Chineses pagam US$ 253 milhões pela Belagrícola, primeira parcela foi depositada nesta segunda-feira na conta da empresa em Londrina
US$ 253 milhões ou algo próximo a R$ 820 milhões. Esse foi o valor que a chinesa Dakang Intemational Food Agriculture pagou pela empresa londrinense Belegrícola, comercializadora de grãos e insumos agrícolas. O valor foi divulgado nesta terça-feira, 31, pela Coluna do Broadcast Agro, do jornal O Estado de São Paulo. E confirmado à FOLHA pelo CEO Flávio Barbosa Andreo.
A operação, que teve início em abril, foi concluída na segunda-feira, 30. Parte dos recursos foram depositados na conta da empresa em Londrina. Pelo acordo, o conglomerado chinês passou a deter 53,99% de participação na Belagrícola e os fundadores, entre eles Andreo, mantiveram 46,01% da empresa. “(A chegada do novo capital) Representa uma capacidade financeira que nos diferencia num momento de mercado muito desafiador. Muitas empresas estão sofrendo para conseguir se adequar e nós temos uma estrutura financeira bem equilibrada agora”, afirma o CEO.
Ele não revela qual o porcentual dos US$ 253 milhões serão investidos no negócio e quanto ficará com os sócios, que permanecem na companhia. Só adianta que há um cronograma de repasse do capital da China para o Brasil e que somente uma parcela foi enviada nesta segunda-feira (30).
A empresa londrinense – cujo negócio principal é a comercialização de grãos e insumos – faturou no ano passado R$ 2,8 bilhões. O grupo chinês é o mesmo que, em 2016, havia comprado a Fiagril, companhia do mesmo ramo da Belagrícola, com sede em Lucas do Rio Verde (MT).
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O CEO diz que o “namoro” entre os dois grupos teve início no ano passado. “Depois de comprarem a Fiagril, os chineses pediram aos bancos que indicassem outra empresa para eles adquirirem. E os bancos nos indicaram”, conta.
Segundo Andreo, os investidores chineses estão “vindo com tudo para cima” do agronegócio no Brasil. “Isso é importante para a empresas e para os agricultores. Porque é capital que vem para ajudar a melhorar nossa infraestrutura e a produtividade ao longos dos anos”, avalia. O país asiático, de acordo com ele, tem vontade de estreitar laços com o Brasil, muito mais que qualquer outro. “A China sabe que não pode ficar sem os grãos brasileiros.”
Atuando no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, a Belagrícola conta com 38 unidades de recebimento de grãos e 55 lojas de insumos, empregando 1.600 pessoas e já é uma das maiores do setor no Brasil. “Temos expectativa que dobre de tamanho em cinco anos”, declara o CEO.
Via Folha de Londrina