A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse neste domingo (5) que a China deve habilitar novos frigoríficos brasileiros para exportar para lá ainda este ano.
Segundo ela, o Brasil já enviou todas as informações solicitadas pelas autoridades sanitárias chinesas para as plantas em processo final de credenciamento, mas a autorização será feita no “tempo deles”, devido à readaptação das atividades com a pandemia do novo coronavírus,
Ao todo, oito plantas aguardam a aprovação final do governo chinês: seis de carne bovina, uma de aves e outra de suínos. A expectativa também é que, com a normalização das operações, outros estabelecimentos sejam credenciados ao longo de 2020.
A retomada das atividades econômicas na China e a volta à normalidade do trabalho do GACC (Administração Geral de Alfândegas), órgão responsável pelas habilitações, que havia concedido profissionais para atuarem em outras áreas – como saúde pública – durante o pico da pandemia no país asiático, são indicativos positivos na visão da ministra para a aprovação dos frigoríficos.
A ministra afirmou ao Valor que não há anormalidade por parte da China. Para ela, as habilitações das oito plantas são uma questão de tempo e de adaptação às dificuldades geradas pela pandemia do coronavírus.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Ribeiro, disse que houve um “descasamento nas situações internas dos dois países” por conta da Covid-19, o que causou a interrupção de algumas atividades.
Mesmo com a implementação das habilitações por videoconferência, ele vê empecilhos neste momento em “reunir equipes, tradutores, fiscais agropecuários, os próprios estabelecimentos e a contratação de serviços que podem não estar disponíveis”.
Ribeiro informou que foi realizada uma videoconferência em dezembro de 2019, na qual os chineses solicitaram informações adicionais e retificação de oito estabelecimentos brasileiros. As respostas foram enviadas em fevereiro deste ano ao GACC, de quem o Ministério da Agricultura aguarda uma reação.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
“Assim que a gente conseguir superar essa fase e as coisas voltarem ao normal, nós poderemos falar em novas habilitações além desses oito que já estão na mesa da GACC, prontos para serem avaliados e aprovados no tempo deles”, pontuou Ribeiro.
Entre os estabelecimentos que aguardam a palavra final da China, seis são de carne bovina: duas unidades da JBS (um em Vilhena/RO e outro em Campo Grande/MS), Frisa, de Colatina/ES, Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste/PR, Frigorífico Silva, de Santa Maria/RS, e Frigorífico Irmãos Gonçalves, de Jaru/RO. Um planta é de carne de aves, a Aviva Alimentos Ltda, de São Sebastião do Oeste/MG, e outra é de carne suína, a Frigoestrela, de Tupã/SP.
Com informações do Valor.