Consumo de milho no mundo vai “disparar’ e, esse crescimento, fará com que as importações pelo maior consumidor, a China, também apresente avanços significativos!
Segundo a avaliação do cenário de exportações de milho para China, o atual presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, acredita que o volume que o país asiático irá comprar é grande e, com isso, a safra brasileira terá, em parte, destino certo. O Governo Federal já confirmou haver possibilidade de o Brasil embarcar o primeiro lote de milho para a China ainda este ano.
O ministro da Agricultura, Marcos Montes, já havia afirmado que a exportação do milho brasileiro para a China deve começar nos próximos dois a três meses. Segundo ele, as conversas com a China para antecipação dos embarques, pedido feito pelos próprios chineses. A preocupação para o mercado interno, é quanto ao impacto dessa demanda para os preços que o cereal pode atingir no mercado interno!
Inicialmente havia a expectativa de que o cereal a ser enviado ao país asiático seria o da safra 2022/23, a ser plantado, mas os chineses precisam de milho antes. Esse cenário vem sendo formado diante guerra da Ucrânia, já que o país é um dos grandes produtores e exportadores do cereal, inclusive para a China.
O Mapa apresentou os protocolos de exportação de milho, proteína de soja, farelo de soja e polpa cítrica a representantes do setor de grãos em reunião realizada em agosto. O protocolo sobre os requisitos fitossanitários para a exportação de milho para a China indica que o grão a ser exportado para o país asiático deve estar livre de insetos vivos e de 18 pragas quarentenárias de preocupação para a China
O que vai definir se os embarques serão de milho desta ou da próxima safra é o cumprimento dos requisitos. Conforme o protocolo, o ministério vai cadastrar exportadores e armazéns portuários que desejam exportar milho para a China “para garantir que atendam às condições de quarentena e aos padrões de qualidade chineses pertinentes”.
A China vai ter que importar milho, e muito, destaca o presidente executivo da Abramilho, o ex-ministro da Agricultura e indicado ao Nobel da Paz, Alysson Paolinelli. “O consumo de milho vai registrar forte expansão como principal insumo para o segmento de proteína animal.”
A China vai ter que importar milho, e muito, destaca o presidente executivo da Abramilho
Ex-ministro da Agricultura e indicado ao Nobel da Paz, Alysson Paolinelli
“O Mapa comunicará com antecedência a GACC (Administração Geral das Alfândegas da República Popular da China) a relação dos exportadores e armazéns cadastrados”, informa o documento. O protocolo detalha ainda que o ministério fará a vigilância durante a produção de milho para evitar uma das pragas listadas no documento, a Peronosclerospora sorghi, e, caso seja encontrada, orientará produtores a aplicar medidas de controle.
O ministério brasileiro também estabelecerá medidas de sistema de manejo integrado para minimizar a ocorrência das pragas de preocupação para a China e fiscalizará sua aplicação por empresas que pretendam exportar o cereal para o país asiático. Ainda de acordo com o documento, o ministério controlará as empresas que exportam milho para a China e estabelecerá controles a ser realizados por elas nas etapas de limpeza, no processo de armazenamento e transporte do milho, ou antes do carregamento, para reduzir “solo, restos de plantas, impurezas e sementes perigosas de ervas daninhas, sorgo e outras sementes de grãos”.
“Se o problema for sério o suficiente, o exportador brasileiro e o armazém portuário, e até mesmo todo o milho brasileiro, poderão ser suspensos imediatamente”
O órgão fará a inspeção de quarentena na remessa de milho antes da exportação para a China e emitirá o certificado fitossanitário, incluindo a declaração adicional de que a carga está em conformidade com os requisitos descritos no Protocolo de Requisitos Fitossanitários para Exportação de Milho do Brasil para a China e isenta das pragas quarentenárias que representam preocupação para os chineses.
Na China, os importadores deverão adquirir uma licença de importação emitida pela GACC, e o milho brasileiro deverá ser importado por portos e processado por fábricas designados por ela.
O produto brasileiro ficará ainda sujeito a inspeção fitossanitária e quarentena nos pontos de ingresso chineses. Se alguma praga quarentenária dentre as citadas no protocolo for encontrada, o ingresso da remessa será permitido após tratamento efetivo e, no caso de não haver tratamento, a remessa deverá ser devolvida ou destruída, com custo pago pelo exportador.
“Se o problema for sério o suficiente, o exportador brasileiro e o armazém portuário, e até mesmo todo o milho brasileiro, poderão ser suspensos imediatamente até que a GACC confirme que o MAPA tomou medidas eficazes para resolver o problema”, aponta o documento.
O protocolo indica ainda que, se outras pragas quarentenárias não informadas no protocolo forem identificadas, a remessa será tratada de acordo com as disposições da China sobre quarentena de entrada e saída de animais e plantas e seus regulamentos.
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O ministério também informará à GACC por escrito sobre qualquer nova ocorrência de pragas do milho no Brasil e sobre as medidas adotadas pelo órgão e, a partir daí, a GACC poderá promover avaliação de risco adicional e revisar o protocolo.
O documento não detalha de qual ano-safra o cereal poderá ser exportado, mas afirma que o protocolo entra em vigor na data de assinatura e permanece válido por dois anos. Inicialmente, os lados brasileiro e chinês haviam acordado que a exportação iniciaria na safra 2022/23, mas há discussão em andamento para que possam ser iniciadas na safra atual, que está sendo colhida, 2021/22.