Após quase dois meses sem importar a carne bovina brasileira, a China atingiu o seu “Deadline” para garantir o seu abastecimento, confira agora!
A gigante asiática, a China, responsável por mais de 50% da parcela de carne bovina exportada pelo Brasil – de Janeiro a Setembro – está atingindo o seu Deadline ( Data Limite) para levantar o autoembargo iniciado em 04 de setembro e garantir o abastecimento do seu mercado durante as festividades. Após declarações da Ministra, de que as negociações estão em fase final, atrelado a data limite para os envios dos lotes de carne brasileira, o mercado pode ter boas notícias nesta semana. Confira!
Os primeiros lotes de carne bovina brasileira enviados à China após um embargo anunciado há quase 60 dias chegaram ao destino e foram impedidos de entrar, frustrando exportadores que estavam confiantes de que poderiam ingressar com produtos certificados antes da suspensão por casos atípicos da doença “vaca louca”.
China pode retomar exportação de carne brasileira
Quando o assunto é consumo, a China se destaca no mundo, com a maior população mundial, o país é responsável por uma demanda crescente por proteína. Mas, por que o embargo precisa ser retirado e o Deadline – Data limite – foi atingida? Os embarques de carne brasileira, possuem um tempo médio de 50 a 60 dias para chegar na China – por isso o limite para suspensão do embargo brasileiro.
A esperança é ainda maior após as falas da Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, onde ela negou que a relação diplomática entre Brasil e China esteja estremecida e afirmou não ver como ato político a manutenção do bloqueio chinês à carne bovina brasileira. Ela disse que mantém conversas eminentemente técnicas com os chineses e que a troca de informações necessárias para a reabertura do mercado está em fase final.
Como citado acima, a data limite para a liberação da China é a primeira quinzena de novembro, pois o país tem grande necessidade de recompor os seus estoques e se preparar para as festividades de final de ano, caso isso não aconteça, o país só retomará as compras de novos lotes no ano que vem, ou seja, a carne já enviada precisará ser redirecionada a outros mercados e ou retornar ao Brasil.
O analista de Mercado da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, apontou que os chineses estão buscando outros fornecedores para suprir a demanda por proteína animal. “Com os embarques brasileiros ainda suspensos, as autoridades chinesas estão buscando em outros países a carne bovina”, destacou.
Entretanto, apesar desse movimento por novos mercados, não há volume e preço mais competitivos do que aqueles que oferecem o mercado da carne bovina brasileira. Além disso, do ponto de vista sanitário, todas as questões já foram resolvidas e, espera-se que, o “jogo político” seja resolvido o quanto antes.
“Quando deixa de comprar, você acaba induzindo uma queda no valor. É o que o Governo chinês está fazendo”, diz o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang. Na avaliação dele, quando o mercado estiver mais estável e a China sentir segurança nas questões sanitárias, o comércio será restabelecido entre os dois países.
Impacto da autoembargo
Quis o destino que o aniversário de dois meses dos eventos da vaca louca acontecesse nesta terça (2), no feriado de Finados. Dois meses também de “morte” do preço do boi. Uma triste realidade é a saída de alguns pecuaristas da atividade, principalmente os menores, que apostaram em uma alta no final do ano e investiram suas reservas em reposição cara.
Desde então, o valor da @ perdeu de R$ 50 a R$ 60, quando poderia estar se mantendo. Mesmo que o mercado interno não ajudasse, a China deveria estar importando carne bovina e os estoques de boi dos confinamentos estariam minguando.
Os frigoríficos exportadores têm bem menor necessidade de originação de animais, sem os volumes requeridos pelo maior comprador global da carne bovina brasileira. Esses fatores trouxeram, atualmente, um prejuízo de mais de R$ 1.300,00 por cabeça para os animais mantidos no cocho, aguardando a retomada das exportações para a China.
A suspensão da exportação da carne bovina para a China deve resultar em perdas para o Brasil de até 1,8 bilhão de dólares (10,1 bilhões de reais) se durar até o fim do ano. No melhor dos cenários, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) estima que os produtores brasileiros perderiam 1,2 bilhão de dólares (6,8 bilhões de reais). O histórico de atritos de Bolsonaro com os chineses e o preço do boi afetam o negócio há quase dois meses.
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Negociações a todo vapor
Na tentativa de reverter o bloqueio temporário da compra, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, cogitou viajar a Pequim para negociar a retomada do comércio com o Governo local. Mas recebeu a sinalização de que não seria necessário no momento. Enquanto isso, técnicos do Ministério da Agricultura brasileiro e da Administração Geral de Aduanas da China se reúnem com frequência para analisar o processo de retomada das exportações.
“Essas reuniões virtuais servem para esclarecer procedimentos implementados no Brasil para o controle e vigilância da enfermidade e fornecer informações complementares solicitadas pelos técnicos chineses”, explicou o MAPA, em nota. “As relações entre Brasil e China são boas, em breve esse problema será superado”, avalia Chang, da Câmara de Comércio. Mais da metade da carne bovina exportada do Brasil depende disso.