobre as águas quentes dos oceanos e têm o potencial de gerar ventos extremamente poderosos e chuvas intensas. Em decorrência disso, estão associados a tempestades severas e ventanias, resultando em danos a propriedades e inundações em áreas extensas.
Ciclones Subtropicais
Os ciclones subtropicais apresentam características tanto de ciclones tropicais quanto de extratropicais. Tipicamente formam-se em latitudes médias e podem afetar as regiões costeiras do Brasil, trazendo consigo chuvas intensas e ventos robustos.
Ciclones Extratropicais
Por último, os ciclones extratropicais formam-se em latitudes mais elevadas e são comuns em áreas como o Sul do Brasil. Frequentemente, são responsáveis por alterações abruptas nas condições climáticas, ocasionando ventos fortes, chuvas moderadas e até mesmo neve em determinadas regiões.
Como se dá a formação dos ciclones?
A formação de ciclones é um processo intrincado que envolve uma complexa interação de fatores meteorológicos e climáticos. Em linhas gerais, eles se originam a partir do desenvolvimento de uma zona de baixa pressão atmosférica, uma região onde a pressão atmosférica é inferior à das áreas circundantes.
Um dos primeiros elementos desencadeadores desse processo é a temperatura da superfície do mar. Águas oceânicas aquecidas, com temperaturas superiores a 26 °C, ao evaporarem, liberam calor, tornando o ar atmosférico menos denso do que o presente na superfície. Simultaneamente, a umidade do ar desempenha um papel crucial, facilitando a ascensão do ar, sua subsequente refrigeração e a formação de nuvens de chuva. Esses fatores contribuem para o fortalecimento do sistema de baixa pressão central.
A existência de ventos em diferentes altitudes na atmosfera é um componente essencial na formação dos ciclones. Variações na direção e na velocidade do vento em diferentes altitudes podem criar condições propícias para a rotação e o aprimoramento do sistema. O efeito Coriolis, resultante da rotação da Terra, também exerce influência sobre a direção desses ventos.
Dessa forma, a baixa pressão atmosférica, originada pela temperatura das águas, umidade do ar e orientação dos ventos, provoca a convergência de massas de ar em diversas altitudes. A combinação harmoniosa desses elementos cria as condições necessárias para a formação e evolução dos ciclones.
Em relação aos ciclones tropicais, a importância da água quente dos oceanos é particularmente destacada, desempenhando um papel crucial. Por outro lado, no caso dos ciclones subtropicais e extratropicais, observa-se uma interação mais intrincada entre os fatores atmosféricos.
Quanto à sua incidência no Brasil e os motivos por trás disso?
A geografia é o fator preponderante que expõe o Brasil aos ciclones de todos os tipos. Além de possuir uma vasta extensão territorial e uma extensa faixa litorânea, o país está situado em uma região propícia à formação desses fenômenos, devido às águas quentes do Oceano Atlântico.
Consequentemente, as áreas costeiras tornam-se mais suscetíveis aos impactos resultantes da conjunção de águas quentes e ventos convergentes.
Estados como Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que possuem extensas áreas litorâneas, são frequentemente atingidos por ciclones tropicais e subtropicais. Ventos vigorosos, chuvas intensas e tempestades têm o potencial e, muitas vezes, causam inundações, erosão costeira e danos à infraestrutura nessas regiões.
No entanto, mesmo as áreas mais interioranas do país podem ser impactadas pelos ciclones, especialmente os extratropicais. Isso ocorre porque esses sistemas podem avançar para o interior do território brasileiro, provocando mudanças abruptas nas condições climáticas.
Além do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados como Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais já testemunharam os efeitos desses ciclones, incluindo chuvas intensas e quedas de temperatura.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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