China vai trocar milho dos EUA pelo do Brasil; Confira!

Atualmente, o gigante asiático possui contratos com os americanos, mas o novo relatório traz uma projeção benéfica para o Brasil, que pode se tornar um fornecedor de destaque para o mercado chinês.

O Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou um relatório onde estima que a China diminuirá significativamente a importação de milho dos EUA entre os anos de 2022/23. A projeção é benéfica para o Brasil, pois pode colocar o país como um fornecedor de destaque para o mercado chinês.

O Brasil está trabalhando na análise de documentos de empresas interessadas em exportar milho à China. Segundo a avaliação do cenário de exportações de milho para China, o atual presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, acredita que o volume que o país asiático irá comprar é grande e, com isso, a safra brasileira terá, em parte, destino certo.

O relatório revelou que o Brasil reúne condições para suprir as necessidades da China, que concordou em renunciar uma cláusula-chave em seu protocolo fitossanitário para receber os grãos brasileiros. O planejamento da China foi adiantado, uma vez que o país já planejava aumentar o número de negócios com o Brasil em 2023.

Atualmente, o gigante asiático tem contratos para receber 3,4 milhões de toneladas de milho dos EUA entre os anos de comercialização 2022/23; 70% a menos do que no mesmo período do ano passado. A migração de mercado da China se deve ao preço do milho dos Estados Unidos.

As perdas de produção causadas por chuvas excessivas ao longo de junho e julho no nordeste da China não podem ser totalmente compensadas por projetos de melhores rendimentos na planície do norte da China, afirmou o USDA. Estas perdas de produção abaixaram a previsão do milho chinês em 2,5 milhões de toneladas para 2023.

Agricultores de toda a China estão ocupados secando milho durante o feriado do Dia Nacional.

Exportação de milho brasileiro para a China

“Está na fase da parte burocrática… Esses depósitos têm que ser vistoriados pelo Ministério da Agricultura, autorizados e cadastrados”, disse uma fonte do setor exportador na condição de anonimato, para poder falar livremente sobre o assunto.

Segundo essa pessoa, o esforço para as vistorias deve começar pelo porto de Santos, o principal para exportação de milho do país. O segmento avalia que o início de exportações de milho do Brasil à China é um marco, mas não tem expectativas de que os volumes serão tão grandes quanto os de soja, pois os chineses são grandes produtores do cereal.

“Não vai ser um volume de soja, mas não deixa de ser um momento histórico”, comentou.

A fonte avalia que a perspectiva para o Brasil começar a exportar milho aos chineses ainda este ano “é boa”, mas os maiores volumes poderiam ser vistos em 2023, uma vez que boa parte dos embarques nos próximos meses já está fechada.

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, já havia afirmado que a exportação do milho brasileiro para a China deve começar nos próximos dois a três meses. Segundo ele, as conversas com a China para antecipação dos embarques, pedido feito pelos próprios chineses.

“A gente não tem tanta sobra, o mais importante é para a próxima safra”, disse ele, concordando que boa parte dos negócios para este ano já estão fechados. “Se for para exportar, por exemplo, 1 milhão de toneladas, a gente tem, a gente tem estoques”.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou nesta quinta-feira números de oferta e demanda de grãos, estimando as exportações de milho do Brasil em 2021/22 em 37 milhões de toneladas. De janeiro a agosto, o país já embarcou cerca de 19 milhões de toneladas, conforme dados de exportadores.

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