Com 40% da área total de 313 mil hectares já está cultivado, grupo informa que é um recorde para o período em 24 anos; agrícola informa que chuvas estão regulares
No Brasil os trabalhos de campo para a safra 2022/23 já iniciaram, com boa parte da área semeada até o atual momento, acima da média de anos anteriores. Chuvas intensas são mantidas em grande parte do Centro, Sudeste e Sul do Brasil, com clientes no Paraná já relatando que o excesso pluviométrico tem impedido os trabalhos de campo, porém nada grave – até o momento. No geral, o Brasil vem observando um bom início de safra.
No Mato Grosso, as chuvas começam a ficar regulares e o plantio de soja deve ser agilizado nos próximos dias. Na Bom Futuro, 40% da área total de 313 mil hectares já está cultivado, o que é um recorde para o período em 24 anos. De 16 a 30 de setembro, depois do fim do período de vazio sanitário, as condições climáticas favoreceram o plantio de 116 mil hectares.
De acordo com o diretor de Produção da Bom Futuro, Inácio Modesto Filho, a safra 2022/2023 se apresenta favorável a um plantio de variedades precoces e dentro da janela ideal para boa produtividade. “Quanto mais cedo ocorre o plantio, melhor é a produtividade. Da mesma forma, favorece a próxima safra de algodão, que é o carro chefe da Bom Futuro”, explica.
Bom Futuro bate recorde no plantio da soja
Por enquanto, as chuvas estão regulares na região de Matupá e há déficit hídrico na região do Araguaia. Porém, especialistas da empresa informam que em alguns dias haverá precipitações gerais por todo Mato Grosso.
“Estamos no pico do plantio da soja na Bom Futuro. Com tudo cultivado nesta janela, a expectativa é que a produtividade fique entre 65 e 70 sacas por hectare”, afirma o diretor. Na safra 2021/2022, a Bom Futuro cultivou 316 mil hectares de soja e a lavoura teve produtividade média de 67 sacas por hectare.
“Se seguirmos conforme o planejado, conseguiremos cultivar o algodão entre final de dezembro e início de janeiro, o que também será uma janela ideal para a pluma”, acredita Inácio.
Expectativa para a Safra 2022/2023
As primeiras projeções para a produção total de grãos para a safra 2022/23 apontam para uma colheita de 308 milhões de toneladas. O resultado é impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho dos mercados de milho, soja, arroz, feijão e algodão. “Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”, esclarece o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Guilherme Ribeiro.
Para a soja, a perspectiva da Conab assinala um cenário recorde na produção, sendo projetada em 150,3 milhões de toneladas para a próxima temporada. Os preços do grão devem continuar atrativos, uma vez que a oferta e a demanda mundial da oleaginosa seguem ajustadas, refletindo em tendência de crescimento de 3,5% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares.
A produtividade do ciclo 2022/23 deve apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul. Com a melhora esperada na produtividade, a Conab estima que a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2 % em relação à safra 2021/22, um recorde para a cultura.
Para o milho é esperada uma produção total de 125,5 milhões de toneladas. Na primeira safra, há projeção de uma leve queda de área, com variação negativa de 0,6%, uma vez que o cereal concorre com a soja. No entanto, com uma possível recuperação na produtividade, após a escassez hídrica em importantes regiões produtoras na temporada 2021/22, a produção pode chegar a 28,98 milhões de toneladas. Já na segunda safra do grão, é projetado um aumento tanto da área como da produtividade, o que pode resultar em uma colheita de 94,5 milhões de toneladas, aumento de 8,2% em relação à safra 2021/22.
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