A queda no petróleo e a volatilidade cambial também influenciam o comportamento do mercado futuro de café no início de 2024.
O retorno das chuvas nas áreas produtoras café do Brasil acabou desencadeando um forte movimento de vendas em cima dos contratos futuros do arábica na Bolsa de Nova York. A posição Março de 2024, que chegou a 203,50 centavos de dólar por libra peso na máxima do dia 19 de dezembro, flerta neste início de 2024 com a linha de 180 centavos. É um recuo de mais de 20 centavos — ou 11% — em menos de um mês.
Segundo o analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a queda no petróleo e a volatilidade cambial também influenciam o comportamento do mercado futuro de café no início de 2024. “O retorno da umidade na Região Sudeste do Brasil ao longo das últimas semanas de dezembro serviu de estímulo a uma correção na curva de preços. E a previsão de chuvas mais intensas e regulares ao longo de janeiro acaba reforçando o sentimento mais positivo em torno da próxima safra brasileira. E claro, induz um desmonte da proteção climática e acaba pressionando as cotações futuras do café”, disse Barabach.
O analista salienta que o mercado de café já dava sinais de que estava ‘esticado’ demais ao final do ano passado, além de mostrar inconsistências, com vencimentos mais distantes mais baratos que a posição spot, essa bastante inflada. “O mercado parecia que estava apenas esperando algum gatilho para corrigir os exageros de alta. A melhora no clima do Brasil e a alta nos estoques certificados na bolsa de NY, mesmo que modesta, serviram de justificativa acionar as ordens de venda e promover o recuo nas cotações”, assinalou Barabach.
Embora a volatilidade financeira, com dólar e petróleo, bem como o fluxo de embarques da Colômbia, Centrais e Vietnã junto com a definição da próxima safra da Indonésia, ainda possam mexer com o andamento do mercado nos próximos meses, o determinante para inclinação da curva de preço continua sendo o tamanho da próxima safra brasileira, enfatizou o analista. A Conab deve divulgar a sua primeira projeção para a próxima semana safra brasileira na próxima semana, dia 18 de janeiro. “Além do número oficial, esses primeiros meses de 2024 também devem ser preenchidos pelos ‘tours de safra’ seguidos por divulgações e atualizações do tamanho da safra brasileira por parte de agentes privados. E essas projeções devem pautar o mercado. Prevalece, entre os operadores externos principalmente, um sentimento positivo em torno do potencial da safra BR-24. E essa ideia é reforçada pelo clima mais favorável nas últimas semanas”, completou Barabach.
Fonte: Agência Safras
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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