Umidade acima de 14% pode provocar danos mecânicos durante o processo da colheita das lavouras de soja, depreciando ainda mais os grãos.
Mesmo com as fortes chuvas dos últimos dias em várias regiões agrícolas, a safra de soja avança e até o momento pouco mais de 25% da área cultivada no Brasil foi colhida. Porém, a atenção dos produtores segue redobrada com as previsões de mais chuvas para os próximos dias. Caso elas continuem acontecendo e de forma intensa, há dois problemas que podem comprometer a safra: a perda de qualidade dos grãos e os transtornos logísticos.
A alta umidade interfere na qualidade do grão e pode aumentar significativamente os danos mecânicos durante o processo da colheita. Normalmente, os danos mecânicos são provocados pelo sistema de corte, trilha e descarga da colhedora e servem como porta de entrada para patógenos, depreciando ainda mais os grãos.
Para preservar a qualidade do grão é essencial que a colheita seja realizada com a umidade do grão adequada. Preferencialmente quando os grãos atingem os níveis de umidade de 13% a 14%, segundo orientações técnicas. Cabe destacar que quando se realiza a colheita com graus de umidade variando de 16% a 19%, deve-se atentar para o perfeito ajustes mecânicos para evitar perdas.
Contudo, a colheita vem se desenvolvendo rapidamente em Mato Grosso, mas segue lenta no Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde problemas de qualidade podem começar a surgir caso as chuvas continuem constantes.
“Quando o grão é colhido com umidade acima da ideal, é necessário realizar a secagem artificial e isso faz com que o produtor receba valor menor pelo seu produto, pois o comprador vai descontar do peso total do produto o excedente de umidade”, explica a gerente de atendimento ao cliente da Loc Solution, empresa pioneira de locação de equipamentos de controle de umidade detentora da marca Motomco, Fernanda Rodrigues da Silva. Ela reforça que o teor de umidade dentro dos parâmetros estabelecidos é fundamental nos casos de armazenamento do grão.
Fernanda recomenda monitorar o grão, desde a colheita até a entrega aos compradores. Para isso, é indispensável ter na fazenda as ferramentas que possam auxiliar o produtor, desde os medidores de umidade até ferramentas de monitoramento de clima.
“Investir na locação de um medidor de umidade de grãos, confiável e devidamente calibrado, vai ajudar o produtor a ter resultados mais precisos da umidade do grão e possibilitar maior confiança na hora de negociar com as cooperativas ou tradings”, afirma a gerente.
De acordo com ela, o modelo mais indicado para lavoura é o 999CP, leve e portátil, recomendado para produtores em todas as fases do monitoramento da qualidade do grão. Saiba mais sobre o modelo clicando aqui
Milho
As precipitações ocorridas na maior parte das regiões produtoras de milho nas primeiras semanas do mês têm atrasado a colheita da safra verão e também a semeadura da segunda temporada. A colheita do milho verão 2022/23, atinge mais de 20% da área cultivada no Centro-Sul do Brasil, com expectativa de produção total de 125,8 milhões de toneladas.
Já o plantio do milho safrinha 2023 ultrapassa 40% da área prevista para o Centro-Sul do Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O avanço foi puxado, mais uma vez, por Mato Grosso e Goiás, enquanto Paraná e Mato Grosso do Sul ampliaram o atraso. No oeste do Paraná, onde o atraso é muito significativo, existe preocupação com a janela de plantio, que já se encerra em 28 de fevereiro.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Loc Solution, Roney Smolareck, no caso do milho a questão da umidade é semelhante à da soja. Ele destaca que um dos principais critérios avaliados pelas tradings, cooperativas, cerealistas e armazéns que compram o grão é o percentual de umidade que para fins de comercialização do milho é de até 14%, conforme Instrução Normativa 60/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Cada ponto acima de 14% dá espaço para descontos praticados pelos compradores. Esses descontos serão aplicados sobre o peso total do produto entregue, já descontada a porcentagem de impurezas”, afirma ele, lembrando que as empresas compradoras de grãos têm seus contratos e normas operacionais particulares e praticam descontos diferenciados entre eles.
Além da umidade, a classificação de grãos avalia também as impurezas (detritos próprios como pedaços de caules), matérias estranhas (sementes de outras espécies, palhas, etc. e grãos avariados (imaturos, ardidos, chocho, mofado).
Fonte: Assessoria
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